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Panteão expõe imagens do fotojornalista Fausto Giaccone captadas no Alentejo
Uma exposição que reúne imagens captadas pelo fotojornalista italiano Fausto Giaccone em agosto de 1975, no Alentejo, é inaugurada na terça-feira, no Panteão Nacional, em Lisboa, no âmbito das celebrações dos 50 anos do 25 de Abril.
Organizada pelo Instituto Italiano de Cultura (IIC) de Lisboa e pelo Panteão Nacional, a exposição reúne 56 fotografias e vai ficar patente até 25 de agosto, segundo a organização da mostra que terá entrada livre na terça-feira.
Na inauguração estará Fausto Giaccone, fotojornalista que acompanhou uma jornada de ocupação de latifúndios na aldeia ribatejana do Couço.
Nesse dia, reuniu um testemunho fotográfico que revela o dinamismo e alegria vivida pelos trabalhadores rurais quando, nos campos do sul do país, construíam a reforma agrária por sua própria iniciativa.
Embora os acontecimentos retratados pela objetiva do fotógrafo tenham ocorrido 15 meses após a Revolução dos Cravos, o IIC entende o 25 de Abril "no seu sentido dilatado, que vai até ao outono de 1975, considerando a ocupação das terras alentejanas no verão desse ano como uma natural consequência da afirmação das exigências democráticas de igualdade formal e substancial, que estava na base do golpe dos capitães e das constituições italiana e portuguesa", escreve o diretor do IIC, Stefano Scaramuzzino, num texto introdutório do catálogo.
Nas fotos de Fausto Giaccone, a revolução portuguesa mostra-se com uma imensa bandeira vermelha e mulheres de chapéu colorido, num atrelado de trator engalanado, nos dias de agosto de 1975, a caminho das ocupações de terras, no processo de reforma agrária que avançou após a revolução.
"Acontecimentos entrelaçados e paralelos, unidos pela euforia, pela organização, pela desilusão e, finalmente, pela ´ressaca´, mas destinados a oferecer um exemplo duradouro com a demonstração de que a utopia era possível, suscitando o interesse mundial pelo sucedimento mais importante dos últimos anos, como o definiu o filósofo francês Jean-Paul Sartre, que exerceu uma atração particular sobre os intelectuais italianos", recorda.
Nascido em Palermo, e residente em Milão, Giaccone possui uma carreira de quase 40 anos, com grandes reportagens feitas um pouco por todo o mundo.
A visita à exposição está incluída no bilhete de acesso ao Panteão Nacional.
Fonte: LUSA | 6 de maio de 2024