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Professores do Tâmega e Sousa juntaram-se para encenar textos pedagógicos
Um grupo de professores que leciona em escolas da região do Tâmega e Sousa criou um grupo para encenar textos de teatro com interesse pedagógico e apresentá-los aos alunos.
A maioria dos integrantes do grupo “ProfeTrolls” dá aulas na disciplina de português, mas há outras áreas pedagógicas representadas, contou o professor Pedro Araújo, docente em Penafiel, no distrito do Porto.
“O que une estes professores é o gosto pelo teatro”, destacou, revelando que o projeto teve a sua semente há alguns anos, na Escola Secundária de Felgueiras, quando existiu um grupo, envolvendo professores e alunos, que apresentava regularmente algumas encenações.
Ao longo dos anos, os professores que participaram naquele projeto foram-se distribuindo por outras escolas da região e alguns deles, disse, reúnem-se outra vez neste novo projeto, que assenta numa associação, entretanto formada.
Uma das premissas do “ProfeTrolls” é o “respeito pelos textos que se propõe encenar”, sinalizou.
Para Pedro Araújo, “estas representações podem funcionar como motivo de estudo destes textos em sala de aula ou como consolidação daquilo que já foi estudado”.
A primeira encenação, “A Farsa de Inês Pereira”, um texto de Gil Vicente, envolvendo 12 professores e quatro jovens músicos, que compuseram as músicas e atuam ao vivo, estreou na escola de Felgueiras (Porto).
No ensaio geral, a professora Elisabete Freitas, docente de português em Paços de Ferreira (Porto) que representa a personagem de Inês Pereira, disse que os docentes estão unidos neste projeto pela paixão de representarem em palco, mas também pelo interesse em potenciar o que consideram ser uma ferramenta pedagógica.
“Tem sido uma experiência fantástica”, comentou, mostrando-se confiante que a representação destes textos facilitará aos alunos o estudo da obra lecionada em sala de aula.
O grupo já tem outros momentos fechados para representar “A Farsa de Inês Pereira”, marcados para as escolas de Penafiel, Celorico de Basto e Cabeceiras de Basto (Braga), bem como de Mondim de Basto (Vila Real), havendo ainda duas datas livres.
O próximo trabalho será uma encenação de “Os Maias”, de Eça de Queiroz, que subirá ao placo ainda neste ano letivo, avançou Pedro Araújo.
Uma das dificuldades do projeto, reconheceu o docente, têm sido as agendas dos professores, por estarem no ativo. Essa circunstância, anotou, dificulta a disponibilidade de horários para os ensaios, obrigando à utilização das interrupções letivas, o que tem acontecido.
Trata-se, porém, de um esforço que tem valido a pena, acentuou, aludindo ao interesse didático e pedagógico da atividade.
O docente avançou que a associação está aberta à participação de mais professores da região que gostem de teatro e que se queiram juntar ao projeto.
Fonte: LUSA | 10 de janeiro de 2023