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Escritores Hélia Correia e Jaime Rocha assinam peça na Quinta da Regaleira

De 4 de julho a 10 de agosto, a Quinta da Regaleira, em Sintra recebe a peça “As Troianas”. Inspirada na obra de Eurípedes, a peça foi escrita pela Prémio Camões, Hélia Correia, e pelo escritor Jaime Rocha.

Elenco da peça de teatro "As Troianas". Foto: DR

"As Troianas", que estreia esta quinta-feira na Quinta da Regaleira, é uma peça que fala da Grécia antiga, mas que ao mesmo tempo está a “falar também do nosso tempo”, diz o encenador Paulo Campos dos Reis. O espetáculo, que será levado à cena até 10 de agosto, foi escrito por dois destacados autores portugueses.

Baseada na obra clássica de Eurípedes, "As Troianas" surge agora numa texto assinado pela Prémio Camões, Hélia Correia, e pelo poeta e escritor Jaime Rocha. Trata-se de uma “versão”, indica Paulo Campos dos Reis, que com Susana Gaspar partilha a encenação.

Esta produção da Companhia de Teatro de Sintra e da Associação Cultural Chão de Oliva enquadra-se no âmbito do ciclo “Geografia da Resistência” com que querem assinalar os 50 anos do 25 de Abril de 1974.

Em entrevista, Paulo Campos dos Reis explica que "As Troianas" fala de mulheres resistentes. “Elas não são feitas cativas na alma. Há uma alma que mantém-se livre e indomável”, sublinha o encenador.

“Estas mulheres são justamente esse sinal de resistência”, destaca sobre as personagens da peça Paulo Campos dos Reis, que com isto quer dizer que há atualidade na peça escrita por Hélia Correia e Jaime Rocha.

“São um exemplo intemporal das mulheres no mundo e nas guerras que, infelizmente, ainda nos tocam e estão muito perto de nós, como na Ucrânia, por exemplo, ou em Gaza. São as mulheres que se opõem a regimes totalitários”, refere.

Neste diálogo com o tempo presente, a peça "As Troianas" leva o espectador “inevitavelmente a estabelecer paralelos”, diz Paulo Campos dos Reis. “Vai perceber que quando estamos a falar da Grécia antiga, estamos a falar também do nosso tempo e dos dramas que infelizmente são intemporais”.

O espaço da Quinta da Regaleira adensa também a intensidade do espetáculo. Situado na encosta da serra de Sintra o edifício data do século XVII e tem entre outros, o estilo neogótico. A peça será apresentada “sempre às quintas, sextas e sábados”, às 21h30, indica o encenador, que aconselha o público a ir agasalhado para o espetáculo.

“É importante salientar que contamos, para este espetáculo, com um elenco extraordinário de atores os como sejam o Ivo Alexandre, André Pardal, Marques d’Arede ou Hugo Sequeira, e no elenco feminino, a Paula Pedregal, a encenadora e atriz Susana C. Gaspar, a Rute Lizardo, Catarina Rôlo Salgueiro ou Susana Arrais”, remata o encenador.


por Maria João Costa in Renascença | 3 de julho de 2024
Notícia no âmbito da parceira Centro Nacional de Cultura | Rádio Renascença

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