"É de Cultura como instrumento para a felicidade, como arma para o civismo, como via para o entendimento dos povos que vos quero falar"

Publicações

Melhores Livros de 2023

Como habitualmente o Centro Nacional de Cultura escolheu 25 livros de entre os que consideramos valerem a pena.

A lista não é exaustiva e a ordem é aleatória.
Boas leituras!

“Misericórdia”, de Lídia Jorge
Dom Quixote

"A história que a mãe de Lídia Jorge lhe pediu que escrevesse. Misericórdia é um dos livros mais audaciosos da literatura portuguesa dos últimos tempos. Como a autora consegue que ele seja ao mesmo tempo brutal e esperançoso, irónico e amável, misto de choro e riso, é uma verdadeira proeza.
Não são necessárias muitas palavras para apresentá-lo – o diário do último ano de vida de uma mulher incorpora no seu relato o fulgor das existências cruzadas num ambiente concentracionário, e transforma-se no testemunho admirável da condição humana. Isso acontece porque o milagre da literatura está presente.
Nos tempos que correm, depois do enfrentamento global de provas tão decisivas para a Humanidade, esperávamos por um livro assim. Lídia Jorge escreveu-o."

“Teoria das Nuvens”, de Mário Cláudio
Dom Quixote

«Numa cidade portuguesa, facilmente identificável, mas também na Espanha do Século de Oiro, um punhado de personagens ruma ao horizonte da sua redenção. Uma fotógrafa e um músico, uma empregada doméstica, e um académico da literatura, um velho coleccionador, um poeta místico, e uma criança eterna, encontram-se e desencontram-se ao sabor do acaso. Correm as nuvens sobre os passos que levam, companheiras da idade humana que lhes coube trilhar.»
Assim apresenta o escritor Mário Cláudio - ficcionista multipremiado e com uma obra invulgarmente variada - o seu mais recente romance, Teoria das Nuvens, uma deliciosa fábula urbana, capaz de nos arrancar umas valentes gargalhadas, apesar de por ela passarem uma bibliotecária deprimida, um professor universitário às voltas com uma tese, ou um menino de três anos, filho de uma prostituta e com uma deficiência cardíaca incurável. Um feito de que só um grande romancista seria capaz.

O Dever de Deslumbrar - Biografia de Natália Correia, de Filipa Martins
Contraponto Editores

Natália: por vezes fêmea, por vezes monja, uma mulher de carisma paralisante. Intimidando pela verve de aríete e pela beleza, Natália Correia simbolizou, como poucos, as inquietações do século XX português. Precoce e radical no pensamento feminino, vítima de efabulações e de mitos, incompreendida e amada, lançou um olhar oracular sobre o seu tempo. Em tertúlias, que eram verdadeiras olimpíadas da confraternização lisboeta, o seu traço aglutinador envolvia, juntamente com o fumo dos cigarros, intelectuais e admiradores, que se irmanavam com párias e malditos em ideias e poemas de vanguarda. Mulher deslumbrante e carismática, equiparada às maiores pensadoras europeias e às estrelas de Hollywood, atacou o Regime onde mais lhe doía – na moral caduca –, elegeu o erotismo como arma política e tornou-se a autora mais censurada da ditadura. Já no bar que fundou em Lisboa, fez e desfez governos à batuta da sua boquilha. Nesta biografia, da autoria de uma das vozes mais seguras da nova literatura portuguesa, convivem a libertária e a conservadora, avessa a expor a sua atribulada vida íntima, a mulher que desprezava a política partidária e que nela viveu, inclusive como deputada; o espírito frágil e o temperamento intempestivo; o polémico exercício de funções diretivas em órgãos de imprensa e a defesa intransigente das causas maiores; e, em todas as páginas, as contradições e coerências de uma pensadora capaz de criar para si própria uma narrativa que não a torturasse pelas escolhas que fez.

