No congresso de Mafra, sob a direção artística de Abel Chaves, pretende-se focar o tema da música automática, processo musical que inspirou o carrilhão moderno, assim como debater a problemática da conservação e manutenção do carrilhão, com o contributo de musicólogos, campanologistas e carrilhanistas. Do programa farão parte apresentações temáticas, workshops, visitas especializadas e concertos.

Em Mafra, os participantes terão a oportunidade de conhecer um instrumento de referência mundial, o carrilhão da Torre Sul da Basílica do PNM, que faz parte de uma aparelhagem sineira mais complexa que integra 119 sinos distribuídos em duas torres, incluindo os sinos de horas, de bamboar e dos dois grandes carrilhões de concerto, mandados instalar pelo rei D. João V, em 1730. Entre 2018 e 2020 foi realizado um restauro sem precedentes na longa história de 300 anos do PNM, nomeadamente das duas torres da Basílica e toda a aparelhagem sineira, tendo ainda sido intervencionados os elementos pétreos, as estruturas de madeira, e os dois grandes relógios e respetivos autómatos musicais.

Àquele que é um dos maiores carrilhões históricos do mundo associa-se o carrilhão itinerante LVSITANVS, composto por 63 sinos, num total de cerca de 7 toneladas, propriedade do Centro Internacional do Carrilhão e do Órgão (CICO), presidido pela carrilhanista Ana Elias e sediado em Constância (Portugal).

Para além do congresso, Mafra tem para oferecer, aos participantes, um interessante programa complementar. Afinal, esta é uma autêntica “Vila da Música”, onde se pode escutar, aprender, investigar e conhecer esta arte universal. Em 2026, aqui estará instalado o Museu Nacional da Música, o Arquivo Nacional do Som e o Polo de Ciências Musicais da Universidade Nova de Lisboa.

Fonte: CM Mafra | 4 de setembro de 2023