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Feira do Disco e do Livro dá a conhecer autores locais
Numa abordagem ao panorama da criação literária na região, a organização da II Feira do Disco e do Livro, que decorre até sábado nos claustros do Convento de Santa Clara, convida vários autores locais a uma apresentação em público.
Quinta-feira, feriado nacional do dia 10 de Junho, pelas 16h00, cabe a vez a Carlos Baptista, poeta e declamador, natural da capital de distrito (n. 1966), onde durante largos anos se manteve ligado à actividade jornalística como correspondente da agência de notícias Lusa. Mais recentemente, apresentou-se numa exposição individual de pintura no espaço da Biblioteca, buscando por outros meios que não a palavra a confirmação de uma certa predestinação poética e sensitiva.
Esta é uma oportunidade para ficar a conhecer a sua dupla faceta de divulgador e criador, estando prevista a leitura de uma colagem de textos de, entre outros, Raul Brandão, Nietzche, Artaud, ao que se seguirá a projecção de um pequeno filme rodado com o autor e onde este dá a conhecer alguma da sua própria poesia.
Apesar de entender a poesia como acto íntimo e desnudamento solitário, Carlos Baptista considera fulcrais o ritmo e o som subjacentes à palavra, ao ponto destes se imporem por si só em determinados momentos. A esse propósito, em concordância com o prazer que sente em dizer poesia sua e de outros, lembra o conceito proposto pelo poeta mexicano Octavio Paz: Nos nossos dias, a missão do poeta consiste em convocar os velhos poderes, reviver a liturgia verbal, pronunciar a palavra de vida.