“Os Rostos que Tenho”, de Nélida Piñon
Temas & Debates

«Sorrindo, e mantendo entre mãos um livro que segurava ao peito, a escritora brasileira oferecia ao público português a imagem da sua pessoa inteira e estava grata. Nélida sabia aceitar os sinais de gratidão porque ela sempre foi, para além de uma talentosa escritora, uma figura dada ao reconhecimento dos outros. […] Diria, pois, que este livro não careceria de qualquer apresentação, ele próprio se vai apresentando por si mesmo, à medida que os fragmentos numerados se sucedem, desde o primeiro com o título de Eternidade em que a autora, transformando essas duas páginas numa espécie de longo incipit, anuncia de imediato ao que vem, até à crónica número 74, intitulada O Mutismo de Deus, na qual explica em síntese a génese da sua atividade como criadora, e o sentido da sua vida como pessoa da arte e da cultura em face do mundo e da humanidade. Raramente uma artista consegue ser tão explícita sobre a forma como se engendra na profundidade do ser a origem das suas multiplicidades.» Do Prefácio de Lídia Jorge

“As Cinco Mães de Serafim”, de Rodrigo Guedes de Carvalho
Dom Quixote

O que é uma família?
Foz do Douro, 1923. Nasce Maria Virgínia Landim da Silva, em casa imponente da alta burguesia. Demonstra desde criança uma personalidade vincada, a firmeza de um propósito, um sentido de missão.
Foz do Douro, 2023. O maestro Miguel Serafim, filho de Maria Virgínia, aguarda com ansiedade o reencontro com um amigo de adolescência que não vê há décadas. Abraçam-se, emocionados. Têm de preparar a celebração de um aniversário muito especial. E assim começamos a percorrer uma história que se estende por um século.
Há paixões, fé e mentiras, numa galeria de personagens inesquecíveis. Juras e traições. Segredos tão fundos e inconfessáveis que nos fazem regressar constantemente à pergunta: o que é uma família?
Em múltiplos cruzamentos entre o Porto, o Minho, a Galiza e Trás-os-Montes, o romance viaja entre o nevoeiro de um passado doloroso e a força terna da união de três amigos de infância.
Talvez a amizade seja um outro nome para família.
Talvez a amizade seja um outro nome do amor.

“História de Roma”, de Joana Bértholo
Editorial Caminho

Duas pessoas que foram outrora um casal encontram-se passados dez anos de se separarem. Ela, lisboeta, condu-lo a ele, o estrangeiro, por diferentes percursos na sua cidade, enquanto desnovelam memórias. Na tentativa de estabelecer um passado comum, raros são os trajectos que coincidem. Resta-lhes os nomes de certas ruas, de certas cidades — Buenos Aires, Berlim, Marselha, Beirute que se tornam topografias íntimas, que não poderão mais ser visitadas, como o nome da filha que nunca tiveram.


“Antes que me esqueça”, de Francisco Seixas da Costa
Dom Quixote

«Sem querer estar a repetir a fórmula que Magritte usou para a imagem do cachimbo, começo por deixar claro que as recordações que junto neste volume, embora podendo à primeira vista parecê-lo, não representam as memórias das quase quatro décadas que passei na diplomacia e, conjunturalmente, na atividade política. Não excluo que, um dia, possa ir por esse caminho, mas não é o caso deste livro. Aqui apenas se acolhem textos que fui inserindo, entre 2009 e 2022, no meu blogue Duas ou Três Coisas, nos quais registei factos, episódios e retratos retirados daquelas minhas experiências, que entendi poderem oferecer algum interesse de leitura. São o produto de uma escrita solta, ao ritmo rápido da tecla, ao jeito da linguagem despretensiosa que é corrente nas plataformas de comunicação imediata.» Francisco Seixas da Costa

“Morte e Democracia”, de José Gil
Relógio d’Água Editores

A morte traça uma fronteira-limite do pensamento. Para lá dela, nada há a experienciar ou a pensar. Fractura radical, deixa-nos à beira de um impensável abismo. Para o transpor, inventámos a transcendência e a imortalidade. E com elas surgiram as teocracias, as realezas mágicas e os regimes políticos que criaram as maiores desigualdades e injustiças. A democracia nasceu destituindo a transcendência religiosa do seu estatuto fundador da ordem política. E a imanência trará consigo, em princípio, uma possibilidade de igualdade e de justiça. Porque não deixam as democracias modernas de abrir aporta aos poderes autocráticos neofascistas?Certos resíduos da antiga transcendência parecem permanecer nas estruturas jurídico-políticas e nos mínimos gestos da cidadania democrática. Como fazer para os ultrapassar? Poder-se-á conceber um sistema democrático plenamente imanente que impeça a crença na imortalidade da alma de perverter a acção política? Que aconteceria então aos mortos, que celebramos e veneramos, que sustentam as nossas vidas? Deixariam as suas memórias de nos confortar e os seus espectros e fantasmas de nos assombrar e inquietar? Podem as nossas decisões em vida ser influenciadas pelo destino que damos aos mortos?

