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Serralves recebe coleção do galerista Mário Teixeira da Silva

O acervo com obras de arte de mais de 200 artistas plásticos vai ficar em depósito na Fundação de Serralves, no Porto. A coleção inclui obras de Helena Almeida, Julião Sarmento ou Jorge Queiroz.

© Estela Silva/Lusa

A coleção Mário Teixeira da Silva, que reúne obras de arte de mais de 200 artistas plásticos, vai ser entregue em depósito à Fundação de Serralves. O contrato já foi assinado.

A coleção, que foi construída pelo galerista Mário Teixeira da Silva (1947-2023) ao longo de cerca de cinco décadas, é marcada pela sua "diversidade", constituindo um dos "mais importantes reportórios fotográficos de arte contemporânea em Portugal", lê-se um comunicado de Serralves.

Entre os artistas representados na coleção a Fundação de Serralves destaca os portugueses Helena Almeida (1934-2018), Julião Sarmento (1948-2021), Pedro Casqueiro, António Júlio Duarte, Jorge Queiroz e João Jacinto.

A coleção Mário Teixeira da Silva inclui também núcleos de Gérard Castello-Lopes (1925-2011), Bernard Faucon, Charles Fréger, Oriol Maspons (1928-2013), Lisa Milroy, Jack Pierson, Sérgio Santimaro, Wolfgang Tillmans, James Welling e Francesca Woodmand (1958-1981).

Ao assinar o contrato de depósito de longa duração, Serralves vai ter oportunidade de "diversificar os seus próprios depósitos", bem como vai poder complementar a representação de alguns artistas já presentes na sua coleção, apresentar exposições monográficas ou temáticas e desenvolver novas bolsas de estudo e iniciativas educativas.

Na mesma nota, a família de Mário Teixeira da Silva considera que o depósito em Serralves vai permitir preservar e dar o máximo de visibilidade à sua coleção, um "dos mais importantes galeristas e promotor de talentos na Arte em Portugal".

"Foi cumprida a vontade do meu irmão, já que a sua coleção ficará no museu de maior projeção nacional e internacional, garantindo a visibilidade e promoção da sua coleção. Serralves é para a família a opção mais consistente", declarou a irmã do artista, Isabel Teixeira da Silva.

Para além deste depósito, o contrato prevê também a doação a Serralves de uma obra do belga Wim Delvoye, intitulada "Chantier".

Nascido no Porto, Mário Teixeira da Silva licenciou-se em Engenharia Química e tinha formação em Museologia, destacando-se ao longo de 50 anos tanto como galerista como colecionador de arte.

Em maio de 1975 abriu no Porto o Módulo - Centro Difusor de Arte e quatro anos depois concretizou a galeria em Lisboa, mantendo os dois polos durante vários anos até se mudar, já neste século, para a capital.

Serralves recordou, ainda, que "a ligação do colecionador e galerista a Serralves remonta também à década de 70 do século passado, mesmo antes da criação da própria Fundação, pois, Teixeira da Silva colaborou vivamente com Fernando Pernes e Etheline Rosas no Centro de Arte Contemporânea sediado no Museu Soares dos Reis entre 1975 e 1979", que veio a dar origem à Fundação de Serralves.

Em 2022, parte da coleção de arte de Mário Teixeira da Silva foi exposta pela primeira vez em Portugal, no Museu de Arte Contemporânea - Museu do Chiado, em Lisboa, com curadora de Adelaide Duarte.

A exposição contava com 175 obras, de artistas como Alberto Carneiro, Julião Sarmento, Hamish Fulton, Jochen Gerz, João Jacinto, Adriana Varejão e Wolfgang Tillmans. 

 


por Maria João Costa com Lusa in Renascença | 8 de fevereiro de 2024
Notícia no âmbito da parceira Centro Nacional de Cultura | Rádio Renascença

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