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Festival Fantasporto começa hoje no cinema Batalha

Esta é a 43.ª edição do Fantasporto - Festival Internacional de Cinema do Porto, que contará com “86 antestreias absolutas”, um foco no cinema japonês, uma retrospetiva de cinema filipino, várias obras portuguesas em competição e tertúlias.

O 43.º "Fantas" arranca esta sexta-feira, 24 de fevereiro, e termina mais de uma semana depois, a 5 de março (um domingo). Um festival com tantas sequelas também tem o seu peso histórico, o que dá um valor especial à parceria com o Cinema Batalha.

Para a cofundadora do Fantasporto, Beatriz Pacheco Pereira, trata-se da fusão de "dois monumentos: um físico, outro imaterial" que representam um legado cinematográfico da cidade Invicta.

A também codiretora do festival diz que "foi emocionante voltar ao Batalha" e espera que seja uma edição que "corra muito bem".

"Cinema asiático tem uma força criativa muito interessante"

O 43.º Fantasporto promete 86 antestreias de 67 países. As obras em exibição são uma mistura de trabalhos de realizadores emergentes e iniciantes e de veteranos já reconhecidos e aclamados pela crítica.

Beatriz Pacheco Pereira refere que, de uma forma geral, há um equilíbrio no que toca à oferta de todos os cantos do globo, mas é assinalável que o "cinema asiático tem uma força criativa muito interessante" e tem-se afirmado como uma indústria com cada vez mais peso.

"A força do Cinema asiático é a maior, porque as pessoas não conhecem este tipo de Cinema. É mainstream, com grande orçamento e atores, mas não tem entrada no circuito comercial", considera.

Prova disso é a inédita retrospetiva de Cinema filipino. Serão dez obras em exibição, em sessões que vão contar com a presença do seu produtor Ferdinand Lapuz.

Há, ainda, uma restrospetiva mais perto de casa, dedicada a curtas-metragens da Freak Agency, uma agência dedicada à promoção do Cinema espanhol.

Filmes que "não vão voltar a ser vistos"

Nas categorias de competição, o Fantasporto garante que só tem filmes em antestreia em território nacional e que dificilmente vão ter alguma sessão, mais tarde, nas grandes superfícies comerciais.

"Estes filmes não vão voltar a ser vistos, porque estamos numa situação de monopólio do cinema comercial. Não apostam em filmes que não sejam de superheróis ou norte-americano com enorme orçamento", aponta Beatriz Pacheco Pereira que promete um misto de cinema "para divertir e para fazer pensar".

A cofundadora do "Fantas" diz que o que importa é que "todos os filmes sejam bons, com grande orçamento, ou com pequeno orçamento".

"O que importa é que sejam filmes que possam ficar para a história do Cinema. É esse o nosso critério", garante.

"Movie Talks" vão permitir ao público contactar com profissionais

Para além de exibir filmes, o Fantasporto também quer discuti-los. A nova edição do festival traz consigo a iniciativa "Movie Talks", com workshops e conversas com artistas convidados.

Beatriz Pacheco Pereira indica que "é das poucas ocasiões em que o público geral poderá ter acesso a profissionais, em regime aberto".

"As pessoas podem ir lá e perguntar o que quiserem, depois de uma espécie de masterclasses", explica.

"São conferências e debates que começam desde o ensino do Cinema nas escolas, até à concretização do filme, passando pelo futuro dos filmes e a sua distribuição. Vamos ter especialistas em várias áreas", acrescenta, ainda, a codiretora do festival.

"O Cinema português avançou bastante"

O Fantasporto tem um grande peso internacional, mas há também muitas obras portuguesas que vão ser exibidas nas salas do Cinema Batalha.

O Prémio de Cinema Português vai dividir-se nas modalidades Melhor Filme e Melhor Filme de Escola. Nesta última categoria, vão a concurso seis entidades com filmes feitos pelos seus estudantes: a Universidade Católica do Porto, a Universidade Lusófona de Lisboa, a Universidade do Minho, a Escola Superior de Media, Artes e Design- ESMAD, a Escola Superior Artística do Porto- ESAP e a Escola Artística Soares dos Reis do Porto.

O "S.Ó.S" de Tiago Santos também concorre na secção geral de Cinema Fantástico, assim como "Incubus", na categoria de Cinema Fantástico para curtas-metragens.

Beatriz Pacheco Pereira considera que "o Cinema português avançou bastante nos últimos anos" e que a seleção das categorias deste ano "é muito apertada e será cada vez mais apertada".

"Vale a pena ir ver o Cinema português e depois uma pessoa decide se está a avançar ou não", conclui, de forma convidativa.

A 43.ª edição do Fantasporto arranca esta sexta-feira, com a sessão de abertura a contar com a exibição de “Shepherd”, de Russel Owen, na presença do realizador, um filme sobre os traumas de um homem que se isola do mundo.

O festival prolonga-se até dia 5 de março. No dia anterior, assinala-se a sessão de encerramento, com a exibição da obra turca “Once Upon a Time in the Future: 2121”, uma variante do “1984” de George Orwell e a estreia na realização da primeira mulher do seu país a abordar a ficção científica.




por João Malheiro in Renascença | 24 de fevereiro de 2023
Notícia no âmbito da parceria Centro Nacional de Cultura | Rádio Renascença

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