Cine-Teatro de Tavira e Teatro Municipal de Faro os "grandes ecrãs" por onde vai passar o digital

Foi apresentado ontem no Teatro Municipal em Faro o "Cine Digital", uma rede alternativa de salas de cinema com tecnologia digital que arranca em Portugal com quatro projectos piloto: Tavira, Tondela, Universidade Católica do Porto e Lisboa (monitorização e controlo técnico).

Durante a apresentação desta nova forma de transmitir o cinema José Vitorino, presidente da Câmara Municipal de Faro e do Conselho de Administração do Teatro, anunciou a adesão do Teatro Municipal de Faro a esta rede de salas.

Com o intuito primordial de incentivar e promover uma maior difusão da produção cinematográfica nacional (curtas e longas metragens, documentários e animação), utilizando para isso as novas tecnologias na distribuição de conteúdos, Elísio Oliveira, presidente do Instituto do Cinema Audiovisual e Multimédia (ICAM), entende que esta forma alternativa de cinema "vai criar novos públicos uma vez que o sistema permite levar o cinema, através da Internet, a meios mais desfavorecidos do ponto de vista cultural".

O secretário de Estado da Cultura, Mário Vieira de Carvalho falou em "cinema na área do serviço público" complementando a ideia deixada pelo presidente do ICAM ao dizer que "a rede de cinema digital é uma oportunidade para cinematografias que não têm tanta competitividade e indústria cinematográfica como a americana que é a maioria que passa nos circuitos mais comerciais".

Presentes na cerimónia estiveram também o presidente da Estrutura de Missão da "Faro, Capital Nacional da Cultura", António Rosa Mendes, a programadora da Área do Cinema na FCNC, Anabela Moutinho, o gestor do Programa POSConhecimento, Jaime Quesado, e Tino Navarro, produtor da MGN Filmes, que apresentou o filme "Um tiro no Escuro", o primeiro a ser exibido na sala do Teatro Municipal de Faro.

Como funciona o Cinema Digital

A distribuição dos filmes é feita através de uma rede de dados de banda larga que liga os vários locais de exibição a um servidor central, sediado em Lisboa, onde estão armazenadas as obras cinematográficas em formato digital.

Cada sala de cinema vai estar equipada com um servidor local ligado e um projector de alto grau de qualidade vocacionado apenas para projecção de conteúdos cinematográficos. Para a projecção, as salas terão de estar on-line com uma ligação de banda larga para seleccionar no sistema central os conteúdos que pretende exibir.

Como foi referido ainda durante a apresentação da "Rede Cine Digital" as questões de segurança dos conteúdos estão garantidas porque todos estão encriptados e necessitam de uma palavra chave, fornecida no processo de transferência, bem como de uma descodificação do sinal para o número de exibições autorizadas.