"É de Cultura como instrumento para a felicidade, como arma para o civismo, como via para o entendimento dos povos que vos quero falar"

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"Cenas Portuguesas"

Depois de Um Dia Lusíada, publicado em 2022, este é o livro que assinala o regresso de António Carlos Cortez à ficção.

Cenas Portuguesas é, como o título indica, um conjunto de cenas, isto é, de contos que são cenas vivas, pitorescas, satíricas e outras talvez melancólicas sobre uma certa forma de ser português.

Dez contos onde se passeiam figuras dum país à esquina do planeta: uma Dona Preciosa, emblema duma rua de Lisboa; um tal Sr. Rato, ex-agente da PIDE e taxista nos anos 80; Uma Linda de Guadalupe, moça que nos anos 60 veio cantar para Lisboa e aí se perde; um certo grupo de adolescentes que se descobre vivendo o jogo da vida numa partida de futebol...

Cenas Portuguesas, como quem diz, cenas de Lisboa, ou de Braga, de alguém recordando a Calçada do Tojal, rua do mundo, espelho humano. Um escritor que redige um livro para sobreviver a um casamento-naufrágio, ou, noutro conto, um Portugal em 2050 mergulhado numa ditadura, sendo um sapateiro o último detentor de uma biblioteca nesse futuro distópico.

Nestes dez contos, numa prosa fluida e viva, ora sarcástica, ora nostálgica, o autor oferece-nos um livro com personagens que todos nós um dia conhecemos. É um Portugal de ontem que é de hoje, com seus provérbios e absurdos, o país político e das almas censuradas por essa vírgula maníaca, a de Alexandre O’Neill, ou um livro que, na melhor herança de Sena e de Cardoso Pires, ou percorrendo o brutalismo dum Ruben Fonseca, revela António Carlos Cortez como um dos prosadores onde a língua portuguesa (poeticamente) volta a falar connosco.

«Resumindo e concluindo; escrita-manifestação, denunciando um mundo que perdeu a credibilidade e a sua coerência, revisitado freneticamente, entrecruzando modos de escrever com modos de viver.»
Ramiro Teixeira sobre Um Dia Lusíada

«Este é um livro (Um Dia Lusíada) que rompe com o cânone da leitura e com o fim exclusivo do entretenimento. É um romance que contém em si, e de forma explícita para quem o ler, a recusa da banalidade na literatura.»
Margarida Teodoro Trindade


Poeta, professor, ensaísta e ficcionista, António Carlos Cortez publicou desde 1999 cerca de 15 livros de poesia, dois livros de ensaio, um de crónicas.

É colaborador permanente do Jornal de Letras, onde assina desde 2004 a coluna de crítica literária «Palavra de Poesia», bem como de revistas da especialidade (Colóquio-Letras e Relâmpago). Assina a página de cultura e literatura «Directo à Leitura», no Diário de Notícias.

Destacam-se da sua obra livros como A Sombra no Limite (2004), Depois de Dezembro (2010), O Nome Negro (2013), A Dor Concreta (2016), Jaguar (2019), Diamante (2021) e Skin Deep (2021).

Foi galardoado com os prémios da Sociedade Portuguesa de Autores (melhor livro de poesia de 2010 atribuído a Depois de Dezembro), Prémio APE/Teixeira de Pascoaes 2017 (atribuído à antologia A Dor Concreta), Prémio Ruy Belo da Câmara Municipal de Sintra, 2021 (atribuído a Jaguar) e Prémio António Gedeão / FENPROF, 2021, atribuído também a Jaguar, e, em 2022 recebeu o Prémio APE / Maria Amália Vaz de Carvalho atribuído a Diamante.

Em 2023 o seu conto «País Real, um regresso» recebeu o Prémio do Conto/ APE Portugal 2050 Planap, conto esse agora incluído neste livro, Cenas Portuguesas.

Está traduzido em várias línguas em antologias, tendo poesia e ensaio publicados no Brasil pela editora Gato Bravo/Jaguatirica, do Rio de Janeiro.

Está também editado em livro no México.

Publicou em 2022, pela Caminho, o seu primeiro romance, Um Dia Lusíada, cujo protagonista, Elias Moura, de novo é lembrado num destes dez contos de Cenas Portuguesas

Contos
272 páginas
17,90 Euros
ISBN: 978-972-21-3280-0
1.ª Edição: Junho 2024
Leya - Caminho
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