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Festival Terras sem Sombra: O futuro em causa?

Direção-Geral das Artes considera Festival Terras sem Sombra elegível ao Programa de Apoio Sustentado às Artes, mas projeta não o considerar, por falta de verbas. A decisão põe em risco a sobrevivência do Festival nos moldes atuais.


Finda a 18.ª edição do Festival Terras sem Sombra – que marca a etapa de maturidade do Festival e se pautou pela assumida feição internacional e pelo incremento de públicos, parceiros e concelhos abrangidos –, ultimamos já as duas próximas temporadas (2023 e 2024), estruturadas tematicamente em torno da diversidade e pluralidade na música e das mulheres na música.

Um festival com estas características, de acesso livre e gratuito, realizado em territórios afastados dos grandes centros e que pugna pela valorização do património e da biodiversidade do Alentejo, pela descentralização cultural, pela inclusão e pela formação de novos públicos, só consegue oferecer uma programação de qualidade graças à rede de apoios que tem conseguido granjear, dentro e fora do nosso país.

Assim, foi com surpresa e consternação que recebemos a notificação, por parte da Direção-Geral das Artes, de que esta entidade considerou elegível a candidatura do Terras sem Sombra ao Programa de Apoio Sustentado às Artes, na modalidade bienal, mas projecta não a considerar, em termos financeiros, "em virtude de ter sido esgotado o montante global disponível para a área artística e/ou modalidade de apoio" em causa.

Esta decisão põe em risco a continuação do Festival, nos moldes em que o temos feito. Além disso, discrimina negativamente o Alentejo, região onde não foi contemplado nem sequer um único projecto no âmbito da Música, ao contrário do que tem sucedido nos últimos cinco anos. Algo que causa estranheza, face ao anúncio de que está previsto um notório reforço das verbas consignadas às Artes em 2023.

Como a mesma Direção-Geral das Artes nos convida a pronunciar-nos, no prazo de 10 dias úteis, sobre esta proposta de decisão, vamos fazê-lo, confiando em que sejam reprogramadas verbas e a nossa região não fique marginalizada.

Sem esconder a preocupação, mas na certeza de que baixar os braços não é solução, tudo faremos para prosseguirmos serenamente este caminho em prol da cultura, da coesão territorial e do Alentejo.
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