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Novo núcleo expositivo do Museu Medeiros e Almeida celebra os 500 anos de Camões
Copos de vidro do século XIX, um leque e outros objetos de uso quotidiano com alusões a Luís de Camões, constituem um novo núcleo expositivo do Museu Medeiros e Almeida, em Lisboa, celebrando os 500 anos do escritor.
A exposição expõe “maioritariamente peças das reservas que nunca antes foram apresentadas ao público”, disse fonte do Museu.
Entre essas peças estão três copos de vidro lapidado e facetado com a efígie de Camões, uma produção da fábrica Vista Alegre, datada entre 1837 e 1846.
Também saídas das reservas duas edições da obra maior do poeta, “Os Lusíadas”, designadamente a primeira tradução em inglês, datada de 1655, e outra, portuguesa, datada de 1898.
A obra “The Lusiad, or Portingal Historical Poem writen in the Portingall language by Luis de Camoens, and now newly put in to English” é uma tradução do poeta Richard Fanshaw (1608-1666), que foi embaixador inglês em Lisboa, durante a regência da mulher de D. João IV, D. Luísa de Gusmão (1613-1666).
Esta é “ primeira tradução desta obra para uma língua não ibérica”.
A edição portuguesa, “Grande Edição Autographica do Programma Official do Centenário profusamente ilustrada” é prefaciada pelo escritor Manuel Pinheiro Chagas (1842-1895) e pelo prelado católico António Mendes Belo (1842-1929).
“Esta edição tem a particularidade de que as estrofes de cada um dos dez cantos d’Os Lusíadas, terem diferentes caligrafias de personalidades da época, entre elas, as de membros da família real, nomeadamente as dos reis, D. Carlos e D. Amélia, ou o irmão do monarca, D. Afonso, duque do Porto”.
Também produção da fábrica Vista Alegre, faz parte deste núcleo expositivo provisório, pratos em porcelana, datados de 1980, com desenhos do artista plástico Lima de Freitas (1927-1998), ilustrando algumas estrofes de “Os Lusíadas”, da edição evocativa do 4.º centenário da morte de Luís de Camões (1580-1980).
Outro objeto exposto é uma “rara placa” circular de bronze em relevo, alusiva ao tricentenário de Luís de Camões, em 1880, com o busto do poeta, assinado pelo escultor José Simões de Almeida (1844-1923).
A placa inclui a marca do fundidor lisboeta João Burnay, realçou Maria Mayer, da Casa-Museu.
Constitui também este núcleo, um leque plissado em papel e marfim, com vistas de Lisboa, entre elas da Praça Luís de Camões “certamente copiadas de postais da época”.
Do espólio expositivo, fazem ainda parte três desenhos da rainha D. Amélia (1865-1951), alusivos a estrofes d’“Os Lusíadas”.
O Museu Medeiros e Almeida, em Lisboa, na rua Rosa Araújo, apresenta a coleção de artes decorativas do empresário António de Medeiros e Almeida (1895-1986), e com este núcleo expositivo pretende celebrar os 500 anos do nascimento do poeta Luís Vaz de Camões.
Fonte: LUSA | 2 de julho de 2024