Mario Lucio anuncia agora o lançamento do seu mais recente álbum, uma homenagem àquela que é a grande epopeia do ser (e do “ser-se”) humano: o fenómeno da migração. Nas palavras do artista, “É graças à migração que hoje somos tão diversos, porque ousámos ir além, adaptarmo-nos, misturarmo-nos. É dessa audácia dos nossos antepassados comuns que nascemos hoje da paleta de cores e texturas que correm no ADN de todos e de cada um. Do outro lado da história, de alguma forma e nalgum momento, fomos virando esta viagem ancestral do avesso, inventámos a separação e pervertemos o que temos de mais belo”. Uma mensagem para ver e ouvir no single “Migrants (Shakespearience)”. Inspirada num acontecimento real, ilustra uma notícia de 2008 onde um navio de turistas que, viajando pelo mar Mediterrâneo, socorre um pequeno bote de migrantes. Os corpos, já sem vida, terão sido recolhidos para o navio pelo capitão e levados até à costa. Mais tarde, surge um pedido de indemnização da parte dos turistas, alegando que o incidente lhes estragou as férias. O tema é uma "referência ao drama do ser humano", explica Mario, reforçando que "cantar é uma forma de protesto, é uma luta contra o olvido, é um ato de fé e de esperança".

O décimo álbum da carreira de Mario Lucio é um gesto de encontros. O artista entrega os arranjos e a produção de "Migrants" à sensibilidade do multi-instrumentista e produtor Rui Ferreira. “Queria, neste álbum, que a minha alma fosse lida pelo Outro”, conta Mario. O novo álbum conta, ainda, com a participação de vários músicos portugueses. Entre eles, alguns integram a banda que Mario batizou como “Os Kriols” e que o têm acompanhado em palco nos mais recentes concertos. Músicos com uma predisposição fervorosa para embarcar nesta viagem e com um denominador comum: a música como encontro e partilha, sem fronteiras, sem rótulos e com a poesia crioula de Mario Lucio como porta-estandarte de uma mensagem que não tem bandeira.

As gravações e mistura ficaram a cargo de Rui Ferreira nos estúdios Antena 0 e a masterização é de Mário Barreiros. A edição e produção executiva são da Banzé Editora. O novo disco tem estreia marcada a 18 de novembro em CD, em Vinil e nas plataformas digitais.

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