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Governo português avança com lista de património com origem nas ex-colónias
Ministro da Cultura promete que a lista será realizada por académicos e diretores de museus, num trabalho de "inventariação mais fina".
O Governo vai fazer uma lista de património com origem nas ex-colónias, anunciou o ministro da Cultura, que quer que este trabalho seja tratado "de forma discreta e longe da praça pública".
Numa entrevista publicada no jornal Expresso, Pedro Adão e Silva promete que a lista será realizada por académicos e diretores de museus, num trabalho de "inventariação mais fina".
Contudo, o governante avisa: "A forma eficaz para tratar este tema é com reflexão, discrição e alguma reserva. A pior forma de tratar este tema é criar um debate público polarizado, não contem comigo para isso".
Segundo o Expresso, trata-se de "obras de arte, bens culturais, objetos de culto e até restos mortais ou ossadas retiradas das suas comunidades originais e levadas para países como Portugal, França, Alemanha, Bélgica, Espanha, Inglaterra ou Holanda".
O tema da devolução das obras às ex-colónias ganhou visibilidade desde que, em 2018, o Presidente francês, Emmanuel Macron, encomendou um relatório sobre a devolução de obras aos países africanos.
O Expresso lembra ainda que, há cerca de um ano e meio, a comissão nacional do Conselho Internacional de Museus (ICOM-Portugal) lançou um inquérito para conhecer o património existente nos museus portugueses e que é proveniente de territórios não europeus, classificando-o como o primeiro passo de uma iniciativa para "promover a identificação e o debate" sobre aquelas peças, muitas das quais provenientes das antigas colónias portuguesas.
por Lusa e Renascença | 26 de novembro de 2022
Notícia no âmbito da parceria Centro Nacional de Cultura | Rádio Renascença