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A 13ª edição do Misty Fest chega no próximo dia 5 de novembro
Braga, Espinho, Figueira da Foz, Guarda, Lisboa, Portalegre, Porto, Torres Novas e Tavira são as cidades que vão abraçar esta edição do Misty Fest, com concertos únicos.
Referências do mundo musical que, além de Portugal, chegam da Alemanha, Arménia, Austrália, Brasil, Espanha, Estados Unidos da América, Holanda e Reino Unido, renovando assim o compromisso do Misty Fest de apresentar uma programação da mais elevada qualidade artística, mantendo a sua exigência ao nível das apresentações, privilegiando, como sempre, a qualidade acústica, o conforto e a descentralização.
:: PROGRAMA ::
RITA VIAN
Porto | 5 novembro | Casa da Música | Sala 2
Lisboa | 6 novembro | Museu do Oriente | Auditório
Rita Vian é uma das mais sólidas promessas da cena musical portuguesa contemporânea, e estreou-se a solo com o disco CAOS’A, que conta com a produção de Branko e que mereceu os mais rasgados elogios por parte da generalidade da crítica nacional. Com uma voz e composição que une estilos tão distintos como a electrónica e a música tradicional, Rita Vian apresenta uma sonoridade entre o fado e a música urbana que a tornam única e especial.
Uma artista que conta já com um percurso que a ajudou a firmar ideias, incluindo colaborações com os Beautify Junkyards, banda de que fez parte e com que gravou dois álbuns, e algumas notáveis participações em trabalhos de Mike El Nite ou DJ Glue, sinais de uma irrequietude criativa que a levaram a acercar-se cada vez mais do universo da música urbana e eletrónica sem nunca deixar de manter um pé mais próximo da tradição, que se sente de forma clara nos contornos fadistas da sua voz e na sua entrega interpretativa. Depois de ter passado por palcos de referência como o ID_No Limits ou Nos Primavera Sound, Rita Vian prossegue na sua tranquila, mas segura caminhada em direção ao futuro, afirmando-se como um dos nossos mais preciosos tesouros do presente.
Christian Loffler & Detected Ensemble
Porto | 9 novembro | Casa da Música | Sala Suggia
(formato double concert, dois concertos na mesma noite: Joep Beving e Christian Löffler, dando o bilhete acesso aos espetáculos de ambos os artistas)
Lisboa | 10 novembro | Centro Cultural de Belém | Grande Auditório
(formato double concert, dois concertos na mesma noite: Joep Beving e Christian Löffler, dando o bilhete acesso aos espetáculos de ambos os artistas)
Christian Löffler regressa a Portugal com a Parallels Tour, acompanhado pelos Detected Ensemble, um quarteto de cordas que trabalha com instrumentos acústicos e eletrónicos. O seu mais recente projeto é focado na transformação da música eletrónica produzida sem o recurso a qualquer instrumento (faixas de Roman Flügel, Producer & DJ, por exemplo, Berghain) que resulta numa versão eletroacústica tocada ao vivo. É composto por Paulina Kiss (diretor artístico, viola, sintetizador), Jasmin Hubert (cello), Simon Höfele (trompete), Thomas Pfaffinger (tuba), David Jedeck (sopros), Reto Weiche (guitarra elétrica), Clemens Ohlendorf (percussão) e Teresa Emilia Raff (harpa). Parallels: Shellac Reworks é o mais recente trabalho do músico e produtor alemão Christian Löffler e teve edição pela prestigiada Deutsche Grammophon.
Neste álbum, Löffler reinterpreta alguns dos maiores compositores clássicos do mundo nas suas próprias paisagens sonoras como, por exemplo, J.S. Bach, Beethoven, Chopin, Wagner, Smetana e Bizet. Nesta tour, passado e presente colidem em palco através da mistura ao vivo de um quarteto de cordas com as próprias produções eletrónicas de Löffler.