“Angola e o Atlântico – Colonialismo, Colonialidade e Epistemologia Descolonial”, de Luís Gaivão
Autores Clube

Na segunda metade do século XX e neste século, muitos outros pensadores sul-americanos e africanos vêm estudando o fenómeno diverso dos colonialismos no Sul e vêm conseguindo reatar os laços possíveis com as epistemologias e saberes ancestrais, onde o pensamento eurocêntrico não penetrou por completo.
O intuito deste livro é refletir sobre estes colonialismos no Sul, através de pensadores do Sul, cujas realidades são bem distintas dos colonialismos do Norte e ao pensar sobre o passado dos colonialismos ibéricos conhecer o que eles transformaram na História do Atlântico, particularmente, aqui, na de Angola.
No fundo, trata-se de colocar Angola e a sua História diante de si própria, e ajudar a descobrir a união entre o que passou e o que se vai passar, preenchendo com novos padrões societais (ecologia de saberes) os espaços vazios que a permanência colonial provocou, mas aproveitando dela a entrada na modernidade. Não a eurocêntrica, mas humana e natural, do Sul, do Atlântico e de Angola.

“As Outras Crónicas”, de António Lobo Antunes
Dom Quixote

Quase duas centenas de crónicas publicadas entre 2013 e 2019 na revista Visão são uma demonstração do poder de observação que tem o autor das pessoas e dos ambientes, do entendimento do mundo e dos homens - do que pode haver de burlesco ou transcendente nas suas vidas -, das relações amorosas ou familiares, dos mistérios da vida e da morte, da literatura, das viagens, dos amigos.
No Prefácio a estas crónicas escreve Daniel Sampaio sobre a obra e o autor: «As outras crónicas, reunidas neste volume, são uma demonstração clara da sua criatividade e da capacidade de falar dos temas do quotidiano ao leitor comum (…).
Os temas são muito variados e embora o conjunto tenha grande coerência, qualquer um de nós pode ler estas crónicas como quiser, sem se preocupar em seguir uma ordem. Como terapeuta familiar, interessaram-me sobretudo as que escreveu sobre a família, pais, irmãos, avós, tios e primos, numa extraordinária galeria de personagens inesquecíveis.»

“O Eu é um Outro (Septologia III-V)”, de Jon Fosse
Cavalo de Ferro

Asle, um velho pintor viúvo e solitário, está a preparar a sua próxima exposição em Bjørgvin, como sempre acontece na época do Advento. Defronte da sua última tela, Asle embarca numa longa meditação sobre os seus tempos de infância e de juventude, marcados por uma mãe severa e um pai afável, pela descoberta do álcool e da vocação para a pintura, pelo primeiro encontro com um outro Asle, também ele pintor, seu doppelgänger, que o encoraja a candidatar-se à Escola de Belas-Artes, onde conhecerá Ales, por quem se apaixonará e mudará de vida. Segundo volume de Septologia, uma das obras de ficção mais importantes da actual literatura escandinava, O Eu É um Outro é um romance sobre o amor, a arte, Deus, a passagem do tempo e a morte escrito na prosa encantatória e quase sagrada do originalíssimo e aclamado escritor norueguês Jon Fosse. «Podemos desde já reconhecer a ambição de Septologia, a sua evidente mestria.» Pedro Mexia, Expresso «Este novo projecto reforça o [seu] estatuto como uma das vozes mais singulares da literatura europeia das últimas décadas.» Luís Ricardo Duarte, Visão «A fusão que Fosse faz entre o trivial e o existencial, juntamente com as suas incursões dramáticas no passado, torna-a uma obra de leitura insaciável: sente-se a enorme importância de Septologia.» The Guardian «Com Septologia, Jon Fosse leva o romance para outro patamar.» Neue Zürcher Zeitung

“Libertação”, de Sandor Marai
Dom Quixote

Cerco de Budapeste, dezembro de 1944. O Exército Vermelho encontra-se nas proximidades da cidade desde novembro e está prestes a conquistar a capital húngara.

Nos dias que antecedem o Natal, uma jovem mulher de vinte e cinco anos, Erzsébet, procura refúgio para o seu pai, um famoso cientista, astrónomo e matemático que é perseguido pela Gestapo e por militantes do Partido da Cruz Flechada devido às suas conhecidas simpatias liberais. Depois de o deixar em segurança num minúsculo esconderijo subterrâneo, Erzsébet refugia-se na cave do prédio em frente, juntamente com os habitantes desse e de outros prédios das redondezas. Aí permanece durante as quatro semanas que durará o cerco do Exército Vermelho a Budapeste.
Nesse submundo escuro, fétido e caótico, onde as pessoas se amontoam em colchões e as tensões estão ao rubro, Erzsébet nunca deixará de acreditar que a libertação há de vir, que os russos chegarão em breve e que tudo irá mudar. Finalmente, nas primeiras horas do dia 19 de janeiro, o primeiro soldado soviético aparece à porta do abrigo, mas nada será como Erzsébet tinha imaginado.

