Em 1958, o filósofo Isaiah Berlin partiu destas questões para analisar dois conceitos de liberdade que dominaram o debate político do século xx, e que, desde então, tem sido matéria constante de debate. Seis décadas depois da sua primeira publicação, a obra chega finalmente a Portugal, numa edição Guerra e Paz traduzida por Jorge Pereirinha Pires e Maria José Batista. Esperança e Medo: Dois Conceitos de Liberdade estará disponível na rede livreira nacional a partir do próximo dia 24 de janeiro de 2023 e integra a coleção «Os Livros Não se Rendem», que resulta de uma parceria com a Fundação Manuel António da Mota, a Mota Gestão e Participações e a mediadora de seguros Novus Tempus.

«Liberdade é um termo cujo sentido é tão poroso que existem poucas interpretações a que este pareça capaz de resistir. Não proponho discutir a história desta palavra proteiforme nem os mais de duzentos sentidos registados para a mesma pelos historiadores de ideias. Proponho examiná?la em não mais do que dois desses sentidos, que considero serem os sentidos centrais e que têm atrás de si uma grande parte da história humana e, atrevo?me a dizê?lo, a história ainda por vir.» No livro Esperança e Medo: Dois Conceitos de Liberdade, Isaiah Berlin, um dos grandes intelectuais do século xx, dissertou sobre o conceito político de liberdade, dividindo-o em dois sentidos: o negativo (ausência de coacção) e o positivo (o direito de se ser senhor de si mesmo).

Reunindo quatro ensaios essenciais sobre esse conceito e abordando temas tão actuais agora como há 65 anos, desde a democracia liberal, e dimensão e papel do Estado, até à esfera e limites da liberdade individual, a obra é – nas palavras de Ian Harris – «a discussão geral mais penetrante sobre o tratamento da liberdade» e, segundo John Gray, importante filósofo político inglês, «a melhor introdução à mais importante e duradoura das ideias de Berlin», acrescentando, numa simplicidade desarmante, que «num mundo em que a liberdade humana se espalhou mais lentamente do que a democracia, os escritos de Berlin sobre liberdade e decência básica são mais instrutivos e úteis do que nunca.»

O livro inclui ainda três apêndices autobiográficos inéditos, em que Berlin expõe a sua preocupação de toda a vida com o liberalismo e nos convida a conhecer a sua «cidadela interior», o núcleo de convicção pessoal do qual nasceram alguns dos seus escritos mais influentes.

É, por tudo isto, chocante que o volume nunca tivesse sido, até à data, traduzido e publicado em Portugal. Lacuna agora colmatada pela Guerra e Paz, editora que em 2020 também recuperou O Ouriço e a Raposa, outro ensaio clássico de Isaiah Berlin cuja edição portuguesa foi aplaudida tanto pelos leitores como pela crítica.

Uma obra imprescindível para o atual debate entre democracias e autocracias, Esperança e Medo: Dois Conceitos de Liberdade, chega à rede livreira nacional, numa tradução de Jorge Pereirinha Pires e Maria José Batista. O livro integra a coleção «Os Livros Não se Rendem», coleção da Guerra e Paz Editores que reúne grandes ensaios da história, filosofia e economia nunca antes publicados em Portugal.

Recentemente inaugurada por duas traduções inéditas, de O Crisântemo e a Espada: Padrões da Cultura Japonesa, de Ruth Benedict, e de Os Últimos Dias de Hitler, de Hugh Trevor-Roper, conta também já com o título Arrogância Fatal: Os Erros do Socialismo, de Friedrich A. Hayek, a que este Esperança e Medo: Dois Conceitos de Liberdade se vem juntar. A coleção tem como um dos pontos de honra a doação de um exemplar a cada uma das 243 bibliotecas da Rede Pública, doação que é feita pela Fundação Manuel António da Mota, pela Mota Gestão e Participações e pela mediadora de seguros Novus Tempus.

Esperança e Medo: Dois Conceitos de Liberdade
Isaiah Berlin
Não-Ficção / Filosofia
200 páginas · 15x23 · 16 €