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"Retrato do Artista quando Jovem" - obra-prima do romance autobiográfico tem nova edição
Um romance admirável pela extrema lucidez das suas observações psicológicas e artísticas, Retrato do Artista quando Jovem, de James Joyce, acompanha a busca incessante de um jovem irlandês por se libertar do espartilho da educação católica dos jesuítas, procurando sobreviver no caos político do seu país.
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Em 1916, James Joyce, um dos mais influentes escritores do século XX, publicava em livro o seu primeiro romance, Retrato do Artista quando Jovem, cuja originalidade marcou para sempre a história da literatura, mas que, no seu tempo, foi alvo de censura pelos editores irlandeses.
Na obra, acompanhamos o crescimento físico, moral, psicológico, estético, social e político de Stephen Dedalus, alter-ego de Joyce, desde a infância, passada no seio de uma família fortemente marcada pela Igreja Católica e pela política irlandesa, até à adolescência, em que o protagonista inicia um processo de rebelião contra a feroz disciplina mental dos jesuítas e o dilacerante remorso de adolescente após a emergência dos seus desejos sexuais.
As diferentes fases da vida deste espírito inquieto e indócil refletem-se no desenvolvimento do estilo narrativo, com cenas surpreendentemente vívidas, que traçam o retrato de um jovem com uma inteligência, uma sensibilidade e um carácter invulgares.
Joyce volta a este seu alter-ego em Ulisses, do qual é uma das principais personagens. A obra Ulisses, publicada em 1922, imortalizou o autor. É inevitável, portanto, comparar os dois romances. Para Karl Ove Knausgård, um dos escritores mais conceituados da atualidade, as diferenças estão à vista: «Onde Ulisses dispersa, Retrato une. Ulisses descreve um dia numa única cidade, Retrato pinta vinte anos de uma vida. E onde Ulisses se expande em inventividade linguística e contentíssima experimentação, Retrato cresce com… bem, com o quê? Envolvência.»
É, aliás, graças à influência do escritor norueguês, cujo estilo é muitas vezes comparado ao de Joyce, que Retrato do Artista quando Jovem tem vindo a ser recuperado um pouco por todo o mundo. É isso que a Guerra e Paz faz nesta novíssima edição, traduzida por André Morgado e incluída na colecção «Admirável Mundo do Romance». Chega à rede livreira nacional no próximo dia 22 de fevereiro.