A música é também acompanhada por visuais e desenho de luz feitos especialmente para esta digressão, numa experiência audiovisual hipnotizante e envolvente. O músico e produtor alemão tornou-se bem conhecido pelos seus cenários ao vivo e pela energia que traz para o palco, o que desencadeia na audiência viagens emocionais que vão desde a introspeção de olhos fechados à dança. Com a tournée Parallels, Löffler não só homenageia ilustres compositores clássicos como também integra as suas composições no discurso contemporâneo.
Joep Beving
Porto | 9 novembro | Casa da Música | Sala Suggia
(formato double concert, dois concertos na mesma noite: Joep Beving e Christian Löffler, dando o bilhete acesso aos espetáculos de ambos os artistas)
Lisboa| 10 novembro | Centro Cultural de Belém | Grande Auditório
(formato double concert, dois concertos na mesma noite: Joep Beving e Christian Löffler, dando o bilhete acesso aos espetáculos de ambos os artistas)
Torres Novas| 12 novembro | Teatro Virgínia
Joep Beving regressa ao seu registo original de piano solo com Hermetism uma nova digressão que se baseia no quarto álbum do compositor e pianista holandês para a Deutsche Grammophon. Para este trabalho, o compositor inspirou-se no Hermetismo, uma filosofia espiritual que provém de antigos escritos atribuídos ao lendário autor grego Hermes Trismegistus.
Beving, vencedor de um prémio Edison, é um dos pianistas vivos mais escutados no mundo e um campeão no universo do streaming; só a peça Sleeping Lotus soma mais de 40 milhões de plays no Spotify.
Hermetism serve de base a um concerto de maravilhamento absoluto, cujo alinhamento integra também a passagem por outros momentos mais relevantes da sua obra anterior. Uma apresentação absolutamente imperdível e certamente histórica.
Lisa Gerrard & Jules Maxwell
Espinho | 19 novembro | Auditório de Espinho
Lisboa | 21 novembro | Centro Cultural de Belém | Grande Auditório
Porto | 23 novembro | Casa da Música | Sala Suggia
Guarda | 25 novembro | Teatro Municipal da Guarda | Grande Auditório
Figueira da Foz | 27 novembro | Centro de Artes e Espetáculos da Figueira da Foz
Braga | 29 novembro | Theatro Circo
Portalegre | 30 novembro | Centro de Artes do Espetáculo
Em novembro de 2022, Lisa Gerrard e Jules Maxwell, dos Dead Can Dance, estreiam, ao vivo o seu aclamado álbum Burn com sete espetáculos em Portugal que representam o arranque da digressão deste novo trabalho.
O álbum Burn foi produzido por James Chapman (que já foi nomeado para o prestigiado Mercury Prize) e lançado pela Atlantic Curve em maio de 2021. Inclui sete composições emocionalmente ressonantes que cruzam drama, dinâmica, texturas eletrónicas exuberantes e ritmo num conjunto sumptuoso
Lisa Gerrard é um nome incontornável no lado mais desafiante da música contemporânea mas também alvo de devoção popular graças, por exemplo, à sua participação em obras como a banda sonora de Gladiator: a sua colaboração com Hans Zimmer valeu-lhe, aliás, um Globo de Ouro.
Por seu lado, Jules Maxwell, que assegura os teclados em Dead Can Dance, tem um vasto percurso musical, compondo regularmente para teatro, incluindo a companhia Shakespeare Globe, em Londres. “Estamos ambos encantados por termos esta oportunidade de finalmente apresentar as peças de Burn ao vivo”, dizem Maxwell e Gerrard e complementam “o nosso objetivo é usar estas atuações como um trampolim para explorar melhor as ideias musicais. Em vez de meramente replicar o álbum, o que nos move é ver onde podemos levar a música num ambiente ao vivo”.
Os espetáculos incorporaram os sete espantosos filmes de David Daniels, Jacob Chelkowski e Michal Sosna que foram encomendados para acompanhar o álbum, e incluem também excertos dos álbuns ambientais a solo de Jules Maxwell, Nocturnes e Cycles para abrir a noite.
