“Na Bateria das Baterias, o objetivo era dar continuidade aos trabalhos de 2018, com o objetivo de escavar o aterro interno, identificar a localização do armazém de pólvora e de outras estruturas que possam incorporar a bateria”, referiu, em comunicado, o município de Proença-a-Nova.

Segundo Mário Monteiro, o responsável pelos trabalhos neste primeiro campo, com a descoberta dos vestígios do piso original de um caminho de acesso ao forte a partir do lado sul na Bateria das Baterias, em Catraia Cimeira, que se acredita ter tido influência naquela estrutura militar, “foi dado um grande avanço nas investigações”.

A campanha de 2023, a 12.ª edição do Campo Arqueológico de Proença-a-Nova (CAPN), resulta de uma parceria entre a Associação de Estudos do Alto Tejo e a Câmara Municipal de Proença-a-Nova e foi motivado pela riqueza do património arqueológico existente no concelho.

As investigações prosseguiram também com o segundo campo na Anta da Moita da Galinha, em Moitas.

O principal objetivo dos trabalhos neste segundo campo foi “a salvaguarda física e de conhecimento acerca desta sepultura pré-histórica, integrável no conjunto megalítico das Moitas, prevenindo danos involuntários relacionados com o uso do solo (rede viária e povoamento florestal) e eventuais danos que possam ocorrer em consequência do aumento da carga humana sobre este sítio, com a sua integração no percurso pedestre PR1 PN História na Paisagem”.

No total, a campanha deste ano contou com 14 estudantes, cinco arqueólogos e uma pintora/desenhadora de peças, a grande maioria repetentes que regressam a Proença-a-Nova anualmente.

O CAPN recebeu ainda a visita de três especialistas de ambas as cronologias investigadas: Invasões Peninsulares (desde 1762 a 1808) e Megalitismo (mais de 5000 anos de história na paisagem).

O campo, um modelo misto de campo de trabalho, investigação e aprendizagem para alunos, preferencialmente dos ramos da arqueologia, da história e das arqueociências, incluiu ainda outras atividades, como conferências, debates e visitas de estudo.

O intuito destes campos é estudar, preservar e divulgar os sítios arqueológicos do concelho dando a conhecer um património que ainda é desconhecido de muitos.

De acordo com informação da Associação de Estudos do Alto Tejo, o Forte das Baterias faz parte de uma posição defensiva que tinha como função fechar a passagem de exércitos invasores através da estrada que passava pela Portela da Catraia, sendo esta posição constituída por diversas estruturas dispostas em pontos estratégicos, mandadas construir em 1762 no âmbito da Guerra dos Sete Anos (1756–1763).

Fonte: LUSA | 24 de agosto de 2023