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Um romance que defende o valor das mulheres comuns e originou o #metoo coreano

Na Coreia do Sul, um romance chamado Kim Jiyoung, nascida em 1982, de Cho Nam-Joo, tornou-se uma sensação quando foi lançado, vendendo mais de um milhão de exemplares. 

O livro, que pretendeu tornar públicas as experiências pessoais de qualquer mulher coreana – e não só –, afirmando que “Kim Jiyoung somos todas nós”, chega aos escaparates nacionais a 7 de março de 2024, com chancela Singular.

A história pode parecer semelhante a tantas outras. Nela, a protagonista, Kim Jiyoung, uma mulher comum na casa dos 30, conta as peripécias da sua vida. Não há casos amorosos, não há crimes, nem reviravoltas na história. Mas o livro está cheio de desmoralizantes ameaças à autodeterminação de Kim, uma mulher comum na sociedade patriarcal e punitiva da Coreia. Kim é uma boa aluna que não recebe qualquer recomendação para estágios. Uma funcionária modelo que é esquecida nas promoções. Uma esposa que abdica da sua independência por uma vida doméstica.

O livro e o seu amplo sucesso permitiram às mulheres falar em voz alta sobre dores e traumas há muito enterrados. Tornou-se parte da mais recente onda de feminismo coreano, que eclodiu nos maiores protestos pelos direitos das mulheres na história da Coreia em 2018 — e um movimento para se levantar contra ideais de beleza rígidos, chamado Escape the Corset, bem como apelos #MeToo para uma acusação mais forte contra a violência sexual e o abuso doméstico.

O poder provocador do romance tem a mesma origem que a sua total e esmagadora banalidade: ao contar a história de Kim Jiyoung — cujo nome é, à falta de uma expressão no feminino, o equivalente coreano de "Zé Ninguém” — o romance de Cho Nam-Joo deu voz à mulher comum que não é ouvida.

SOBRE O LIVRO
Kim Jiyoung, nascida em 1982
Quem é Kim Jiyoung?
Kim Jiyoung é uma menina nascida numa família que queria um menino. Uma irmã obrigada a dividir um quarto enquanto o irmão fica com um só para ele.
Uma rapariga perseguida na escola por professores do sexo masculino. Uma filha cujo pai a culpa quando ela é assediada na rua.
Kim Jiyoung é uma boa aluna que não recebe qualquer recomendação para estágios.
Uma funcionária-modelo que é esquecida nas promoções. Uma esposa que abdica da sua independência por uma vida doméstica.
Kim Jiyoung começou a agir de forma estranha.
Kim Jiyoung está deprimida.
Kim Jiyoung é todas as mulheres.

Ver primeiras páginas  

Título: Kim Jiyoung, nascida em 1982
Autor: Cho Nam-Joo
Tradução: Cláudia Ramos
Páginas: 184
PVP: 16,65€ 

SOBRE A AUTORA

Cho Nam-Joo
Nasceu em Seul, na Coreia do Sul, e foi guionista para televisão.
Para escrever este livro, baseou-se na sua própria experiência como uma mulher que deixou o emprego para se tornar dona de casa depois do nascimento da filha.
Kim Jiyoung, nascida em 1982 é o seu terceiro romance, teve grande impacto nos debates sobre desigualdade e discriminação de género tanto no seu país como no resto do mundo.
O livro foi traduzido para mais de 20 idiomas e vendeu mais de 2 milhões de exemplares em todo o mundo. 
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