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Casa de Armanda Passos no Porto abre pela primeira vez para mostrar 45 obras da artista

A casa da pintora Armanda Passos, no Porto, vai abrir pela primeira vez as portas ao público para dar a conhecer 45 obras da artista dos anos 1980, três das quais 'carvões', adiantou a curadora.

© Egídio Santos/Universidade do Porto

A exposição “80 anos ARMANDA PASSOS anos 80”, que estará em exibição de 18 de maio a 2 de junho na casa onde a artista viveu as últimas décadas, é composta por pinturas a óleo e carvão dos anos 80 provenientes de coleções públicas e privadas, referiu Fabíola Passos, filha da artista.

O público, que terá entrada gratuita na mostra, poderá ver os “emblemáticos carvões” da Coleção RTP, da Coleção Casa Armanda Passos, conhecido pelo seu réptil descomunal, e da Coleção de Arte Contemporânea da Fundação Altice, esta a obra em maior escala que a artista criou com três metros e meio de largura.

Fabíola Passos explicou que Armanda Passos apenas trabalhou com carvão nos anos 1980, não lhe tendo dado continuidade.

Além destes carvões, poderão também ser vistos óleos da Coleção Maria Barroso-Mário Soares, de Mário Claúdio, de Miguel Cadilhe e da Fundação Millennium BCP, contou.

A curadora e filha da pintora salientou que vai ser possível ver obras que estão no domínio familiar e doméstico e, por isso, inéditas, em termos de apresentação pública.

A exposição, que visa celebrar os 80 anos do nascimento de Armanda Passos, é também a oportunidade de dar a conhecer a obra de uma “grande e resiliente pintora”, sublinhou.

Na obra de Armanda Passos estão muito presentes figuras de mulheres, animais e cores vivas. A artista começou a expor em 1976, participou em diversas exposições individuais e coletivas e representou Portugal em bienais internacionais.

Dizendo que a mãe era uma defensora da natureza e dos seres vivos, Fabíola Passos ressalvou que as suas obras “quase dispensam assinatura” porque olha-se para elas e percebe-se que são da Armanda Passos.

E acrescentou: “Não há confusão, são obras limpas”.

A curadora lembrou que a pintora teve uma fase em que usava os cinzas, depois os azuis e os laranjas e, no final, os brancos sobre pretos.

Na sua opinião, as diferentes fases representam diferentes estados vivenciais da artista, refletindo-se nas pinturas.

Armanda Passos era uma pintora que não tinha medo da cor e isso “é genial”, comentou.

A exposição estará aberta ao público de 18 de maio a 2 de junho, entre as 14h30 e as 19h30, e terá visitas guiadas gratuitas durante o fim de semana.

Armanda Passos nasceu em 1944 no Peso da Régua, distrito de Vila Real, e faleceu em 19 de outubro de 2021 no Porto, aos 77 anos, vítima de doença.

A artista licenciou-se na Escola Superior de Belas Artes do Porto e as suas obras fazem parte das maiores coleções de arte do país como a Coleção de Arte Contemporânea do Estado, Museu Nacional de Arte Contemporânea, Fundação Calouste Gulbenkian, Museu de Serralves e Museu do Oriente.


Fonte: LUSA | 14 de maio de 2024

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