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Da ausência de alguém tão presente
Em Não Saí da Minha Noite, o oitavo título de Annie Ernaux no catálogo da Livros do Brasil, a Prémio Nobel regista o pavor de assistir ao declínio mental e físico da mãe, doente de Alzheimer.
O livro já se encontra em pré-venda e estará disponível nas livrarias a 7 de setembro de 2023.
SOBRE O LIVRO
Não Saí da Minha Noite
No verão de 1983, durante uma vaga de calor, a mãe de Annie Ernaux sentiu-se mal e foi hospitalizada. Aperceberam-se de que não comia nem bebia há vários dias, estava desorientada, revelava falhas de memória. Pouco depois, foi diagnosticada com a doença de Alzheimer. «Não saí da minha noite» foi a última frase que escreveu, numa carta a uma amiga, quando já se encontrava a viver com Annie, que nos três anos seguintes manteve um diário. Aí registou não apenas os sinais do agravamento da doença da mãe, mas também os seus próprios sentimentos ao ver-se impotente, assistindo ao definhar daquele ser que lhe deu vida. «Sonho muitas vezes com ela, tal qual era antes da doença. Está viva, mas esteve morta. Quando acordo, durante um minuto, tenho a certeza de que ela vive realmente sob essa dupla forma, morta e viva ao mesmo tempo, como as personagens da mitologia grega que atravessaram duas vezes o rio dos mortos.»
Ver primeiras páginas
Título: Perder-se
Autora: Annie Ernaux
Tradução: Tânia Ganho
Páginas: 88
PVP: 13,30€
Coleção: Dois Mundos
SOBRE A AUTORA
Annie Ernaux
Annie Ernaux nasceu em Lillebonne, na Normandia, em 1940, e estudou nas universidades de Rouen e de Bordéus, sendo formada em Letras Modernas. É atualmente uma das vozes mais importantes da literatura francesa, destacando-se por uma escrita onde se fundem a autobiografia e a sociologia, a memória e a história dos eventos recentes. Galardoada com o Prémio de Língua Francesa (2008), o Prémio Marguerite Yourcenar (2017), o Prémio Formentor de las Letras (2019) e o Prémio Prince Pierre do Mónaco (2021) pelo conjunto da sua obra, destacam-se os seus livros Um Lugar ao Sol (1984), vencedor do Prémio Renaudot, e Os Anos (2008), vencedor do Prémio Marguerite Duras e finalista do Prémio Man Booker Internacional. Em 2022, Annie Ernaux foi distinguida com o Prémio Nobel de Literatura.