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Vinte e duas falas para uma revolução
Cinquenta anos volvidos sobre o 25 de Abril, a Assírio & Alvim publica Cravo, de Maria Velho da Costa, agora numa edição com desenhos especialmente concebidos por Ilda David.
Publicado em 1976, Cravo é um conjunto de vinte e dois textos – entre a crónica, a poesia, o manifesto ou o ensaio –, ligados pelo impacto do 25 de Abril de 1974. Nos 50 anos desta data histórica, este livro de Maria Velho da Costa é imprescindível para compreender Portugal, para pensar o país, a Revolução, as mulheres e a condição dos escritores.
O livro já se encontra em pré-venda e estará disponível nas livrarias a 21 de março de 2024.
«Elas fizeram greves de braços caídos. Elas brigaram em casa para ir ao sindicato e à junta. Elas gritaram à vizinha que era fascista. Elas souberam dizer salário igual e creches e cantinas. Elas vieram para a rua de encarnado. Elas foram pedir para ali uma estrada de alcatrão e canos de água. Elas gritaram muito. Elas encheram as ruas de cravos. Elas disseram à mãe e à sogra que isso era dantes. […] Elas acendem o lume. Elas cortam o pão e aquecem o café esfriado. São elas que acordam pela manhã as bestas, os homens e as crianças adormecidas.
Dezembro 1975»
SOBRE O LIVRO
Título: Cravo
Autora: Maria Velho da Costa
Desenhos: Ilda David'
N.º de Páginas: 192
PVP: 16,65€
Coleção: A Phala
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SOBRE A AUTORA
Maria Velho da Costa
Nascida a 26 de junho de 1938, em Lisboa, licenciou-se em Filologia Germânica pela Universidade de Lisboa e obteve o curso de Grupo-Análise da Sociedade Portuguesa de Neurologia e Psiquiatria. Ficcionista, ensaísta e dramaturga, é coautora, com Maria Isabel Barreno e Maria Teresa Horta, de Novas Cartas Portuguesas (1972), um livro que se tornou um marco no nosso país pela abordagem da situação das mulheres nas sociedades contemporâneas. A sua escrita situa-se numa linha de experimentalismo linguístico que viria a renovar a literatura portuguesa. A sua obra conquistou diversos prémios literários de que destacamos o Prémio Camões (2002).