Edu Lobo & Mônica Salmaso
Braga | 19 novembro | Theatro Circo
Espinho | 20 novembro | Auditório de Espinho
Porto | 21 novembro | Casa da Música | Sala Suggia
Lisboa | 22 novembro | Centro Cultural de Belém | Grande Auditório
78 anos de vida, pelo menos 60 de música.
O homem que se estreou na mítica editora Elenco em 1964 com A Música de Edu Lobo Por Edu Lobo contribuiu, decisivamente, para o eterno cancioneiro brasileiro que o mundo aprendeu a amar, assinando pérolas como Upa Neguinho ou Pra Dizer Adeus que artistas tão distintos quanto Caetano Veloso, Sérgio Mendes, Maria Bethânia, Marcos Valle ou Sarah Vaughan e Earth, Wind & Fire fizeram questão de juntar aos seus próprios reportórios. E em mais de 3 dezenas de álbuns de originais, Lobo afirmou uma visão singular da bossa nova e da MPB que continua viva e vibrante.
É exatamente essa a visão que agora o cantor e compositor traz a Portugal na companhia de Mônica Salmaso, uma das suas grandes intérpretes. Cantora e percussionista que ao longo da sua já prestigiada carreira conquistou diversas vezes o Prémio da Música Brasileira o título de Melhor Cantora de MPB. Do seu reportório fazem parte grandes nomes da música brasileira, entre os quais Chico Buarque, Vinicius de Moraes, Dorival Caymmi, Paulo César Pinheiro e Joyce Moreno. Muito recentemente participou no novo trabalho de Joyce Moreno, Brasileiras Canções. Será ainda a artista convidada da nova tourné de Chico Buarque que terá início em setembro. Os seus álbuns Trampolim e Voadeira foram lançados em países da Europa, no Japão, Estados Unidos, Canadá e México. A sua voz singular e aveludada é perfeita para carregar todas as nuances melódicas e harmónicas de que a música de Edu Lobo sempre viveu.
Acompanhados por um quarteto de excelência com Cristóvão Bastos no piano, Jurim Moreira na bateria, Jorge Helder no baixo acústico e Mauro Senise nos sopros, Edu e Mônica prometem uma noite mágica feita de verdadeiros tesouros musicais do Brasil e do mundo.
Roger Eno
Lisboa | 23 novembro | Museu do Oriente | Auditório
Espinho | 24 novembro | Auditório de Espinho
O pianista e compositor britânico estreou-se no prestigiado selo alemão em 2020 com a edição de Mixing Colours. Esse foi o primeiro disco que gravou em duo com o seu irmão, o também compositor e produtor Brian Eno, uma das figuras mais reverenciadas no mundo da música.
The Turning Year acentua o lado mais pastoral das composições de Roger Eno, evidenciando o seu particular talento de melodista. Nalgumas das peças escuta-se igualmente um quarteto de cordas, Scoring Berlin, que conferem à sua música uma dimensão ainda mais mágica. E será essa magia que Roger trará a Portugal, para uma apresentação no âmbito do Misty Fest.
Ao longo dos anos, a qualidade das suas composições, valeram-lhe a atenção de reputados realizadores, como David Lynch, que usou música que Roger e Brian criaram juntos na banda sonora de Dune. Algumas peças de Roger foram igualmente usadas com belíssimo efeito em filmes como 9 Semanas e Meia ou Trainspotting.
Ao vivo, Roger Eno costuma fazer a sua música muito atmosférica ser acompanhada de projeções e instalações que ele mesmo concebe e que tornam a experiência dos seus concertos - que já aconteceram em espaços como a conceituada Tate Britain - verdadeiramente imersiva.
