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Traineira “Portugal Primeiro” volta à zona ribeirinha de Portimão e será visitável

A traineira “Portugal Primeiro” atracou a 27 de julho, junto ao cais Gil Eanes, após a conclusão do restauro a que foi submetida em resultado do projeto de salvaguarda e valorização de uma das mais carismáticas embarcações do género ligadas ao cerco que operou no porto de pesca de Portimão.

Esta é a primeira fase do projeto “Portugal Primeiro - Uma Traineira com História”, da responsabilidade do Museu de Portimão, a que se seguirá a musealização da embarcação, com recurso a painéis e equipamento interativos que contarão a sua rica história, abordando igualmente a descarga e comercialização do pescado em lota e a importância da construção naval em madeira para a atividade económica do concelho.

Também está prevista a requalificação do cais Gil Eanes, localizado na zona ribeirinha e a poucas dezenas de metros da antiga lota de Portimão, bem como a criação de uma rampa, de forma a permitir ao público visitar o interior da traineira, que começou por ser um galeão a vapor destinado à pesca da sardinha.

Já na próxima terça-feira, dia 1, a embarcação recuperará algum do seu anterior protagonismo, ao enquadrar a recriação da descarga que vai marcar o início do Festival da Sardinha, a realizar na zona ribeirinha de Portimão até 6 de agosto.

O projeto “Portugal Primeiro - Uma Traineira com História” foi candidatado pelo Museu de Portimão ao Programa Operacional Mar 2020, com um investimento elegível total de 621.150 euros e a atribuição de um financiamento de 424.969 euros, tendo a intervenção sido efetuada nos estaleiros navais da Portinave - Sociedade de Construções Navais Portimonense.

Testemunho do rico património marítimo de Portimão

Mandada construir no ano de 1911 pelo industrial conserveiro e armador Júdice Fialho num estaleiro em Vigo, na Galiza, esta foi a embarcação inicial de uma frota de nove galeões, do “Portugal Primeiro” ao “Portugal Nono”.

O “Portugal Primeiro” foi transformado em traineira no ano de 1948, quando foi adaptada ao motor a diesel, mantendo a sua popa em leque, característica distintiva.

Por volta de 1990, e depois de ter estado parada alguns anos no cais de Portimão, o barco foi adquirido pela empresa Ribeiro & Quintas, que o recuperou nos estaleiros da Portinave, mantendo-se no ativo até 2008.

A sua importância para a história de Portimão é assinalável, enquanto testemunho do património marítimo local e de várias atividades com que esteve relacionada, desde a pesca à construção naval e à indústria conserveira, sem esquecer a comercialização de pescado em lota, atividades responsáveis pelo crescimento económico e social da cidade durante o século XX.

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