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Essa vaga lembrança do «eu» na história
Assírio & Alvim publica Como se Faz um Romance, de Miguel de Unamuno, o novo título da coleção Gato Maltês.
A partir da criação do personagem U. Jugo de la Raza, Miguel de Unamuno cria uma versão ficcional de si mesmo, num enredo descontínuo e frequentemente interrompido pelas opiniões do seu autor. Nas páginas de Como se Faz um Romance encontramos, num tom amargurado, os temas de sempre: a política, a família, a morte e a situação governativa do seu país. Íntima e feroz, esta é uma obra inclassificável, um exercício de mestria deste grande escritor espanhol. A tradução é de Pedro Ventura.
Escrito em «manhãs infernais» de solidão, num quartinho em Paris, no verão de 1925, a produção desta narrativa como que «consumiu» o autor, que o confessa no prólogo. «Penso que não voltarei a passar por uma experiência íntima tão trágica», escreve analisando esses tempos quando já pesavam sobre si os sessenta anos de idade e também «inefáveis recordações de além-berço», essa «vaga lembrança das nossas raízes na eternidade da história».
O livro já se encontra disponível online e nas livrarias.
SOBRE O LIVRO
Título: Como se Faz um Romance
Autor: Miguel de Unamuno
Tradução: Pedro Ventura
N.º de Páginas: 144
PVP: 8,85€
Coleção: Gato Maltês
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SOBRE O AUTOR
Miguel de Unamuno y Jugo nasceu a 29 de setembro de 1864 em Bilbau, cidade em que viveu toda a infância e adolescência. Porém, foi em Salamanca que se fixou e permaneceu quase ininterruptamente o resto da sua vida e onde faleceu no último dia do ano de 1936, depois de uma intensa vida social, política, académica e intelectual. Cursou Filosofia e Letras na Universidade de Madrid, vindo a ser nomeado reitor da Universidade de Salamanca, cargo do qual seria destituído várias vezes por razões políticas. Apesar da sua conturbada vida política, Unamuno permaneceu um escritor infatigável, produzindo mais de três dezenas de obras que vão da filosofia ao romance, à poesia e ao teatro. Vida de Dom Quixote e Sancho (1905), Do Sentimento Trágico da Vida (1913) e A Agonia do Cristianismo (1925) contam-se entre as principais obras daquele que foi designado, por força do seu activismo e constante crítica das autoridades, o «Prometeu Espanhol».