Joana Serrat
Lisboa | 27 novembro | Museu do Oriente | Auditório
Porto | 28 novembro | Casa da Música | Sala 2
A cantautora catalã Joana Serrat regressou aos discos em junho de 2021 com a edição de Hardcore from The Heart, editado, mais uma vez pela Loose Music.
Este álbum sucede o aclamado Dripping Springs de 2017 (editado também pela Loose Music).
Desta feita, a cantautora, deixou a sua terra natal de Vic (Catalunha) e viajou ate? Denton, no Texas, onde se juntou ao engenheiro de som e produtor Ted Young, conhecido pelo seu trabalho com artistas como Kurt Vile e SonicYouth, entre outros. O seu som distinto, que já foi descrito como folk gaze, ganhou ainda mais forma e dinâmica ao passo que a sua voz, original, ganhou ainda mais espaço nos novos arranjos.
Joana Serrat ja? visitou Portugal por diversas vezes, quer em concertos integrados em festivais como o Paredes de Coura e Gente Sentada, quer a solo em salas como o Centro Cultural e Congressos das Caldas da Rainha, Plano B no Porto, Teatro de Vila Real ou Orfeu, em A?gueda. É justo dizer que a sua música ressoa com especial intensidade junto do público português.
Ao ouvir e aplaudir a sua canção Demons, o britânico Guardian garantiu que o género conhecido como “Americana” não é acerca de onde se nasceu mas antes um estado de espírito: “perguntem à catalã Joana Serrat que soa como se tivesse alugado um bungalow cheio de buganvílias a um dos músicos dos Eagles em 1972”. Destacada por publicações de referência como a Uncut ou a Glide, que têm incluído os seus trabalhos nas listas de melhores edições do ano, Joana Serrat conseguiu igualmente ser nomeada pela Americana Music Association UK como uma das autoras do ano com o disco Hardcore From The Heart.
Tigran Hamasyan
Porto | 5 dezembro | Casa da Música | Sala Suggia
Lisboa | 6 dezembro | Centro Cultural de Belém | Grande Auditório
Edições na Verve e na ECM, entre outras, cimentam um talvez tranquilo, mas ainda assim sólido percurso que o pianista arménio Tigran Hamasyan tem vindo a trilhar desde 2009.
O seu trabalho mais recente, The Call Within, porém, é já o seu quarto registo na prestigiada Nonesuch, segundo em trio depois de Mockroot (2015), com os restantes a serem exercícios a solo plenos da exuberância técnica que já levou Herbie Hancock a, humildemente, declarar-se seu discípulo. Tigran Hamasyan, tem apenas 35 anos e, provavelmente, ainda nem falava quando o veterano pianista lançou Perfect Machine, em 1988.
Elogiado pela crítica internacional - foi artista do ano para a associação de imprensa musical alemã e a BBC Music Magazine escreveu que se deveria “arquivar este artista na letra F de Fantástico, em ambos os sentidos da palavra” - Hamasyan vem agora a Portugal com o seu trio em que pontuam o incrível baterista Arthur Hnatek e o baixista eléctrico Marc Karapetian: três músicos tecnicamente deslumbrantes e artisticamente capazes de surpreender a cada momento. Na bagagem trazem The Call Within, um disco que, escreveu-se na revista portuguesa Rimas e Batidas, “tem matéria para o espírito, produto natural de um artista que se inspira na poesia, na contemplação dos mapas e nas lendas que o folclore cristão e pré-cristão da Arménia resguardou como sinais fundos de identidade”.
27 de março a 19 novembro
MISTY SESSIONS
Esta edição chegou com uma novidade: as Misty Sessions que decorrem desde março e até ao mês de novembro no Espaço Espelho de Água, em Lisboa. A Casa do Povo de Tavira também vai receber uma Misty Session com a participação de Emmy Curl. O percurso até ao festival que leva a melhor música às melhores salas do país será assim feito desta forma intimista, num espaço privilegiado, que possui um local para exposições, que tem o rio Tejo por companhia e a música de grandes artistas apresentada em concertos preparados especialmente para estas sessões.
