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Censura, O Lápis Azul do Silêncio

SPA celebra os 50 anos de democracia em Portugal com um livro que recupera as memórias de 20 autores que lutaram pela liberdade de expressão.

Fernando Tordo, Mário Zambujal, Sérgio Godinho, José Barata-Moura e dezasseis outras figuras da cultura portuguesa aceitaram o desafio da Sociedade Portuguesa de Autores (SPA) e revelaram à jornalista e realizadora Ana Aranha as suas memórias da censura salazarista. Relatos de um valor histórico inestimável que agora são reunidos no livro Censura, O Lápis Azul do Silêncio. Esta é uma celebração das cinco décadas de liberdade de expressão em Portugal, que conta com a dupla participação de José Jorge Letria. Além de assinar o prefácio da obra, o presidente da SPA, que deu início à sua carreira como cantor e poeta de intervenção, confiou o seu relato à organizadora da obra. Censura, O Lápis Azul do Silêncio chega à rede livreira nacional numa edição Guerra e Paz com o alto apoio da Sociedade Portuguesa de Autores.

Entre histórias de grande engenho, criatividade e coragem, Censura, O Lápis Azul do Silêncio leva-nos pelos caminhos do acto censório que dominou todos os ramos da cultura portuguesa durante o Estado Novo. Da música, à literatura, passando pela informação e artes performativas, nada escapou ao «lápis azul». Um livro pensado pela Sociedade Portuguesa de Autores para celebrar o 50.º aniversário da revolução de Abril, reúne dezenas de episódios de confronto com os censores do regime, contados, na primeira pessoa, por grandes figuras da cultura portuguesa do século XX. São elas: Adelino Gomes, Alberto Arons de Carvalho, Alfredo Cunha, Cândido Mota, Carlos Avilez, Carlos Mendes, Diana Andringa, Ermelinda Duarte, Fernando Dacosta, Fernando Tordo, Francisco Fanhais, Helena Neves, Irene Flusher Pimentel, José Barata-Moura, José Jorge Letria, José Manuel Nunes, Luís Cília, Maria Antónia Palla, Mário Zambujal e Sérgio Godinho. 

Mulheres e homens que, apesar da adversidade, nunca desistiram de criar e de lutar em defesa da sua obra. Figuras que realçam ainda, nas entrevistas que concederam a Ana Aranha, a coragem política e militar dos Capitães de Abril, bem como o trabalho de muitas centenas de jornalistas que nunca desistiram de fazer da liberdade uma bandeira de soberania e de revolta.

No prefácio intitulado «A censura silenciou a liberdade e protegeu a ditadura», o presidente da SPA, José Jorge Letria sublinha que «com a publicação deste livro, a Sociedade Portuguesa de Autores associa-se ao ciclo comemorativo dos 50 anos do 25 de Abril, recordando de que forma a censura constituiu um dos flagelos da ditadura de Salazar/Caetano, impedindo muitos autores, artistas e jornalistas de mostrarem livremente as suas obras e de as partilharem com o público que a elas sempre deveria ter tido acesso, caso a liberdade existisse.» No mesmo texto, Letria revela a «alegria e comoção» que sentiu quando leu no rodapé da edição do Républica de 25 de Abril de 1974, a frase: «Esta edição não foi sujeita a nenhuma comissão de censura».

A obra estará ainda disponível no site da editora.

Censura, O Lápis Azul do Silêncio
Org. Ana Aranha
Não-Ficção / História
240 páginas · 15×23 · 17 €
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