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O "Musaranho" de Bordalo II procura despertar a consciência ambiental em Famalicão
O Dia Mundial do Ambiente, 5 de junho, ficou marcado em Famalicão pela inauguração do “Musaranho” no centro da cidade, uma escultura de Bordalo II construída a partir de resíduos de plásticos reunidos com o contributo das 1188 crianças de 18 escolas do pré-escolar e primeiro ciclo de Vila Nova de Famalicão.
“Estamos a destruir o habitat dos animais com os desperdícios que produzimos e utilizar essas matérias para fazer uma homenagem às personagens que sofrem com isso, e que nos atinge também a nós enquanto espécie, é uma forma de chamar a atenção para o problema e para a importância da reciclagem e reutilização”, referiu Bordalo II.
O Presidente da Câmara Municipal, Mário Passos, reforçou a nota dizendo que “a escultura é uma forma de nos lembrar as inúmeras potencialidades dos materiais velhos na hora de os enviar para o lixo (…) alerta de forma criativa para a sustentabilidade ambiental e para preservação da biodiversidade, aludindo à economia circular”.
A criação artística está instalada no topo Sul da Praça D. Maria II, um espaço central da cidade. A obra faz parte da série “Big Trash Animals” e a escolha do animal não foi ao acaso. O musaranho é um dos mamíferos mais pequenos do mundo, é rápido e, tal como as crianças, é brincalhão e dono de uma energia inesgotável.
“Como este projeto teve uma forte participação das crianças, fez todo o sentido escolher um animal pequenino, enérgico e divertido, tal como elas. Pela sua aparência redondinha e cara peculiar, acreditamos que as crianças vão gostar bastante desta figura pequena, agora transformada em escultura enorme - tal como elas, que também estão a crescer e um dia se tornarão grandes”, explicou o artista.
Artur Bordalo, neto do artista plástico Real Bordalo, nasceu em 1987, em Lisboa. Em homenagem às suas raízes artísticas familiares escolheu o nome de Bordalo II. É conhecido por usar o lixo das ruas para as suas produções artísticas, nomeadamente plástico, metal e materiais eletrónicos. A escolha destes materiais é a forma de Artur Bordalo alertar para o desperdício, o materialismo, o consumismo e a necessidade urgente de sustentabilidade.