Pelas Misty Sessions já passaram nomes como a Nancy Vieira, Anna Setton, Emmy Curl, Os Poetas, Tó Trips, Bernardo Lobo, Lemos, Salomão Soares e Vanessa Moreno e Francisco Sales.
Nancy Vieira
A cantora cabo-verdiana revisita clássicos da Morna, Património Imaterial da Humanidade, acompanhada ao piano pelo músico e produtor açoriano Paulo Borges.
Nancy Vieira é uma das mais reputadas artistas a explorarem no presente o imenso património musical de Cabo Verde que, no caso específico da morna, mereceu até distinção recente da Unesco como Património Imaterial da Humanidade. E em palco, Nancy é uma das grandes defensoras desse património estando habituada a apresentá-lo um pouco por todo o mundo: “Eu conheço a morna desde os meus 6 ou 7 anos de idade”, diz-nos. “Sempre cantei os clássicos. E por isso, na véspera de um concerto, posso lembrar-me de um tema antigo que depois no espetáculo desafio os meus músicos a interpretarem comigo”.
A sua música que fala das viagens e o do mar, da saudade e da distância, vive de diferentes balanços, algo que confere sempre uma dinâmica especial aos seus concertos para que leva sempre mornas e funanás, coladeiras e mais música que se espraia pelo oceano e pelo mundo. A artista, que reside em Portugal, estreou-se em 1995, mas começou por dar nas vistas em 1999, quando surgiu numa compilação de título Música de Intervenção Cabo-Verdiana cantando ao lado do lendário Ildo Lobo. Lançou depois os trabalhos Segred (Praça Nova, 2004), Lus (Harmonia Mundi/World Village, 2007), Pássaro Cego (Arthouse, 2009), com Manuel Paulo, ou Nô Amá (Lusafrica, 2012). E foi já em 2018 apresentou o muito aplaudido Manhã Florida (uma vez mais com selo Lusafrica). Atualmente, Nancy prepara um novo trabalho, acrescentando novas canções a um reportório de excelência.
Anna Setton
A cantora e compositora paulistana apresenta os seus dois álbuns acompanhada por Edu Sangirardi, pianista e parceiro de Anna em várias composições.
Anna Setton moldou a voz a navegar a noite de São Paulo, trilhando depois o mundo ao lado do grande Toquinho durante cinco anos, período em que mergulhou nos lagos do jazz, da bossa nova e MPB e daí emergiu com uma música fresca, original e vibrante que começou por apresentar, em 2018, no seu homónimo trabalho de estreia, veículo de música e ideias que a levou Brasil fora e daí até à Europa para vários concertos tão íntimos quanto aplaudidos.
Em 2020, quando a pandemia aterrou no mundo, Anna, desejosa de se manter ligada à música e ao seu público, procurou no violão a sua ferramenta de expressão e começou uma série de lives semanais onde foi abordando reportório do cancioneiro popular, uma espécie de autorretrato emocional a partir de palavras e melodias alheias. Nasceu daí a ideia de um álbum, Onde Mora Meu Coração, que lançou em dezembro último, trabalho de violão e voz em que se inclui um dueto com a lenda viva Omara Portuondo, uma verdadeira rainha da cena musical cubana. A artista que já pisou palcos em Tóquio, Roma ou Nova Iorque, reside agora em Portugal, país que escolheu para trabalhar e preparar o seu terceiro álbum, que será gravado com uma série de novos e vibrantes talentos do Recife, mas sobre esse novo trabalho mais novidades serão apresentadas posteriormente.
