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Godard e Straub na Cinemateca em janeiro
No centro da programação da Cinemateca em janeiro de 2023 estarão duas figuras monumentais da história do cinema, desaparecidas nos últimos meses de 2022: Jean-Luc Godard e Jean-Marie Straub.
Sobre Jean-Luc Godard, a quem a Cinemateca dedicou anteriormente três retrospetivas e duas edições da rubrica “Histórias do Cinema”, a proposta é um vasto programa centrado em títulos menos vistos do realizador, sobretudo das décadas de 1970 e 1990, sem esquecer alguns dos filmes do início e do fim da obra do cineasta. Uma obra que, em todos os seus momentos, da abertura à conclusão, não parou de abrir caminhos que nunca se sonhou existirem, e que constitui hoje um corpus absolutamente decisivo – porventura o mais decisivo da segunda metade do século XX e deste início de século – para um entendimento não apenas da História do Cinema, mas da essência da História e do Cinema.
Contemporâneo de Godard e autor de uma vastíssima obra assinada em colaboração com a sua companheira Danièle Huillet, Jean-Marie Straub é outro dos homenageados do mês. De Straub a solo e da dupla Straub-Huillet será apresentado um conjunto de filmes que vão desde a fase inicial (PEQUENA CRÓNICA DE ANNA MAGDALENA BACH) ao título final (LA FRANCE CONTRE LES ROBOTS). Um conjunto que testemunha a enorme, radical e solitária coerência de uma obra que se tornou num magnífico continente isolado na História do Cinema, e que a Cinemateca visitou por duas ocasiões, a primeira em 1998 (na presença de Danièle Huillet e de Jean-Marie Straub), a última em 2018, além de, mais uma vez, lhe ter dedicado uma memorável edição da rubrica “Histórias do Cinema”, conduzida por Alberto Seixas Santos em 2012.
Janeiro será ainda o tempo de dois outros grandes ciclos e de uma evocação fundamental: o ciclo “Nas Terras dos Faraós” (organizado em colaboração com a Fundação Calouste Gulbenkian e a pretexto da exposição “Faraós Superstars”), uma homenagem a Gloria Grahame, no ano em que se assinalam os 100 anos do nascimento da atriz, e uma breve e justíssima evocação de António da Cunha Telles, nome incontornável do Cinema Português desde o início da década de 60 em múltiplas frentes de atividade (Produtor, Realizador, Distribuidor e Exibidor), falecido no passado mês de novembro.