"É de Cultura como instrumento para a felicidade, como arma para o civismo, como via para o entendimento dos povos que vos quero falar"

Notícias

Exposição em Cascais mostra quem foi Coco Chanel além da moda

Abre sábado, no Centro Cultural de Cascais, a exposição que reúne fotografias e objetos pessoais da designer de moda. Patente até 3 de dezembro, “Coco Chanel, além da moda” mostra também pinturas de Pablo Picasso e Salvador Dali e fotografias de Man Ray.

Coco Chanel no seu apartamento no Ritz, ao telefone_Foto François Kollar Coco Chanel em 1938_Foto François Kollar

Era uma mulher extraordinariamente desempoeirada”, é assim que Salvato Teles de Menezes, presidente da Fundação D. Luís I que acolhe no Centro Cultural de Cascais, a partir de sábado, a exposição “Coco Chanel, além da moda”, fala da designer francesa.

A mostra na qual é contada parte da história da criadora de moda traz a Portugal objetos pessoais de Coco Chanel, peças de roupa, mas também fotografias, algumas delas de nomes icónicos como Man Ray, e obras de arte de artistas como Pablo Picasso ou Salvador Dali.

A exposição que ficará patente até 3 de dezembro, conta com a curadoria da espanhola Maria Toral. Nas palavras de Salvato Teles de Menezes, trata-se de uma exposição “bastante eclética”.

“Há por exemplo, fotografias do Man Ray que não são propriamente coisas fáceis de obter, mas também desenhos, óleos, gravuras, litografias e naturalmente também há a expressão da criatividade de Chanel no âmbito da moda, com saias, vestidos, sapatos e bolsas”.

Este universo Chanel revela não só o trabalho deste nome maior da moda, como dá a conhecer também a época em que Gabrielle Chanel viveu. Acusada por ser cúmplice dos nazis na II Guerra Mundial, mas ao mesmo tempo, amiga de figuras como Winston Churchill, Chanel foi uma sobrevivente que por várias vezes reergueu o seu negócio de moda.

“Ela não tinha problema nenhum em enfrentar as situações e, até, muitas vezes, ter intervenções polémicas a nível político, moral, etc. Nesse núcleo de relações que ela estabeleceu com algumas das figuras mais importantes da época, sabemos que algumas delas não eram propriamente pessoas que aceitassem dar-se com quem não considerassem estar à altura delas”, indica Salvato Teles de Menezes.

Isso, considera o responsável da Fundação D. Luís I “revela bem a importância e o valor que Chanel tinha, e o reconhecimento que lhe era dado”. A figura que continua até hoje a influenciar o mundo da moda é mostrada nesta exposição integrada no universo artístico onde viveu.

 Coco Chanel refletida num espelho no seu apartamento no Ritz_Foto François Kollar

Salvador Dalí que desenhou o frasco do perfume Chanel nº 5 é um dos artistas cujas obras são misturadas com o espólio agora exposto, bem como obras de Tamara de Lempicka ou litografias e águas-tintas de Pablo Picasso.

“Não é efetivamente só uma exposição sobre a personagem de Chanel. É uma exposição que também revela os contornos ideológicos, políticos, estéticos daquele tempo. E eu julgo que isso não é fácil de obter através de uma única figura, e isso permite perceber até que ponto é que realmente ela foi marcante”, sublinha Teles de Menezes.

Nascida em 1883 num seio de uma família humilde, em Saumur, França, Gabrielle Chanel começou a trabalhar como costureira, na adolescência. Em 1912 abriu uma boutique, em Deauville, e passou as décadas seguintes a ditar tendências na Alta-Costura. Morreu em Paris, em 1971.

“Coco Chanel, além da moda”, é uma exposição integrada na programação do Bairro dos Museus, em Cascais e coloca em evidência a intemporalidade da criação de Chanel.

 O apartamento de Coco Chanel no Ritz_ Foto François Kollar


por Maria João Costa in Renascença | 18 de julho de 2024
Notícia no âmbito da parceira Centro Nacional de Cultura | Rádio Renascença

Agenda
Ver mais eventos
Visitas
100,361,375