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Maria Ana Bobone apresenta novo single "Azar o teu"
Prestes a entrar no ano que celebra os 30 anos da sua carreira, e em que, a propósito, muitas surpresas virão à luz, a artista que é a maior representante do fado tocado ao piano, mostra-nos um lado mais descontraído da sua música com um novo single.
Depois de mais de dois anos do lançamento do seu último álbum, Maria Ana Bobone regressa assim à ribalta com um tema que promete surpreender: "Este tema sai bastante do género de música que costumo produzir, mas vem do meu sentido de humor.. um lado que é leve, bem disposto e que ao chegar aos 30 anos de carreira (e 50 de vida) deixei de ter pruridos em desvelar. Há quem diga que só se nasce verdadeiramente aos 50.. vamos a isso!" - Brinca a fadista.
"Eu vinha no meu carro a brincar e a fazer segundas vozes às celebridades do momento e, sem mais, comecei a dizer esta letra. A minha criatividade levou-me naquele momento a explorar este tema da mudança, de não se ficar onde não se está bem. Neste caso, um casal em que um dos membros ignora o outro. Mas pode adaptar-se a qualquer cenário. A questão de fundo é a de que a responsabilidade pela felicidade e o bem estar é sempre do próprio e se uma situação não nos satisfaz, devemos ouvir-nos e adaptar."
Fã confessa de Herman José, cuja capacidade de reinvenção continua a surpreender o público, encontrou semelhanças entre a história trágico-cómica que estava a cantar, e dois dos personagens mais icónicos de Herman e Maria Rueff: 'Nelo & Idália'.
Nas palavras da autora, "Azar o teu", "É uma canção que nos lembra que não devemos nunca nos acomodar numa situação insatisfatória. Assim como os personagens de 'Nelo e Idália' enfrentavam desafios cómicos, também nós devemos abraçar a vida com humor e determinação."
E por se tratar de humor, decidiu levar a homenagem mais adiante e pediu ao realizador Miguel Cadilhe ('Curral de Moinas', 'Telerural'), que a ajudasse na empreitada de unir as histórias de "Azar o teu" com a de 'Nelo & Idália'. E ele, com o seu talento e visão, concretizou a ideia na perfeição. O que culminou com um final feliz para uma Idália que vira costas e vai-se embora com o vizinho do primeiro andar. Uma "oportunidade de agradecer simbolicamente todas as gargalhadas que estes dois incríveis talentos me trouxeram desde a infância (primeiro o Herman, mais tarde a Maria)", remata a autora.
Conhecida pela sua interpretação única e emocional do fado ao piano, Maria Ana Bobone já deu provas da sua contribuição quer para a preservação, quer para a evolução do fado tradicional. A autora, intérprete e instrumentista, leva o fado aos quatro cantos do mundo, e não gosta de colocá-lo, nem a si própria enquanto intérprete, numa caixa.
No prelúdio de um ano de datas redondas e repleto de celebração - 30 anos de carreira, 50 de vida, Mariana Bobone convida todos a celebrar a arte e a vida consigo.
"A simplicidade é um talento, mais trabalhoso do que parece. O humor é um dom. A capacidade de contar uma – boa – história em menos de três minutos é algo que nos deve deixar gratos, numa época em que tantas “canções” nos causam uma estranha e amarga sensação de vazio. Juntar todos os atributos referidos permite reconhecer, e saudar, uma artista. Como Maria Ana Bobone." João Gobern Out. 2023