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Festival Correntes d’Escritas homenageia poetisa Ana Luísa Amaral

De 14 a 18 de fevereiro, a Póvoa de Varzim volta a receber o festival literário Correntes d’Escritas. O médico Manuel Sobrinho Simões fará a conferência de abertura, Gonçalo M. Tavares dará um curso e haverá 10 mesas que juntam centenas de escritores.


Foi sempre uma presença habitual das Correntes d’Escritas, e este ano não será exceção. A poetisa Ana Luísa Amaral, que morreu em agosto de 2022, inspira os títulos das mesas que vão juntar os escritores na edição deste ano do festival literário que decorre na Póvoa de Varzim, de 14 a 18 de fevereiro.

No programa divulgado pela autarquia, que organiza a 24ª. edição, é explicado que os versos retirados a poemas de Ana Luísa Amaral vão dar o mote para as conversas. Exemplo disso é a primeira mesa que terá como tema “o milagre do mundo a acontecer”, um verso de um poema incluído no último livro da poetisa, a antologia “O Olhar Diagonal das Coisas” (ed. Assírio e Alvim).

Este ano, a conferência de abertura, marcada para dia 15 está a cargo do médico e investigador Manuel Sobrinho Simões e terá como temática “Ciência e Cultura”. Quanto à edição da Revista das Correntes d’Escritas, que é apresentada no primeiro dia do festival, será dedicada ao escritor angolano Manuel Rui, presença sempre assídua do festival desde as primeiras edições.

Num ano em que as Correntes d’Escritas premiam a poesia, e numa altura em que já são conhecidos os 10 finalistas do prémio, haverá também nesta edição uma exposição dedicada à escritora Agustina Bessa-Luís, cujo centenário se está a comemorar. A exposição dedicada à vida e obra da autora também ligada à Póvoa de Varzim estará patente no Centro Coordenador de Transportes. Já as montras da cidade estarão decoradas com frases de Agustina.

A Fundação de Serralves que tem uma parceria com o festival, apresenta este ano uma exposição dedica a Ana Hatherly, intitulada “Poeta chama Poeta” que estará patente no Cine-Teatro Garrett.

Com inscrição gratuita, mas com um número limitado, o escritor Gonçalo M. Tavares regressa à Póvoa de Varzim com um curso. “Dicionário de Artistas” é o nome de um dos livros do autor que dá também título ao curso que pretende “aproximar os leitores da arte contemporânea, através da apresentação sucinta da obra de alguns dos mais revelantes artistas contemporâneos”, explica a autarquia no programa.

Programa recheado de escritores e lançamentos

O coração das Correntes d’Escritas são as 10 mesas que vão juntar dezenas de escritores ao longo de 3 dias no Cine-Teatro Garrett na Póvoa de Varzim. Além de diversos lançamentos de livros que acontecem no mesmo espaço durante os dias, os leitores e publico habitual do festival vai poder escutar os autores.

A primeira mesa, marcada para dia 15, às 17h30 vai juntar os escritores portugueses Álvaro Laborinho Lúcio e Hélia Correia, o brasileiro Antônio Torres, a espanhola Elisa Vitória, a moçambicana Paulina Chiziane.

Ao longo dos dias vão juntar-se na mesa principal do palco do cine-teatro outros escritores, entre eles Inês Pedrosa, Rui Zink, os músicos Sérgio Godinho e Capicua, o poeta vencedor do Prémio Pessoa 2022, João Luís Barreto Guimarães, o escritor angolano Ondjaki que venceu recentemente o Prémio Vergílio Ferreira.

Pela Póvoa passam também, na sexta-feira, Afonso Cruz, José Luís Tavares, Rosa Alice Branco, Fernando Pinto do Amaral, Rosa Montero, Joana Bértholo, o colombiano Juan Gabriel Vasquez, Francisco José Viegas e Maria do Rosário Pedreira. No sábado há sessões às 10h e às 15h30 nas quais participarão, entre outros Afonso Reis Cabral, Gonçalo M. Tavares, Patrícia Portela, Bruno Vieira Amaral, Pedro Eiras, Sandro William Junqueira, Valter Hugo Mãe e Onésimo Teotónio Almeida, o autor que é historicamente quem encerra sempre a última sessão.

As Correntes d’Escritas são um marco na edição em Portugal. Ao longo dos anos o festival é palco de diversos lançamentos de livros e este ano não será exceção. A Porto Editora irá lançar dois livros que homenageiam o escritor chileno Luís Sepúlveda, um dos mentores das Correntes d’Escritas que morreu em 2020 vítima de Covid-19.

Será também feito um pré-lançamento da biografia de Natália Correia, intitulada “O Dever Deslumbra” (ed. Contraponto), da autoria da escritora Filipa Martins. Há também lançamentos de poesia, pela Imprensa Nacional Casa da Moeda, nomeadamente de obras dos poetas José Luís Tavares e José Alberto Postiga.

Do Brasil virá o escritor Antônio Torres, um dos membros da Academia Brasileira de Letras que irá lançar na Póvoa de Varzim o livro “Querida Cidade” (ed. Teodolito). No âmbito da coleção “A Vida Privada dos Livros” coordenada pelo escritor Alberto Manguel será lançada a obra “Negro Nunca Mais” de George S. Schuyler com edição Tinta-da-China.

Paralelamente, no Cine-Teatro Garrett há diversas conversas programadas. Desde logo no dia 15 Alberto Manguel irá conversas com a jornalista Ana Daniela Soares, depois na quinta-feira, dia 16 a conversa vai juntar Ana Paula Tavares, Paulina Chiziane e Ondjaki. Na sexta-feira há duas sessões, uma com Teolinda Gersão e Luís Caetano e outra que marcará o pre-lançamento da biografia de Natália Correia que juntará Filipa Martins e João Gobern. Sábado, o jornalista José Carlos Vasconcelos vai conversar com o brasileiro Antônio Torres.


por Maria João Costa in Renascença | 23 de janeiro de 2023
Notícia no âmbito da parceria Centro Nacional de Cultura | Rádio Renascença

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