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Certificação confere autenticidade ao artesanato do junco de Forjães
No âmbito das comemorações dos 34 anos da elevação de Forjães a Vila, e um ano após a abertura do Centro Interpretativo do Junco de Forjães, terá lugar, no próximo dia 1 de julho, a cerimónia de certificação do artesanato do Junco de Forjães.
Na sessão, agendada para as 15h00, no Centro Interpretativo do Junco de Forjães/Centro Cultural de Forjães, será formalizado o processo de certificação da Unidade Produtiva Artesanal de Isa Joana Silva, que se torna assim na primeira, e para já única, UPA/artesã com produção certificada, garantindo a qualidade e o vínculo do território da cestaria em junco de Forjães. As peças serão devidamente reconhecidas através das etiquetas de certificação fornecidas nesta cerimónia, numeradas sequencialmente e com o nome da UPA, pelo organismo de certificação (A.CERTIFICA).
No âmbito deste processo de reconhecimento da Arte do Junco de Forjães, serão ainda entregues Cartas de Mérito pelo CEARTE a Rosa Maria Pinto Brochado dos Santos, Maria Celina dos Santos Teixeira e Maria Filomena Mendanha da Rocha.
Rosa Maria Pinto Brochado dos Santos, a “Rosa Maria - Lita” como é conhecida popularmente, nasceu em 1948, tendo iniciado as suas lides no junco com 9 anos apenas. Foi com o seu pai, “Manuel António Esteireiro”, filho do “Tio Albino Esteireiro” - referenciado no Caderno de Especificações para a Certificação do Junco de Forjães - que aprendeu a trabalhar esta fibra vegetal. Ao longo dos anos, foi a única entre cinco irmãos que adotou esta arte como atividade principal.
Maria Celina dos Santos Teixeira, a Celina Teixeira, nasceu em 1935 e, desde muito nova, começou a trabalhar no junco. Foram precisamente os seus pais, Domingos Teixeira e Rosa Faria dos Santos, que lhe transmitiram o saber fazer, pese embora a profissão de esteireiro tivesse proveniência do lado materno. Transmitiu este saber fazer à sua filha, Alexandrina, que, por sua vez, passou este ensinamento à Isa Joana, neta da Celina Teixeira, hoje uma artesã no ativo e a tempo inteiro, testemunhando a tenacidade e a sobrevivência da arte ao longo das gerações.
Maria Filomena Mendanha Rocha Fernandes, conhecida como “Mena do Rio” nasceu em 1944, filha de Ernesto Pereira da Rocha e de Maria da Glória Martins Mendanha. Aprendeu a trabalhar o junco desde os sete anos de idade, com a sua irmã Rosa e com a sua prima Irene, na casa do seu tio “Cravo”, irmão de seu pai - referenciado no Caderno de Especificações para a Certificação do Junco de Forjães. Ao longo dos anos, adotou esta arte como atividade principal, tendo representado o Município de Esposende em várias feiras e exposições nacionais e internacionais, perfazendo um notável percurso que muito contribuiu para o engrandecimento desta arte e do nome de Esposende. No 19 de agosto de 2004, foi distinguida com a medalha de Mérito Municipal.
A produção artesanal das esteiras de Junco na Vila de Forjães, concelho de Esposende, é um dos patrimónios culturais, a nível material e imaterial, mais estimados pela população local, que foi introduzido ainda no século XIX, dando origem a um grupo de artífices à época designado por “esteireiros”. Assiste-se nos tempos mais recentes a um ressurgimento desta produção artesanal, mercê do interesse suscitado quer pelos saberes tradicionais envolvidos, quer pela sustentabilidade das matérias-primas e processo de produção utilizados.
Ciente da importância e mais-valia desta arte, o Município de Esposende, no âmbito do Plano de Ação para a Sustentabilidade, Crescimento e Competitividade do Turismo em Esposende: 2023_2027, tem vindo a investir na sua preservação e promoção, ao abrigo da estratégica de valorização e potenciação do seu território, associado ao cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da ONU.