Antes porém, este abraço especial ao grande Gilberto Gil. "Gil é para mim um dos maiores artistas brasileiros”. É assim que a cantora Anna Setton se refere ao compositor, músico e cantor que acaba de completar 80 anos. E como não poderia deixar de celebrar esse momento, Anna lançou recentemente nas plataformas digitais, a sua versão de Tempo Rei que conta com a estreita colaboração do acordeonista Mestrinho, tendo ainda produção de Swami Jr.
emmy Curl
A cantora apresenta o seu novo trabalho 15 Years, uma relação pessoal de temas de todos os trabalhos da sua carreira de década e meia. Desde as primeiras pegadas no areal da música portuguesa, com o EP “Birds Among the Lines”, de 2010, que emmy Curl mostrou a singularidade do seu mundo, tão etéreo e delicado como aberto a desafios.
Na década que se seguiu, esta promessa cumpriu-se com as canções de “Origins”, um segundo EP lançado em 2012, e “Navia”, o álbum de estreia que chegaria três anos mais tarde, a bordo de uma caravela de inspiração lendária (Navia era a deusa dos rios e da água, na mitologia galaica e lusitana). Em 2019, e já depois de brilhar no Festival da Canção com a intensa interpretação de ‘Para Sorrir Eu Não Preciso de Nada’, uma composição de Júlio Resende, emmy Curl revelou o segundo álbum, “Øporto”. Coleção de histórias e memórias dos tempos em que viveu na Invicta, o disco funciona como “uma pintura impressionista” desse período de descoberta, alternando com elegância os mais belos momentos acústicos e as experiências eletrónicas. Destaque para ‘Dança da Lua e do Sol’, o melancólico dueto com Vicente Palma. No começo de 2020, lançou um disco de raridades (“HomeWorks 15-19) e tem apostado forte na arte visual que acompanha e complementa a sua música, espelhando a sua liberdade. Em ano de afastamento forçado dos palcos, recorreu ainda à tecnologia para chegar aos fãs, através de concertos transmitidos online e de conversas descontraídas.
Os Poetas
Rodrigo Leão e Gabriel Gomes voltam a encontrar-se num palco cheio de poesia: Os Poetas - Entre Nós e as Palavras é um espetáculo em que estes dois veteranos músicos descobrem as melodias que carregam os poemas de algumas das mais importantes vozes da nossa paisagem poética como Mário Cesarinny, Herberto Helder, Luísa Neto Jorge e Adília Lopes. Gabriel Gomes no acordeão e metalofone, Rodrigo Leão nas teclas e metalofone e o ator Miguel Borges nas declamações congregarão toda a sua experiência em composições originais que interpretam com melodias, harmonias e ritmos todo um universo de palavras com que os nossos poetas foram tentando traduzir o mundo. Um espetáculo que se adivinha intenso e mágico, de cruzamento de paisagens poéticas feitas de palavras e paisagens musicais feitas de sons. A combinação perfeita.
O projeto "OS POETAS" surgiu de encontros entre Rodrigo Leão, Gabriel Gomes e Hermínio Monteiro, então editor da Assírio & Alvim, em cujo espólio existiam gravações de poetas a dizerem os próprios poemas. "Entre Nós e as Palavras", de 1997, foi o resultado de meses intensos de composição, de uma afinidade com os poetas escolhidos e da amizade cúmplice entre os dois músicos, que se nota muito quando compõem e quando atuam. Com Francisco Ribeiro (ex-Madredeus) e Margarida Araújo nas cordas, o ensemble fez alguns concertos ainda nos anos 90. Em 2013, Os Poetas” regressam com a reedição deste álbum há muito esgotado. Durante o ano de 2012, compuseram novas músicas e reformularam o espetáculo, projetando os textos e chamando o ator Miguel Borges para dizer poemas
Não é este um concerto para eruditos ou específicos leitores e amantes de poesia. Sendo a palavra importantíssima, e ponto de partida para a composição - ela é o comandante deste "Navio de Espelhos" - a música não é um mero suporte, pois acaba por se fundir com os poemas. À música falada mistura-se a performance, resultando num espetáculo único e encantatório.
