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Fresco com o mito de Helle e Phrixus descoberto nas escavações em Pompeia
Um novo fresco em perfeito estado de conservação, que conta o mito dos irmãos Helle e Phrixus, surgiu nas escavações que estão a ser realizadas em Pompeia, a cidade romana soterrada pela erupção do Vesúvio em 79 d.C.
A obra sobre o mito dos irmãos Helle e Phrixus, que escapam de sua madrasta Beócia nas costas do carneiro de ouro, está localizada na chamada Casa di Leda em Reggio V, que surpreende pelo luxo e onde, depois de ter sido encontrado o fresco de ‘Leda e o cisne’ e outro sobre Narciso há alguns anos, as escavações continuam.
“Um mito antigo, mas também muito atual: durante a fuga, a jovem Helle caiu ao mar e afogou-se”, explicou o diretor do parque arqueológico, Gabriel Zuchtriegel, em conferência de imprensa.
Zuchtriegel acrescentou que “embora ainda estejam a ser realizados estudos e verificações, levanta-se a hipótese de que o novo fresco possa ser atribuído à mesma oficina que funcionou na casa Leda, que continuará a ser assim chamada até que haja provas que permitam aferir o nome do proprietário".
Nestas escavações vão surgindo outras divisões da casa de Leda, algumas destas comunicáveis, e duas novas ‘domus’ (casas romanas) situadas a norte e a sul, respetivamente.
A ‘domus’ norte é atualmente composta por seis salas com decorações de quarto que representam natureza morta e imagens de motivos de lagos, explicaram os arqueólogos na conferência de imprensa.
Num destes espaços foram encontrados uma escada e um larário, um altar utilizado pelos romanos, com uma estante de mármore e entre as decorações do quarto que cobrem as paredes, a pintura mitológica que representa Phrixus e Helle a fugirem num carneiro de ouro O diretor do parque arqueológico explicou que as operações de escavação atualmente em curso visam restaurar todo o sistema planimétrico da casa Leda e adquirir dados suficientes para definir as divisões principais das duas ‘domus’ vizinhas a norte e a sul.
Paralelamente, são realizadas as operações de limpeza dos resíduos vulcânicos das paredes com frescos, dando-se assim a consolidação da camada superficial e profunda e iniciando-se a fase de restauro pictórico.
Fonte: LUSA | 2 de março de 2024