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Morreu Rita Lee, rainha do tropicalismo e do rock brasileiro

A cantora brasileira tinha 75 anos e lutava contra um cancro do pulmão diagnosticado em 2021. No Instagram, o filho destaca a "honra" de ter sido educado por uma pessoa "tão admirada e amada" e "tão à frente do seu tempo".

Foto: DR

Uma das mais influentes artistas da história do Brasil, Rita Lee morreu em casa, em São Paulo, "no fim da noite de ontem, cercada de todo o amor da sua família, como sempre desejou", adianta a família na publicação, agradecendo "o carinho e amor de todos" neste "momento de profunda tristeza".

"De acordo com a vontade de Rita, seu corpo será cremado", numa cerimónia particular. Antes disso, haverá um velório aberto ao público, no Planetário do Parque Ibirapuera, em São Paulo, na quarta-feira das 10h às 17h.

Num post emocionado no Instagram, o filho da cantora, João Lee, partilhou um vídeo da sua infância com a legenda: "Minha mãe, que amo mais que tudo nessa vida, virou uma estrela no céu. Que vida intensa e espetacular você teve. Admirada e amada por tantas pessoas, tão à frente do seu tempo."

Nascida a 31 de dezembro de 1947, filha de um dentista e de uma pianista, Rita Lee Jones cedo se destacou na cena musical, integrando aos 16 anos o trio vocal feminino Teenage Singers, com apresentações amadoras em festas de escolas.

Foi num desses espetáculos que o cantor e produtor Tony Campello descobriu as cantoras, convidando-as a participar em gravações de outros artistas.

Em 1964, Rita Lee juntou-se ao grupo de rock Six Sided Rockers que, dois anos depois e após algumas mudanças de nome e de composição, daria origem aos Mutantes, banda de culto brasileira que trouxe ao mundo o tropicalismo e que foi idolatrada um pouco por todo o mundo, incluindo por Kurt Cobain, David Byrne, Jack White, Beck e outros artistas.

Ao longo de quase 60 anos de carreira, Rita Lee aliou a revolução do rock'n'roll ao tropicalismo, dedicando-se mais tarde a uma carreira a solo de sucesso, sem nunca abdicar da sua irreverência e liberdade artística.

Acabaria por se tornar numa referência maior de criatividade e independência feminista, dentro e fora do Brasil.

Em fevereiro deste ano, Rita Lee tinha voltado a ser internada num estado "delicado", na sequência de um cancro do pulmão diagnosticado em 2021.


por Joana Azevedo Viana in Renascença | 9 de maio de 2023
Notícia no âmbito da parceria Centro Nacional de Cultura | Rádio Renascença

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