“Morte a Crédito”, de Louis-Ferdinand Céline
Livros do Brasil

«Voltei a apanhar uma revoada de estalos por querer brincar em lugar de aprender. Nas aulas não percebia grande coisa. O meu pai descobriu uma vez mais que eu era de facto um cretino.»
Paris, anos trinta. Ferdinand trabalha como médico num bairro pobre e, assistindo diariamente à miséria humana, deixa-se deambular pelas memórias da sua infância. Criado numa escura passagem da capital francesa, aprendeu a sobreviver entre a pobreza, a fantasia e os negócios duvidosos. Das revoltas de criança às exigências dos primeiros empregos, de uma educação em Inglaterra à amizade com um inventor excêntrico, a sua história é narrada num estilo frenético e delirante, misto de drama real e devaneio juvenil. O resultado é um texto de grande crueza, simultaneamente apaixonante e comovente pela poesia da sua escrita. Morte a Crédito foi publicado originalmente em 1936 e caiu como um relâmpago no meio literário francês. Permanece como uma experiência de leitura fascinante, exemplo do génio de um dos maiores novelistas franceses do século XX. A tradução portuguesa é de Luiza Neto Jorge.

O Mundo de Ontem – Recordações de Um Europeu”, de Stefan Zweig
Assírio & Alvim

"O Mundo de Ontem", livro de memórias de Stefan Zweig, é o retrato nostálgico de um mundo desaparecido — o da Viena, o da Europa anterior a 1914 —, a que se contrapõe o período conturbado de duas guerras mundiais, intercaladas por uma curta época de paz e de esperança no renascimento da Europa. Trata-se, pois, de uma obra que permite ao leitor inteirar-se das principais mudanças ocorridas na sociedade europeia, desde finais do século XIX até aos anos quarenta do século XX.
É no exílio que Stefan Zweig escreve estas suas memórias, aqui se entrecruzando a paixão da escrita e da leitura, a generosidade filantrópica, a perda e o reencontro, o risível e o trágico. Numa escrita esmerada, rica de contrastes, por vezes redundante e rebuscada, o autor dá voz ao seu empenhamento em prol da liberdade espiritual e ao crescente desencanto face ao esboroar do ideal de confraternização europeia, que incansavelmente acarinhou, e que a ascensão do nacional-socialismo veio abalar.
«Acreditava-se tão pouco em retrocessos bárbaros, por exemplo em guerras entre os povos da Europa, como em bruxas ou fantasmas. Os nossos pais estavam imbuídos de uma inabalável confiança na força da tolerância e da conciliação que infalivelmente tudo une.»

“Ensaios – II”, de Michel de Montaigne
E-Primatur

A primeira tradução integral portuguesa daquela que é considerada uma obra fundamental do pensamento e cultura universais. Escritos entre 1570 e 1592, os Ensaios de Montaigne partem de um propósito identificado pelo seu autor logo no primeiro volume (publicado originalmente em 1580): «registar alguns traços do meu carácter e dos meus humores». O resultado é um dos conjuntos mais importantes de textos filosóficos de todos os tempos. Esta análise de si mesmo é uma análise do ser humano em geral, e como Montaigne traçou o paralelo entre aquilo que analisava e os mesmos «traços de carácter e humores» descritos pelos autores clássicos, na realidade a obra resulta numa reflexão sempre profunda e lúcida daquilo que une os Homens de todos os tempos. (Eis alguns títulos dos ensaios de Montaigne: Da consciência, Dos mentirosos, Da glória, Da amizade, Dos canibais, Dos livros, Da vaidade, Dos cheiros, etc., etc.) Os Ensaios tornaram-se uma das obras que mais influenciaram a literatura e a filosofia desde a sua publicação. Vários estudiosos apontaram, por exemplo, os paralelos entre os temas de Montaigne e a sua abordagem nas obras de Shakespeare.