Tó Trips
O veterano Tó Trips tem uma larga experiência com um percurso que começou no rock, desembocou nos celebrados Dead Combo e que em tempos mais recentes teve também manifestação no Club Makumba. Mas, paralelamente, Trips desenvolveu igualmente uma curiosa e original abordagem à guitarra solo, tendo lançado trabalhos como Guitarra 66 ou Guitarra Makaka.
Com um novo álbum a caminho, Tó Trips volta a mergulhar de cabeça no mar de notas que arranca à sua guitarra, num concerto exploratório a solo em que mostrará novas e velhas composições sempre evocativas de grandes paisagens e de histórias com tudo dentro, da euforia à melancolia.
Outros nomes ainda vão fazer parte das Misty Sessions: Bernardo Lobo, Lemos, Salomão Soares e Vanessa Moreno, Francisco Sales, JP Coimbra e Emmy Curl em palco até novembro.
Benardo Lobo
O cantor e compositor brasileiro apresenta Itinerários, um espetáculo em que interpreta canções suas e outras de autoria de músicos brasileiros que admira, como por exemplo, do seu pai Edu Lobo. Bernardo Lobo é um cantor e compositor brasileiro, nascido no Rio de Janeiro numa família musical. O pai, Edu Lobo, é um dos tesouros mais celebrados da canção brasileira, e a mãe, Wanda de Sá, igualmente artista, integrou grupos de Sérgio Mendes e Marcos Valle além de ter gravado em nome próprio. Bernardo cresceu imerso nesse circuito musical habituando-se desde muito cedo à presença de alguns dos maiores vultos da cultura do Brasil. E, como diz o ditado bem português, "filho de peixe sabe nadar". E cantar e tocar violão, claro. Com 25 anos de carreira e sete álbuns lançados - Nada Virtual (2000); Sábado (2006), Sábadovivo (2008), Valentia (2012), C’ALMA (2018), Uma Viola Mais que Enluarada (2019) e Zambujeira (2021).
Para esse íntimo encontro a que deu o título "Itinerários", Bernardo levará canções como “Yara”, originalmente uma parceria com Ivan Lins e Moyses Marques), “Vai e Vem”, que escreveu com Tiago Torres da Silva; ”Menina das Nuvens”, feita com Marcos Valle, ou ainda “Imagem e Semelhança”, uma colaboração com Milton Nascimento, Bernardo vai mostrar ainda músicas de outros artistas que o influenciaram como Caetano Veloso, de quem vai cantar “Força Estranha”, e seu pai, Edu Lobo , de quem interpretará a emblemática “Ponteio”.
Sempre com voz e violão, a mais pura forma de mostrar a verdade das canções.
Lemos
Lemos, pianista neoclássico começou a estudar piano aos 11 anos de idade.
Antes de iniciar a sua carreira a solo, foi produtor, músico e compositor nas áreas pop, rock e punk. É endorser da Yamaha Music - Europe e compositor de
música para filmes e televisão. Em 2020, depois de uma pausa forçada pela pandemia global, posicionou o seu foco na genuinidade.
Considerando-se um elo de ligação entre o Cosmos e a Terra, é no piano que imprime as vibrações energéticas que recebe no seu quotidiano, expressando-as através da música. Com esta reflexão, começou a compor o seu trabalho a solo num estilo neoclássico. O seu primeiro álbum Sense Of Peace foi top nacional de vendas no Itunes Portugal. Atualmente o lançamento de singles nas plataformas digitais levou a que em apenas 4 meses, tenha atingido mais de 3.000.000 de streams e mais de 400.000 ouvintes mensais no Spotify..
Em 2022 desenvolveu o projeto The Felt Library, uma seleção de músicas neoclássicas de sua composição, e construiu o primeiro instrumento virtual de Felt Piano, totalmente gratuito para os compositores com mais de 1.000 downloads no Pianobook. O seu segundo álbum tem data de lançamento para dia 25 de novembro 2022. Um álbum com 12 músicas gravadas num Felt Piano vertical num estilo neoclássico.
