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Amor: o magistral ensaio de Jorge de Sena é publicado pela primeira vez de forma autónoma

Sistemática e eruditíssima análise da explosão do amor na literatura portuguesa, o ensaio Amor foi escrito por Jorge de Sena em 1971, para o Grande Dicionário da Literatura Portuguesa e de Teoria Literária dirigido por João José Cochofel.

É tempo de lhe dar nova vida e destaque à potência, originalidade e erudição transgressora que Sena lhe quis transmitir, pela primeira vez numa edição individualizada, que a Guerra e Paz agora apresenta numa novíssima e ambiciosa coleção dedicada à obra de Sena. Amor chega à rede livreira nacional no dia 21 de março de 2023, estando, desde já, disponível em pré-venda no site da editora.

Seja ele «puro» ou «impuro», «normal» ou «anormal», «santificado» ou «pecaminoso», ou proibido por tabus sociais, o amor tem sido perene na literatura desde os mais antigos textos conhecidos. Ciente da importância do termo para a literatura, João José Cochofel convida Jorge de Sena, em 1969, a escrever uma entrada sobre este tema para o seu Grande Dicionário da Literatura Portuguesa e de Teoria Literária, que viria a publicar em 1971.

Sena viria a escrever nada menos do que 37 verbetes para este dicionário, alguns dos quais muito extensos, incluindo este sobre o amor, que, mais do que uma entrada para um dicionário, se tornou num ensaio magistral, sobre o amor e a sexualidade na literatura portuguesa. Fê-lo recorrendo aos conhecimentos atuais da antropologia, da filosofia das religiões, da sociologia, observando o que a respeito do amor, na literatura portuguesa, se escreveu, das origens até aos anos 70 do século XX.

Um livro delicioso, impuro e pecaminoso, cujo curtíssimo título esconde uma assombrosa viagem pela explosão do erótico e do obsceno, Amor foi também usado por Sena para denunciar a asfixia do Estado Novo. «Se o amor na literatura portuguesa não tem sido às vezes essa falsidade em que se esconde a falta de assunto peculiar a uma sociedade muito ideologicamente enquadrada (ou que passa de uma metamorfose a outra do mesmo enquadramento, sem a diversificação social que permitiria uma maior riqueza de visão do mundo), isso deve-se, na verdade, a personalidades excecionais que, uma vez por outra, romperam o véu das convenções e o profundo medo adolescente do sexo, que caracteriza um povo infantilizado pelos seus dirigentes.»

Cinco décadas depois, Amor é recuperado numa edição autónoma única, que democratiza o acesso dos leitores a este texto pouco conhecido de Sena. Na nota prévia desta nova edição, Manuel S. Fonseca, o editor da Guerra e Paz, afirma: «A sua riqueza informativa, a sua agudeza analítica, o desassombro das suas conclusões justificam a sua publicação isolada, até pela sua extensão, bem sublinhada por Mécia de Sena.»

Esta é, a par das obras de ficção Andanças do Demónio e O Físico Prodigioso, a primeira das «Novas Edições de Jorge de Sena» da Guerra e Paz. Segundo Isabel de Sena, cujo apoio foi fundamental para a criação desta coleção, «procura-se um novo espaço» nesta coleção, que quer levar a obra de um dos grandes intelectuais do século XX a novos leitores.  

Novas Edições de Jorge de Sena
Amor
Jorge de Sena
Não-Ficção / Ensaio
108 páginas · 15x23 · 14 €

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