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Projeto de revitalização e animação cultural da Igreja de Santa Cruz do Castelo

O projeto tem como objetivo promover iniciativas ligadas à educação, arte e cultura, envolvendo os moradores do bairro, organizações parceiras e turistas.

Torre da Igreja do Castelo – Um projeto que começou em 2018

A torre sineira da Igreja de Santa Cruz do Castelo, um dos pontos mais altos da Lisboa antiga, foi reconstruída após o terramoto de 1755 e oferece uma das melhores vistas sobre a capital e o rio Tejo. Mas, ao longo de vários anos, este espaço esteve encerrado e esquecido, tendo sofrido um processo de degradação acelerado, quer ao nível do seu edificado, bem como do seu recheio artístico.

Fruto da iniciativa do padre Edgar Clara e da Signinum, empresa de gestão de património cultural, responsável pelo projeto na altura – atualmente a gestão da atividade turística está ao cuidado da Wonderful Day, empresa do grupo DASigninum –, a 7 de junho de 2018 abriram-se as portas do miradouro da Torre da Igreja do Castelo, onde se alcançam lugares míticos como São Vicente de Fora, Alfama, a Igreja da Graça e o seu terraço, a Senhora do Monte e a ponte Vasco da Gama. A entrada é feita pela antiga capela mortuária, onde se encontra a bilheteira e loja de recordações e doces conventuais.

Novo website e restauros ao vivo na segunda fase do projeto

A segunda fase do projeto para a Igreja de Santa Cruz do Castelo tem como objetivo promover iniciativas ligadas à educação, arte e cultura, envolvendo os moradores do bairro, organizações parceiras e turistas. Um novo website, que já está online, restauros ao vivo e o lançamento de uma cerveja artesanal de medronho e cardamomo e biscoito de alfazema estão entre as novidades.

O programa cultural, que terá a duração de dois anos, espera reunir mais de duzentos mil euros para a preservação do património cultural da Igreja. Entre as iniciativas previstas, estão restauros ao vivo que possibilitarão os visitantes interagirem com os conservadores-restauradores de 11 telas que retratam os mártires da Cartuxa de Londre e, pelo que se conhece até ao momento, terão vindo da Cartuxa de Évora.

O programa cultural prevê, também, uma exposição fotográfica sobre as Bem-aventuranças, “Amor Causa”, e visitas interpretativas no mês de julho e setembro, com o padre Edgar Clara, que darão acesso a alguns túneis que estão, neste momento, a ser estudados por uma equipa de arqueólogos da Era – Arqueologia.  A Associação Amigos dos Castelo juntar-se-á ao projeto para desenvolver atividades dirigidas a crianças e adultos. No próximo ano, em abril, será realizado um simpósio sobre o património cultural da Igreja do Castelo e o contexto histórico e arqueológico do próprio bairro do Castelo. 

Experiências para quem visita a Torre da Igreja

  • Visitas ao miradouro da torre sineira
  • Sala multimédia
  • Exposições

Potencial Turístico

No último ano, o Projeto “Torre da Igreja” recebeu cerca de 62 mil visitantes e estima-se que, durante os últimos cinco anos, tenham subido ao miradouro da torre sineira mais de 200 mil pessoas. Já a Igreja de Santa Cruz do Castelo, que tem entrada gratuita na zona de oração, terá recebido perto de 400 mil pessoas.

A história da Igreja de Santa Cruz do Castelo

A Igreja Paroquial do Castelo, também conhecida por Igreja de Santa Cruz, é uma edificação do século XVIII, ocupando a implantação do templo primitivo construído no século XII, onde existiu uma antiga mesquita. Possui um considerável acervo religioso, artístico e cultural e é detentora dos registos paroquiais mais antigos da cidade, datando o primeiro assento de casamento de 26 de setembro de 1536.

Segundo a tradição, era uma mesquita moura que, após a conquista de Lisboa a 25 de outubro de 1147, teria sido purificada e sagrada pelo Arcebispo de Braga, D. João Peculiar, e por mais quatro bispos sufragâneos. Esta sagração terá ocorrido a 1 de novembro desse mesmo ano, para nela entrar o cortejo real, liderado por D. Afonso Henriques, junto com uma relíquia da Santa Cruz, hoje exposta em permanência no interior da igreja.

É um templo de uma única nave, possuindo três capelas de cada lado e respetivas tribunas com estilos artísticos diferentes, nomeadamente barroco, pombalino e neoclássico. Detém, também, uma torre sineira que assenta na torre da muralha da Alcáçova do Castelo de S. Jorge, hoje utilizada como atrativo turístico, através do projeto “Torre da Igreja”.

A Igreja Paroquial do Castelo está ligada ao culto de São Jorge – dedicando-lhe um retábulo -, o santo que venceu os inimigos da fé, padroeiro da conquista da cidade de Lisboa e, tudo indica, trazido pelos ingleses que ajudaram na batalha contra os mouros.

Embora não expostos ao público, a Igreja detém, ainda, nove quadros de autoria de Domingos António de Sequeira, pintor português da segunda metade do século XVIII, que retratam membros da Ordem dos Cartuxos em Martírio.


27/05/2024

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