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Feira do Livro de Tomar voltou a ser uma ponte entre os autores e os seus leitores
A Feira do Livro de Tomar cumpriu o seu papel de partilha entre os autores e os leitores e quando assim é, o resultado é perfeito.
Entre os dias 2 e 11 de junho, o Complexo Cultural da Levada voltou a servir de ponto de encontro entre quem escreve e quem lê, numa ponte feita pelos facilitadores desse processo: o Município, e em particular a Biblioteca Municipal, e a Livraria Nova.
Com a meteorologia a ajudar, em especial as noites, muito agradáveis para as conversas à beira-rio que preencheram todos os serões, foi precisamente aí que se concentraram alguns dos principais trunfos do evento: a grande maioria das apresentações de livros transformou-se num salutar convívio entre os autores e os seus leitores, quase num diálogo entre amigos, mesmo quando os convidados eram antigos ministros como Bagão Félix e Marçal Grilo; uma jornalista que acompanha os papas nas suas viagens, como Aura Miguel; ou uma das nossa mais conceituadas escritoras, Alice Vieira, lutando estoicamente para estar presente através de videochamada, apesar de todos os contratempos.
Algumas dessas conversas tiveram o peso dos temas e dos poderosos testemunhos trazidos pelos autores, como foi o caso de Lourenço Madureira Miguel e da sua experiência de luta com uma doença à qual se recusa a vergar ou de Carmen Garcia que pôs a nu a necessidade de olharmos de forma diferente para os mais velhos e para as condições de vida que lhes damos.
Como é hábito, os autores locais tiveram também na Feira a sua “montra”. Por ali passaram Manuela Bailão e a sua surpreendente poesia; José Morgado com muita música e uma “Papoila”; Natália Cardoso com divertidas memórias do tempo de professora; Carlos Trincão, cujas preleções são sempre uma lição; ou Eduardo Rêpas, que aos 16 anos já vai no segundo livro publicado.
E alguns andarilhos, que é condição de quem se dedica às letras: José Falcão Tavares com uma biblioteca ambulante; Luís Ferreira pelos caminhos de Santiago; Hugo Vasco e Francisco de Sousa rumando contra a guerra; e, por fim, Paula Margarido para arrumar a casa.
Mas a Feira do Livro pretende ser também um espaço pedagógico e cumpriu essa função de duas formas. Por um lado, com uma exposição de trabalhos dos alunos de Artes da Escola Secundária Jácome Ratton, coordenados pela professora Magda Santos, e o lançamento de uma coleção de postais alusiva, tendo por base portas e pormenores das fachadas do centro histórico de Tomar.
Por outro, com as visitas guiadas “O que é um livro?”, concebidas e dinamizadas pelo escritor Nuno Garcia Lopes, onde crianças e jovens ficaram a conhecer o processo que conduz à criação de um livro, desde a escrita e a ilustração ao design e à produção física, e no final das quais os participantes eram desafiados a fazerem o seu próprio livro.