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Tertúlia de Poesia em Constância teve momento alto com os poetas malditos
Os poetas malditos foram o mote para a sessão de Janeiro da Tertúlia de Poesia da Casa Memória de Camões, que decorreu no sábado, dia 21 de janeiro, em Constância.
Convidada como prelectora, a professora Paula Oleiro trouxe aos participantes uma síntese do seu curso no Centro Nacional de Cultura sobre artistas malditos. E, obviamente, seria impossível dissociar uns e outros, começando logo pela pintura de Henri Fantin-Latour que figura no cartaz da iniciativa: “Un coin de table”, onde se encontram alguns nomes sonantes das artes parisienses do século XIX, com destaque para Paul Verlaine e Arthur Rimbaud, dois dos poetas que encarnaram melhor esse epíteto.
Perante uma sala quase cheia, atenta e muito interventiva, a oradora abordou a forma como a imagem do artista/poeta maldito se começou a formar a partir do Romantismo, associada frequentemente ao hedonismo e ao culto da eterna juventude. Daí que, ou por causa dos excessos, nomeadamente de álcool e drogas, ou por actos suicidas, a maior parte tenha morrido muito novo. Outro factor importante era que quase sempre se tratava de pessoas em dissonância com os poderes da época e, como é óbvio, com a mentalidade vigente: a homossexualidade, por exemplo, era característica comum a muitos deles.
O tema desta tertúlia motivou muitas intervenções dos tertulianos, afinal o objectivo primeiro da iniciativa, e que originaram de Paula Oleiro rasgados elogios à qualidade da Tertúlia de Poesia. Após um período de abrandamento provocado pela pandemia, a iniciativa foi retomada recentemente e pretende voltar a assumir-se como um dos encontros regulares sobre poesia mais importantes da região.
Para isso, já estão agendadas as próximas sessões, ao terceiro sábado de cada mês, na Casa Memória de Camões: a 17 de fevereiro abordar-se-á a poesia satírica, tendo em conta que é período de Carnaval; um mês depois falar-se-á do "Corpo", com a presença da poeta e editora Maria do Rosário Pedreira, autora de “O meu corpo humano”; em Abril a temática será a poesia de intervenção, numa sessão em que a música também estará presente e em maio um Tributo a Mário Viegas.