“Almeida Garrett, uma Biografia Política e Parlamentar”, de Paulo Silveira e Sousa
Assembleia da República

Almeida Garrett escreveu proclamações para Saldanha e para a rainha, ajudou a confecionar uma nova lei eleitoral, fez parte da equipa que desenhou a proposta governamental de ato adicional à Carta Constitucional, foi membro da comissão que a reviu em Cortes, teve um papel relevante em muitas discussões na Câmara dos Deputados, foi elevado ao pariato, agraciado com um título de visconde em duas vidas e nomeado para o Conselho Ultramarino, participou em negociações diplomáticas e, quando foi necessário ao Governo ir buscar alguém que tivesse boas relações entre os avançados mais centristas, foi escolhido para a pasta dos Negócios Estrangeiros.

“Pátrias – Uma História Pessoal da Europa”, de Timothy Garton Ash
Temas & Debates

Timothy Garton Ash tinha 17 anos quando o Reino Unido aderiu à Comunidade Económica Europeia e 64 quando o país deixou a União Europeia. Nos anos intermédios viveu intensamente a política europeia, testemunhando algumas das cenas mais marcantes da sua história, entrevistando muitos dos seus protagonistas e analisando o modo como se transformou a vida dos europeus comuns de todo o continente.
Professor de Estudos Europeus da Universidade de Oxford, Senior Fellow da Hoover Institution da Universidade de Stanford e colunista do Guardian, é também autor de dez livros de escrita política ou «história do presente», entre os quais The Magic Lantern: The Revolution of ’89 Witnessed in Warsaw, Budapest, Berlin, & Prague; The File: A Personal History (um relato autobiográfico empolgante da investigação do conteúdo do seu ficheiro na Stasi após a queda da RDA); In Europe’s Name; Facts are Subversive e Liberdade de Expressão – Dez Princípios para um Mundo Interligado, publicado pela Temas e Debates em 2017. Entre os numerosos prémios e distinções que recebeu, destacam-se o Somerset Maugham Award, o Prix Européen de l'Essai, o George Orwell Prize e o International Charlemagne Prize da cidade de Aachen.

“O Mundo Livre – Arte e Pensamento na Guerra Fria”, de Louis Menand
Elsinore

Um livro monumental e enciclopédico que se afigura imprescindível para compreender o pensamento, a arte e a cultura dominantes do século XX.
Escrito como um romance com centenas de personagens, O Mundo Livre descreve e analisa as causas da afirmação dos Estados Unidos no panorama cultural do Ocidente, do final da Segunda Grande Guerra até ao desfecho da Guerra do Vietname, período que ficou conhecido como Guerra Fria.
Da literatura, da música, das artes plásticas e performativas, das ciências ao cinema, de James Baldwin, John Cage, Andy Warhol, Elvis Presley, Susan Sontag e Hannah Arendt a Hollywood, nenhuma personagem ou tema, facto ou curiosidade escapam à narrativa lúcida e envolvente de Menand, neste livro saudado pela crítica internacional como «uma lufada de ar fresco» e uma obra «brilhante, absolutamente original e bem escrita» que oferece ao leitor o mosaico completo do pensamento e da arte do Ocidente no século XX.

“O Que é a Filosofia”, de António de Catro Caeiro
Tinta da China

Não há ninguém que não tenha uma «filosofia», achando-a tão pessoal que passa a ser «a minha filosofia». Há também quem despreze a filosofia e diga que é coisa de «líricos» — as pessoas de acção que acham que a filosofia nada tem que ver com a vida. Há ainda a definição mais romântica: a filosofia é a amizade pelo saber. E para todo este conjunto de opiniões há já teses filosóficas, interpretações, atitudes, mentalidades, modos de ser. Mas então afinal: O que é a filosofia? É essa a pergunta que aqui se faz a alguns protagonistas da sua história, sem pretender fazer história. A filosofia é uma actividade que procura descobrir a verdade sobre «as coisas», «o mundo», os «outros», o «eu».
Não se tem uma filosofia. Faz-se filosofia. A filosofia é uma possibilidade. E aqui começa já um problema antigo. Não é a possibilidade menos do que a realidade? Não é o possível só uma ilusão? Mas não é o sonho, como dizia Valéry, que nos distingue dos animais? Aqui fica já uma pista: uma boa pergunta põe-nos na direcção de uma boa resposta, e uma não existe sem a outra, como se verá.

