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"O Pequeno Navio"

Antonio Tabucchi volta a ser notícia por causa de um livro, este mesmo, até agora sem edição portuguesa, publicado em 1978, três anos após Praça de Itália.

Segundo a definição de La Gazzetta del Mezzogiorno, é um livro «doce, profundo, silencioso, feito de ecos, de memória, de nostalgia». É sem dúvida tudo isso, mas tem também, e em contraste, um lado áspero e violento, porque denuncia injustiças, cobardias, prepotências; outro divertido, porque transpira humor malicioso e irónico; e ainda outro instrutivo, fazendo-nos viajar pela história da Itália ao longo do século XX; mas é, sobretudo, um livro arrebatador, pela imaginação desenfreada que nos surpreende, nos faz sorrir e nos comove.

Capitão Sexto, o herói desta história, quer conhecer-se a si mesmo, como recomendava Sócrates; assim, evocados, vêm ao nosso encontro os seus antepassados próximos, figuras masculinas e femininas cativantes, nas quais reconhecemos a rebeldia dos anarquistas toscanos condimentada com uns pós de realismo mágico.

Descobriremos factos surpreendentes, anacronismos e até alucinações; mas, como diz Fernando Pessoa, «tudo é símbolo e analogia», e o leitor diverte-se a decifrar a realidade através dos dados da fantasia.

«Um Tabucchi surpreendente […] Uma saga familiar ao longo de um século.»
PAOLO DI PAOLO, L’UNITÀ

«[…] Um extraordinário exercício de estilo com uma escrita que abarca desde o grotesco até à ironia.»

M. AMMIRATI, LIBERAL



Antonio Tabucchi (1943-2012) nasceu em Pisa, onde fez os seus estudos, primeiro na Faculdade de Letras e depois na Scuola Normale Superiore.
Ensinou nas Universidades de Bolonha, Roma, Génova e Siena.
Foi Visiting Professor no Bard College de Nova Iorque, na École de Hautes Études de Paris e no Collège de France.
Publicou 27 livros, entre romances, contos, ensaios e textos teatrais.
As suas obras estão traduzidas em mais de 40 países.
Recebeu numerosos prémios nacionais e internacionais.
Sozinho, ou com Maria José de Lancastre, traduziu para italiano a obra de Fernando Pessoa.
Considerando que a sua pátria é também a língua portuguesa, escreveu um romance em português, Requiem, 1991.
O seu teatro foi levado ao palco, entre outros, por Giorgio Strehler e Didier Bezace.
O Fio do Horizonte, Nocturno Indiano, Afirma Pereira e Requiem foram adaptados ao cinema respectivamente por Fernando Lopes, Alain Corneau, Roberto Faenza e Alain Tanner.

Literatura Traduzida
208 páginas
19,90 Euros
ISBN: 978-972-20-8228-0
1.ª Edição: Julho 2024
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