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Nos Atlas da Guerra e Paz nasce o primeiro Atlas de um autor português

Das primeiras inscrições na argila da Suméria às letras digitadas no ecrã de um telemóvel, da expansão da imprensa ao advento da literatura, da alfabetização da população mundial à democratização da escrita, como nasceram, se desenvolveram e se espalharam os sistemas de escrita ao longo dos últimos cinco milénios?

No Atlas Histórico da Escrita, o professor Marco Neves leva-nos numa expedição arqueológica em busca das origens daquela a que chama a «segunda maior invenção da Humanidade», depois da linguagem humana. Este livro essencial para compreendermos um modo de comunicação basilar do nosso mundo tem ainda um outro fator distintivo: trata-se do primeiro atlas da aplaudida coleção da Guerra e Paz assinado por um autor português e cujos mapas e infografias também têm assinatura nacional, de Nuno Costa. O Atlas Histórico da Escrita já está disponível, em pré-venda, no site oficial da editora.

No Atlas Histórico da Escrita, Marco Neves, professor da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa e investigador na área das línguas, literaturas e culturas, mostra-nos como «estas invenções de aparência banal – uns rabiscos –» nos abrem «as portas a uma história tremenda, antiga», e nos dão ainda a oportunidade de «passar horas com as melhores mentes dos últimos milénios». Dividido em seis partes, este atlas absolutamente inédito, baseado numa rigorosa investigação, leva-nos a acompanhar a história dos sinais com que temos registado as línguas de todo o mundo ao longo dos últimos cinco mil anos. Ciente da magnitude da proposta, o autor deixa uma ressalva: «não será possível conhecer todas as escritas do mundo – seriam necessários vários volumes para tal –, mas faremos uma viagem que nos levará, por exemplo, até Wadi el?Hol, no Egipto, onde Deborah Darnell e John Darnell encontraram, em 1993, inscrições com quase 4000 anos.»

A expedição arqueológica inicia-se num primeiro capítulo em que recuamos até às origens e percebemos a importância do «princípio de rébus» na passagem da proto-escrita para a escrita. É-nos ainda explicado o mecanismo de distinção entre a escrita e outros tipos de sinais. Na segunda parte, conhecemos em pormenor as origens das quatro mais importantes tradições escritas, com origem na Suméria (com um subcapítulo sobre os desenvolvimentos posteriores desta tradição), no Egipto, na China (com destaque ainda para as derivas do Japão) e na Mesoamérica. Conhecido por ser um crítico do excessivo policiamento da língua, Marco Neves deixa-nos nestes capítulos iniciais um facto curioso: «Passamos o dia a ler e a escrever – e a queixarmo?nos da língua. A escrita também permitiu desenvolver uma relação neurótica com a linguagem, que já se notava na velha Suméria, em que os escribas se queixavam dos jovens, esses malandros a maltratar a língua.»

Segue a nossa expedição com as terceira e quarta partes, nas quais vemos como foram inventados os sistemas consonantais e alfabéticos, e partimos à descoberta quer dos principais sistemas de escrita que são hoje utilizados no mundo, quer dos sistemas de que temos registos, mas não conseguimos decifrar: desde o Disco de Festo às pequenas letras dançarinas do rongorongo. Por fim, nos capítulos cinco e seis, o atlas centra-se nas evoluções do nosso alfabeto latino e analisa a terceira grande revolução da escrita – depois da invenção, evolução e expansão da imprensa –, que estamos a testemunhar: «A tecnologia aliou?se à explosão da alfabetização de muitas sociedades, levando a capacidade de ler e escrever a uma percentagem da população que, em muitos países, chega praticamente aos 100 %. A alfabetização de toda a população é um fenómeno inédito na História – mesmo no Império Romano, pensa-se que a alfabetização nunca terá ultrapassado os 20 % da população.» 

Neste quadro, Marco Neves afirma algo que talvez possa surpreender a maioria dos leitores: «Não parece, mas ainda estamos a dar os primeiros passos nesta História e a nossa espécie ainda está a adaptar?se a este novo meio linguístico – afinal, só por volta dos anos 60 do século XX a alfabetização atingiu mais de metade da Humanidade.» E acrescenta o autor: «Daqui a 10 000 anos, os historiadores do futuro considerarão o nosso tempo como uma fase dos primórdios, quando a Humanidade se aproximava – ainda sem a ter atingido – da universalidade do conhecimento da escrita.»

Um livro fundamental para compreender a Humanidade, o Atlas Histórico da Escrita chega às livrarias de todo o país numa edição Guerra e Paz que se encontra, desde já, disponível, em pré-venda, no site oficial da editora. Este é o décimo segundo livro de uma coleção aclamada pelos leitores, pela crítica e pelo Plano Nacional de Leitura, que foi iniciada pela Guerra e Paz com a publicação do Atlas Histórico de África, a que se seguiram o Atlas do Império Romano, o Atlas Histórico do Médio Oriente, o Atlas Histórico dos Estados Unidos da América, o Atlas do Holocausto, o Atlas do Antigo Egipto, o Atlas da Guerra Fria, o Atlas Mundial da Água, o Atlas Histórico do Mediterrâneo, o Atlas da Primeira Guerra Mundial e o Atlas das Fronteiras.

Atlas Histórico da Escrita
Texto: Marco Neves
Infografias: Nuno Costa
Não-Ficção / História
152 páginas · 16,8x24,3 · 20,00 €

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