“É a consagração de um trabalho que começou há alguns anos, que teve vários atores, mas sobretudo um empenho coletivo para resgatar um elemento tão importante ligado à génese desta cidade e, no fundo, da região e do país. É também a valorização da nossa História e do nosso passado enquanto comunidade que ganha agora ainda mais relevo. Na senda do que tem sido feito desde o ano de 2022, altura em que se deu a conhecer ao público este trabalho museológico, com um número bastante significativo de visitantes neste local desde esse momento, além do interesse que despertou junto dos meios de comunicação social, temos agora uma responsabilidade acrescida para continuarmos a divulgar este pedaço tão importante da nossa cultura, junto de todos os que nos visitam, mas também das nossas comunidades e em especial dos nossos jovens”, considera o autarca Vítor Aleixo.

Os Hammam de Loulé destacam-se por serem “os primeiros, e até agora, únicos edifícios desta tipologia arqueologicamente documentados em Portugal, bem como um dos mais completos complexos do género identificados na Península Ibérica, sendo dignos de uma classificação de âmbito nacional”, justifica o Governo.

Recorde-se que dois elementos do atual Governo que assinaram a aprovação desta classificação como “Monumento Nacional” marcaram presença na inauguração do trabalho de musealização dos Banhos Islâmicos de Loulé, Pedro Adão e Silva, Ministro da Cultura, e João Gomes Cravinho, Ministro dos Negócios Estrangeiros.

Da autoria do arquiteto Vítor Mestre, especialista em reabilitação do património arquitetónico, a intervenção levada a cabo nos Banhos Islâmicos de Loulé foi um trabalho de valorização patrimonial e turístico em pleno Centro Histórico da cidade, no Largo D. Pedro I.

Trata-se de um complexo público de banhos do final do período da ocupação islâmica do Algarve (terão funcionado entre os séculos XII e XIII), tendo sido ocupados no século XV como habitação. Deste modo, esta intervenção pretendeu igualmente valorizar os vestígios arqueológicos da casa nobre do final do século XV e da muralha medieval e moderna.

Os Banhos Islâmicos foram recentemente distinguidos com o Prémio de “Projeto de Museografia” e o Prémio de “Salvaguarda, Conservação e Restauro em Património Cultural”, atribuído pela Associação Portuguesa de Museologia, e com o Prémio Nacional de Reabilitação Urbana, na categoria de “Melhor Intervenção Inferior a 1.000 M2”.

Este monumento nacional integra o futuro Quarteirão Cultural, que irá nascer na Zona Histórica de Loulé.