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"Corações de musgo" de Nuno Garcia Lopes: Mais do que um livro, uma ponte entre a poesia espanhola e a portuguesa

Novo livro do poeta tomarense foi lançado no passado fim-de-semana, simbolicamente, com uma sessão na Biblioteca Municipal de Vila Real de Santo António e outra na Associación Cultural Santiago Aguaded Landero (ACSAL), na cidade espanhola de Lepe.

Vila Real de Santo António – Vítor Gil Cardeira, Santiago Aguaded Landero, NGL e Assunção Constantino

A obra foi vencedora do II Prémio de Ecopoesia Ponte do Guadiana, que pretende, precisamente, fazer a ponte entre a poesia dos dois países.

Primeiro livro traduzido de Nuno Garcia Lopes, teve a particularidade de ser publicado originalmente em Espanha, em edição bilingue, um reconhecimento literário importante mas que, para o autor, se tornou secundário perante a importância que descobriu ter este prémio como forma de construir pontes entre os artífices das palavras dos dois lados da fronteira.

Uma situação que foi bem visível nas duas sessões de lançamento, em que ambos os idiomas fluíram de forma natural numa procura comum de valorizar a relevância das palavras ditas e escritas enquanto factores de comunicação e de fruição estética.

Por isso mesmo, o Prémio de Ecopoesia Ponte do Guadiana vai ter nova edição no final deste ano, mais uma vez aberta a poetas dos dois países, representando uma oportunidade de relevo para a sua internacionalização. Está também previsto, para Setembro do próximo ano, a realização em Lepe de um encontro de poesia luso-andaluz.

Com capa igualmente tomarense, do fotógrafo José Ribeiro, “Corazones de musgo / Corações de musgo” foi escrito entre os finais de 2018 e princípio de 2019, com a particularidade de todos os poemas terem quatro versos, num processo de depuração das palavras e de síntese das ideias que Nuno Garcia Lopes aprofundaria ainda mais no poemário seguinte, por enquanto inédito. Depuração que aconteceu também com a exclusão de um número significativo dos poemas originais, de modo a que sobrassem apenas aqueles que resistissem à erosão da leitura.

Curiosamente, alguns dos escolhidos tinham sido escritos precisamente em Espanha, embora o texto, quer como um todo, quer individualmente, nunca se situe em nenhum lugar geograficamente cartografado, mas antes num espaço amplo e natural, pré-existente a qualquer fronteira humana.

O livro será apresentado em Tomar na 14ª edição da Feira do Livro, que terá lugar no Complexo Cultural da Levada entre os dias 31 de maio e 10 de junho, mas pode desde já ser adquirido através do site www.nunogarcialopes.pt 

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