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Livro de José Jorge Letria revela memórias dos episódios vividos com Saramago, Ary dos Santos e Zeca Afonso

Escritor, cantor político, criador cultural, jornalista, autarca e presidente da Sociedade Portuguesa de Autores, José Jorge Letria passa em revista alguns dos momentos marcantes que viveu no seu riquíssimo percurso de vida – em família, na escola e, sobretudo, lado a lado com grandes figuras da cultura portuguesa – no livro O Que Faltava Contar.

Era preciso que alguém contasse as histórias de Saramago nos tempos do Diário de Notícias, dos poemas trocados com Zeca Afonso no período do cárcere, dos canivetes e das estatuetas de Sousa Martins que Luiz Pacheco vendia. Era preciso que alguém contasse, e Letria conta-nos tudo neste registo íntimo e surpreendente. Uma edição Guerra e Paz para a posteridade, O Que Faltava Contar chega à rede livreira nacional no dia 25 de julho de 2023 e estará disponível, a partir da mesma data, no site oficial da editora.

«Enquanto a palavra morte não couber na nossa boca», José Jorge Letria conta-nos tudo sobre si no livro de memórias O Que Faltava Contar. As suas origens no concelho de Cascais, a morte do pai, as lembranças da avó, as histórias de infância e os animais de estimação que o marcaram. Tudo cabe nestes retratos imperfeitos de uma infância que permanece eterna. O rumo de Letria levá-lo-ia a tornar-se num destacado cantor político e lutador antifascista, mesmo antes de escritor, jornalista e criador cultural. É dessa década conturbada de 1970, repleta de agitação e eventos que culminaram no 25 de Abril de 1974, que nos chegam as vivências ao lado de figuras como Adriano Correia de Oliveira e José Afonso, que lhe dedicou o poema de intervenção «Ao Zé Letria que também sofre de azia» quando estava preso em Caxias.

Esse percurso de luta e canções fê-lo cruzar-se e travar amizade com muitas outras personalidades ímpares no quadro da cultura portuguesa do século XX, entre as quais Ary dos Santos, David Mourão-Ferreira, Luís de Sttau Monteiro, Carlos Paredes, Fernando Lopes-Graça, Mário-Henrique Leiria, Mário Viegas, Ruy Belo, Luiz Pacheco e José Saramago. 

Um homem de muitos ofícios, José Jorge Letria viria a notabilizar-se pelo seu trabalho como criador cultural, jornalista, escritor, autarca e, mais recentemente, presidente da Sociedade Portuguesa de Autores. Actividades tão diversas estão unidas por um elo comum: a paixão pela escrita, representada neste livro através dos poemas que dedica a Ary dos Santos, a Carlos Paredes, à liberdade, à escola da sua infância e ao seu coração. «Vá, coração, fica aí quieto, à espera que eu / tenha por fim vontade de parar e escreva o livro / deste sobressaltado amor que nos liga, / coração deslumbrado com as cores da manhã, / meu irmão exótico e livre, ajoelhado / junto das pepitas de ouro e do riso das mulheres, / enquanto a palavra morte não couber na nossa boca.»

O Que Faltava Contar 
José Jorge Letria 
Não-ficção / Memórias
128 páginas · 15x23· 14,00€

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