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Escritor Rafael Gallo é o vencedor do Prémio Saramago

Autor brasileiro distinguido pelo livro "Dor Fantasma". Rafael Gallo vai receber um prémio no valor de 40 mil euros e o seu livro será agora publicado pela Porto Editora em Portugal e no Brasil pela Globo Livros.


O livro “Dor Fantasma”, do brasileiro Rafael Gallo, é o grande vencedor da 12.ª edição do Prémio Literário José Saramago. O anúncio foi conhecido esta segunda-feira no Centro Cultural de Belém, em Lisboa.


Rafael Gallo, que concorreu sob o pseudónimo “Pestana”, foi escolhido entre centenas de candidatos.

Rafael Gallo começou por publicar contos e lançou o primeiro romance “Rebentar”, em 2015, com que recebeu o Prémio São Paulo de Literatura. O livro com que se candidatou ao Prémio Saramago era inédito.

Nas palavras do escritor Bruno Vieira Amaral, que fez o elogio da obra, este é um “romance impregnado de música” que conta a história de Rómulo Castelo, um pianista que quer tocar a peça intocável de Franz Liszt.

A cerimónia começou com uma leitura de “Memorial do Convento”, de José Saramago. Antes ainda em palco estiveram alguns dos escritores que venceram anteriores edições, como Bruno Vieira Amaral, Gonçalo M. Tavares, José Luís Peixoto e João Tordo.

Guilhermina Gomes, presidente do júri, começou por explicar que receberam o maior número de livros a concurso. Centenas de participantes, de todos os países da lusofonia, todos com menos de 40 anos.

Segundo a também editora, “este ano mais de 40% dos autores que participaram eram mulheres”, disse Guilhermina Gomes acolhendo uma salva de palmas do público.

Escritor destaca "momento de reconstrução" no Brasil

Tomando da palavra, Rafael Gallo considerou que “o prémio vai ser, para sempre, como uma pedra sobre a qual fundaram uma nova parte de mim”. Começando por fazer referência política ao momento que o Brasil vive, o autor afirmou: “Podemos dizer, acabou!”.

Dizendo que se coloca no “papel de leitor” sempre que tem de enfrentar um desafio, afirmou que a questão do prémio, para ele, é “seríssima”.

Perante um palco onde estavam alguns dos vencedores do Prémio José Saramago, Rafael Gallo explicou que quando fez uma lista dos livros da sua vida, nela constavam, não só três dos vencedores do Prémio Saramago, como um livro do próprio Prémio Nobel da Literatura.

Explicando que já antes tinha concorrido ao Prémio Saramago com o romance “Rebentar”, Rafael Gallo confessou que “foi difícil não ter vencido”. O autor achou que ali tinha terminado a sua oportunidade, no entanto, as regras do Prémio Saramago foram alteradas nesta edição, permitindo que Rafael Gallo se candidatasse com “Dor Fantasma”.

Voltando ao tema do Brasil, Rafael Gallo considerou que o seu país vive um “momento de reconstrução” e destacou que é sempre “preciso lembrar que algumas coisas não nos podem ser tiradas”.

Rafael Gallo vai receber um prémio no valor de 40 mil euros e o seu livro será agora publicado pela Porto Editora em Portugal e no Brasil pela Globo Livros.

A última edição do Prémio Saramago foi em 2019 e o vencedor foi o escritor Afonso Reis Cabral.


por Maria João Costa in Renascença | 14 de novembro de 2022
Notícia no âmbito da parceria Centro Nacional de Cultura | Rádio Renascença

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