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Diáspora africana, William Klein, Vivian Suter e Catarina Dias na nova temporada do MAAT
Uma exposição sobre a diáspora artística africana e mostras individuais de William Klein, Vivian Suter, Anthony McCall e Catarina Dias vão marcar a próxima temporada do Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia (MAAT), em Lisboa
As cinco nova exposições, a inaugurar entre setembro e outubro, que se prolongarão até 2025, vão ocupar os espaços MAAT Gallery, Central e Garden, com suportes desde a pintura, fotografia, escultura e instalação.
Em setembro, a coletiva “Black Ancient Futures” trará a Portugal artistas africanos e/ou integrantes da diáspora africana que “reimaginam um passado, um presente e um futuro para a experiência artística negra numa realidade transcontinental”.
Com curadoria de João Pinharanda e Camila Maissune, a mostra acontecerá em vários espaços do MAAT, entre 18 de setembro e março de 2025, com obras de Baloji, April Bey, Jeannette Ehlers, Lungiswa Gqunta, Evan Ifekoya, Kiluanji Kia Henda, Nolan Oswald Dennis, Gabriel Massan, Jota Mombaça, Sandra Mujinga e Tabita Rezaire.
A exposição “reúne obras de artistas da vasta diáspora africana, alguns deles apresentados pela primeira vez em Portugal, que, através de diversas linguagens, propõem um vasto conjunto de narrativas e paisagens alternativas ao panorama dominante das artes contemporâneas”, segundo a curadoria.
As obras destes artistas “especulam sobre a possibilidade de um universo de espaços, ações e sonhos utópicos de abundância e bem-estar mudando as hierarquias e as geografias da criação contemporâneas”, acrescenta.
Na mesma altura, será inaugurado “O mundo inteiro é um palco”, do fotógrafo William Klein - “um dos mais influentes da segunda metade do século XX” –, primeira exposição antológica no continente europeu, após o seu falecimento em 2022, segundo o museu.
Com cerca de 200 obras, a mostra abrange as várias vertentes do seu trabalho, de fotografia de rua, moda e cinema, a pintura e desenho gráficos, levando o visitante por uma viagem a grandes cidades como Nova Iorque, Paris, Roma, Moscovo e Tóquio.
A exposição do fotógrafo norte-americano, nascido em 1926, é comissariada por David Campany, “um dos mais reputados investigadores contemporâneos na área da fotografia”, assinala o MAAT.
Também em setembro, o museu irá acolher uma exposição com obras inéditas da artista portuguesa Catarina Dias, intitulada “Inverted of us”, com curadoria de Filipa Correia de Sousa, na Central, Sala Cinzeiro 8.
Nascida em 1979, Catarina Dias tem desenvolvido, desde o início da sua trajetória criativa, uma obra centrada na prática do desenho e suas derivações plásticas e conceptuais, frequentemente em combinação com a fotografia e a escultura.
Nesta nova exposição, a artista dá continuidade a um trabalho de questionamento em torno do enigma da visibilidade: “O mistério das imagens e das palavras, das suas transparências e dissemelhanças, analogias e metamorfoses, dos reflexos límpidos e ecos tácitos, espelhos e fantasmas que lhes dão existência”, aponta a curadora.
No final de outubro, são inauguradas outras duas exposições do programa do MAAT, nomeadamente na Galeria Oval, que acolherá mais de quinhentas pinturas de Vivian Suter, uma artista suíço-argentina, nascida em 1949, que tem explorado as possibilidades da pintura, designadamente na sua relação com a natureza.
Intitulada “Vivian Suter – Disco”, a mostra tem curadoria de Sérgio Mah, abre a 30 de outubro e ficará patente até março de 2025.
A sua pintura de pendor abstrato resulta de uma relação quotidiana, física e emocional com as matérias e as contingências da natureza no local onde vive e trabalha, em Panajachel, no interior da Guatemala.
“A chuva, a terra, a humidade e os vestígios de animais habitam frequentemente as suas telas, exprimindo a estreita interação entre a artista e o ecossistema no qual a obra é gerada”, descreve o museu.
Esta exposição surge na sequência da sua participação na Documenta 14 e de mostras no Museu Nacional Rainha Sofia em Madrid, Espanha, e no espaço Vienna Secession, na capital austríaca.
Depois do museu à beira Tejo, esta exposição seguirá para Paris, onde será apresentada no verão de 2025, no Palais Tokyo, que se associou ao projeto concebido pelo MAAT que se estende à publicação de uma monografia pela JRP|Editions, com distribuição internacional, segundo a programação.
Ao lado, na Galeria 2, será instalado um conjunto de quatro peças de luz do artista inglês Anthony McCall, figura seminal desde os anos de 1970 no campo das intersecções entre o filme experimental, a escultura e o desenho, que este ano expôs também na Tate Modern, Londres, e no Guggenheim Bilbao, em Espanha.
Também com curadoria de Sérgio Mah, a exposição sob o nome “Anthony MccCall – Light Narratives” reúne vários dos seus “Solid Light Works”, segundo o MAAT, “compondo um amplo espaço imersivo no qual se entrecruzam elementos da prática do desenho, do filme e da escultura”.
Trata-se da primeira exposição individual do artista em Portugal e segue-se à mostra que a Tate Modern, Londres, dedicou à sua obra, que desde “Line Describing a Cone” (1973) se tornou “numa das figuras de referência no uso da luz como meio e tema artísticos”.
Fonte: LUSA | 22 de julho de 2024