Depois de Aventureira Marielle e o dia da fotografia, lançado em 2022e com um enredo à volta do cabelo das personagens, Nuna e Lala Berekai desconstroem agora para os mais novos os preconceitos ligados ao colorismo, isto é, uma forma de discriminação baseada na tonalidade da pele.

Aventureira Marielle e os mil tons de magia (ed. Nuvem de Letras), de Nuna (texto) e Lala Berekai (ilustrações). Nas livrarias a 10 de junho. Excerto para leitura aqui.

— Queres dizer que não faz mal eu ter a pele tão escura?
— O nosso tom de pele é escuro, é lindo e traz nele a história da nossa família, das terras a que chamamos, e a que já chamámos, casa, como Portugal e a Guiné.
Todas as peles têm uma história diferente, mas algo em comum: merecem o nosso cuidado e respeito — disse a mãe da Cadija.

SINOPSE
Chegou o dia de pintar o novo quarto da Marielle, mas, com tantas cores maravilhosas, qual escolher? Na preparação para um dia de praia, a Marielle junta-se à sua amiga Cadija, que também se questiona se há cores melhores que outras, mas, neste caso, as cores da nossa pele. Com muitas peripécias, e importantes lições, as duas amigas embarcam numa aventura de empoderamento e amor-próprio.

TEXTO

Nuna é uma multipremiada atriz, ativista, autora portuguesa formada em teatro e investigação. O seu trabalho tem por base o Afrofuturismo e empoderamento interseccional, com especial foco na luta antirracista. Tendo trabalhado e colaborado com as Nações Unidas, a União Europeia, a Presidência Portuguesa, entre outras instituições, e sendo também nomeada para prémios, como o SXSW e o OFFIES, a jovem atriz tem construído uma carreira internacional polivalente, do teatro ao audiovisual, marcada pela necessidade consciente de descolonização global e projeção da mulher Negra. 

ILUSTRAÇÕES

Lala Berekai é ativista e artista luso-timorense não-binárie que trabalha nas áreas de ilustração, banda desenhada, animação e videojogos. Também utiliza a sua expressão artística através de variados meios como veículo de mensagens humanitárias e sociais. Ao longo da sua carreira artística tem participado em vários projetos de arte tradicional e digital. O seu estilo é uma fusão de desenho e pintura tradicional transposta para formato digital. Os seus temas mais recorrentes pretendem dar a conhecer a arte e cultura de Timor Lorosa’e da perspetiva de timorense de segunda geração.