“Biografias no Feminino”, de Maria Ondina Braga
INCM - Imprensa Nacional Casa da Moeda

«Procurámos nestas «Biografias no Feminino» dar a conhecer ao leitor de hoje os dois volumes de biografias que Maria Ondina Braga escreveu — Mulheres Escritoras e Retratos com Sombras, este publicado agora pela primeira vez. Procurámos ainda reconstituir, num gesto igualmente inédito, os diferentes momentos que ao longo do tempo permitiram dar corpo a um projeto pioneiro de escrita biográfica no feminino. Dado que uma parte significativa dessas biografias foi originalmente publicada em revistas, entendemos privilegiar os textos revistos pela autora para a edição em livro. […] Quisemos, por outro lado, resgatar da poeira do tempo e reunir neste volume, pela primeira vez, um conjunto de textos dispersos publicados em diversos lugares da imprensa (Modas & Bordados, Mulher. Modas & Bordados, Mulheres, Sílex, Diário de Lisboa, Expresso, Revista de Cultura -Macau, Nam Van) que, de algum modo, fazem parte deste projeto e trazem à luz facetas menos conhecidas de uma escritora como Maria Ondina ou descobrem o seu papel como mulher e cidadã comprometida com a mudança da sociedade, antes e depois da Revolução. […] Os textos publicados na imprensa, reunidos agora nesta edição, abordam temas diversos: escrita no feminino, feminismo e emancipação das mulheres, casamento e divórcio, maternidade, aborto, amor livre, educação sexual, sexismo, entre outros, de acordo com a linha editorial da revista, a novidade das edições ou traduções no mercado e as preferências da escritora (e leitora).» In Preâmbulo


“A Pedra e o Desenho”, de Gonçalo M. Tavares e Julião Sarmento

Relógio d’Água Editores

“Julião fez desenhos inéditos a partir dos meus escritos, incluindo quase sempre, nesses desenhos, frases retiradas desses textos. É esse livro que aqui está, com o título e a organização que os dois acertámos em conjunto: A Pedra e o Desenho.” [Da Breve Nota Inicial]





“Esta História”, de David Machado e ilustração de João Fazenda

Editorial Caminho

E quando não se consegue contar uma história…? Esta é uma dessas divertidas tentativas de o fazer, mesmo quando se é constantemente interrompido por um exigente ouvinte.
– Queres ouvir esta história?
– Não.


“Poesia de Mário Cesariny - Antologia”, de Mário Cesariny de Vasconcelos
Assírio & Alvim

No ano do centenário do autor, a Assírio & Alvim publica Poesia de Mário Cesariny: antologia, uma revisitação de toda a obra do grande poeta surrealista pensada por Fernando Cabral Martins. Esta é a oportunidade de conhecer, texto a texto, alguns dos mais belos poemas da língua portuguesa.



POEMA

Tu estás em mim como eu estive no berço
como a árvore sob a sua crosta
como o navio no fundo do mar

“Poetas do Amor, da Revolta e da Náusea”, org. Mário Cesariny
Assírio & Alvim

Poetas do Amor, da Revolta e da Náusea é uma antologia inédita de textos, desde o século XII até ao século XX, reimaginados pelo génio surrealista de Mário Cesariny. Preparado logo após do 25 de Abril de 1974, este projeto começou por ser um espetáculo de teatro, mais tarde reformulado como uma série de filmes para televisão, desejo nunca concretizado. Aqui, encontramos prosa, poemas ou peças de teatro de «adesão exaltada», «repúdio apaixonado» e «desprendimento violento e suicida» que inspirem a revolução: Camões, Mariana Alcoforado, Bocage, Natália Correia, entre tantos outros, são alguns dos nomes que se veem submetidos ao corte, colagem e remodelação por parte de Cesariny para figurarem num «espectáculo-filme da literatura portuguesa». A edição é de Fernando Cabral Martins, com a colaboração de Luis Manuel Gaspar.

“Histórias de uma Conservadora de Museu – Volume I”, de Isabel Silveira Godinho
By the Book

Histórias de uma Conservadora de Museu é o primeiro livro de memórias de Isabel Silveira Godinho, onde dá início ao seu relato de vivências pessoais e profissionais, que estão intrinsecamente entrelaçadas com a História do país e do mundo. Como lembra Marcelo Rebelo de Sousa: O mais imediato auto-retrato que sobressai (…) é o exercício do cargo de conservadora do Palácio Nacional da Ajuda. Mas ao longo destas páginas, o leitor participa vivamente através de relatos escritos, que se fazem acompanhar de fotografias históricas que ilustram as “mais variadas histórias” contadas na primeira pessoa.



Boas leituras e Bom Ano 2024!

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