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Gradiva associa-se às comemorações do Centenário do Nascimento de Eduardo Lourenço
No âmbito da realização do Colóquio Eduardo Lourenço, uma vida escrita, a Gradiva apresentará os livros O Espelho Imaginário - Pintura, Antipintura, Não-pintura e Correspondência - Eduardo Lourenço | Jorge de Sena que passam a integrar a obra do ensaísta que a editora reuniu ao longo de três décadas em estreita colaboração com o autor.
Para Rodolfo Begonha, director-adjunto da Gradiva «Eduardo Lourenço foi um intelectual enorme, um pensador genial da actualidade e de sempre. Porém, tudo o que possamos dizer sobre a sua obra estará necessariamente incompleto, porque esta além de intemporal e com uma abrangência ímpar e invulgar intensidade reflexiva, mais do que imensa é quase inesgotável para pesquisa. Todos os dias descobrimos e encontramos Eduardo Lourenço. A Gradiva considera-se privilegiada por trazer à luz e divulgar a obra de Eduardo Lourenço, reunindo-a numa colecção que concretiza a vontade do Autor.»
Integrada ainda nas iniciativas do Colóquio será também apresentada a exposição Ver é Ser Visto, que reúne uma série de retratos de Eduardo Lourenço da autoria do fotógrafo Vitorino Coragem, resultante de uma sessão fotográfica decorrida em 2015 no Cais do Funchal, no âmbito do Festival Literário da Madeira, naquele ano subordinado ao tema «Beleza, Corpo, Palavra e Imagem». A exposição Ver é Ser Visto decorrerá de 28 de Março a 11 de Abril na Zona de Congressos da Fundação Calouste Gulbenkian.
Vitorino Coragem é um fotógrafo português cuja obra se tem revelado em diferentes áreas da fotografia. Depois de ter passado pelo jornalismo como redactor de publicações como A Capital e Diário de Notícias, começou a dedicar-se exclusivamente à actividade fotográfica em 2014. Desde então, tem contribuído para a construção da imagem de vários espetáculos de Teatro, feito a cobertura de concertos musicais e colaborado com festivais literários, na produção de sessões fotográficas com escritores, cujos retratos têm passado a integrar as suas obras publicadas.
As obras O Espelho Imaginário - Pintura, Antipintura, Não-pintura e Correspondência - Eduardo Lourenço | Jorge de Sena acabadas de lançar pela Gradiva estarão à venda durante os trabalhos do congresso, assim como, uma selecção dos mais relevantes títulos do autor, dos quais se destaca O Labirinto da Saudade.
Em O Espelho Imaginário - Pintura, Antipintura, Não-pintura (Gradiva, Fevereiro, 2023)Eduardo Lourenço aborda a temática da pintura sob diferentes ângulos e analisa a obra de alguns pintores bem conhecidos, onde se incluem Paul Klee, Diego Velázquez, Pablo Picasso ou Helena Vieira da Silva e Luís Noronha da Costa.
O título Correspondência - Eduardo Lourenço | Jorge de Sena (Gradiva, Março, 2023) reúne as cartas trocadas entre Eduardo Lourenço e o escritor Jorge de Sena durante 28 anos. Um conjunto de textos que selaram a amizade epistolar entre ambos e definiram uma relação de respeito e admiração mútuos, marcada pela experiência que ambos tiveram fora de Portugal e pelas visões que ambos tinham do país.
EDUARDO LOURENÇO
Filósofo, ensaísta e professor português, Eduardo Lourenço nasceu a 23 de Maio de 1923, em S. Pedro de Rio Seco, na Guarda, filho de Abílio de Faria e de Maria de Jesus Lourenço.
Em 1946, completou a licenciatura no Curso de Histórico-Filosóficas na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, com uma tese intitulada O Idealismo Absoluto de Hegel ou O Segredo da Dialéctica. Nessa mesma Universidade, assumiu o cargo de Professor Assistente, até 1953. Em 1954 casou com Annie Salomon.
Leccionou em várias outras universidades, de Brasília a Hamburgo, Heidelberg, Montpellier, Grenoble e Nice. Em 1989, foi nomeado Conselheiro Cultural junto da Embaixada de Portugal em Roma, cargo que ocupou até 1991. Em 2002 foi nomeado Administrador da Fundação Calouste Gulbenkian. Em 2010 passou a residir entre França e Portugal, até se radicar definitivamente em Lisboa, onde morreu, a 1 de dezembro de 2020.
Autor de vasta obra – a primeira das quais, Heterodoxia I, foi publicada em 1949 – Eduardo Lourenço debruçou-se sobre uma grande variedade de temas filosóficos, políticos, culturais, religiosos e literários, tendo dedicado parte importante dos seus estudos críticos e literários à poesia, com ênfase em Camões, Pessoa e Antero.
Ao longo da sua vida, recebeu numerosas distinções, entre as quais se destacam: Prémio Camões (1996), Officier de l’Ordre de Mérite pelo Governo francês (1996), Chevalier de L’Ordre des Arts et des Lettres pelo Governo francês (2000), Prémio Vergílio Ferreira da Universidade de Évora (2001), Medalha de Ouro da Cidade de Coimbra (2001), Cavaleiro da Legião de Honra (2002), Prémio da Latinidade (2003), Grã-Cruz da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada (2003), Prémio Extremadura a la Creación (2006), Medalha de Mérito Cultural pelo Governo português (2008), Medalha de Ouro da Cidade da Guarda (2008) e Encomienda de Numero de la Orden del Mérito Civil pelo Rei de Espanha (2009).
Eduardo Lourenço foi ainda distinguido com os títulos de Doutor Honoris Causa pelas Universidades do Rio de Janeiro (1995), Universidade de Coimbra (1996), Universidade Nova de Lisboa (1998) e Universidade de Bolonha (2006).
Em Dezembro de 2011, foi-lhe atribuído o Prémio Pessoa e, em 2013, o Prémio Jacinto do Prado Coelho pela obra Tempo da Música | Música do Tempo (ed. Gradiva, 2012).
Tem a sua obra reunida e publicada pela Gradiva.