Salomão Soares e Vanessa Moreno
A cantora paulista Vanessa Moreno e o pianista paraíbano Salomão Soares já tinham tocado juntos em grupos maiores, mas quando se encontraram para uma gravação em estúdio tiveram a ideia de fazer nascer um projeto em duo. Assim surgiu Chão de Flutuar (2019), o primeiro álbum que a critica definiu como uma “preciosidade”, ao trazer canções de diferentes estilos da música, com muito improviso tanto na voz como no piano, mas sem perder as subtilezas e o lirismo dessa pequena formação. Dois anos depois lançaram Yatra-Ta?, confirmando a ideia de serem o mais expressivo dueto de jazz brasileiro da atualidade. No repertório estão compositores como Joyce Moreno, Luiz Gonzaga, Djavan, Hermeto Pascoal e Tânia Maria, uma das principais influências do duo e a inspiração para o nome desse segundo trabalho. O termo Yatra, em Sânscrito significa ‘Jornada de Transformação’. A afinidade musical apurada entre Salomão e Vanessa traz uma frescura para esse segundo trabalho, que esta? alicerçado nas raízes brasileiras e tem a liberdade criativa como elemento fundamental na construção dos arranjos e na execução.
Francisco Sales
Com o álbum Fogo na Água, que tem lançamento previsto para o próximo mês de outubro, o músico e compositor Francisco Sales entra numa nova fase da sua carreira. Neste terceiro álbum, que sucede ao muito aclamado Miles Away de 2017, o guitarrista investiu quatro anos de trabalho e apresenta-se a explorar a sonoridade de diferentes instrumentos, não apenas as guitarras elétrica e acústica, mas também a de 12 cordas ou a icónica guitarra metálica conhecida por dobro. E assim ergue um muito emocional conjunto de peças que evocam ideias de força, luta e resiliência, navegando igualmente por algumas noções contrastantes já apontadas no título: o fogo e água, a terra e o ar, elementos primordiais que aqui se traduzem em música altamente evocativa e em que a identidade funda portuguesa é explorada - como acontece em "Pulsar da Terra", por exemplo.
O músico que em Inglaterra trabalhou de perto com os Incognito de Jean Paul Maunick, agora chamou Beatriz Nunes, aclamada cantora de jazz que chegou a integrar os Madredeus, para pela primeira vez adicionar vozes a composições de sua autoria. Garante Francisco que Beatriz representa a sua própria alma. Neste trabalho que o próprio compositor descreve como sendo mais cinematográfico e em que garante ter-se reinventado como compositor, a produção foi divida com Tiago Gomes. Ao vivo, Francisco Sales vai pela primeira vez apresentar-se em trio, assumindo ele mesmo todas as guitarras enquanto Sandra Martins assegura violoncelo e voz e Edu Mundo se ocupa de baterias, percussões e ainda dá uma ajuda em guitarras e voz. Um novo trio para uma nova música que Francisco Sales agora quer partilhar com o mundo.
JP Coimbra | 5 novembro
JP Coimbra, músico e compositor que conta já com mais de 25 anos de carreira, tendo produzido também música para cinema, teatro e dança. Integrou grupos como os Mesa, Três Tristes Tigres, Goldfinger e os Bandemónio de Pedro Abrunhosa. Apresenta agora o seu primeiro projeto a solo, o álbum VIBRA, lançado em 2020.
É um álbum de música instrumental que parte de gravações em alguns espaços característicos do Porto, como os corredores da Casa da Música ou as escadas rolantes da estação de metro do Marquês. Estes espaços foram tratados como instrumentos musicais, contribuindo com a sua volumetria para a composição, onde entra um piano, um quarteto de cordas e um grupo coral.
JP Coimbra é desde o verão deste ano, o único compositor português na prestigiada agência de Publishing Manners McDade. Em setembro, foi editado «VIBRA» digitalmente em todo o mundo atraves da Cognitive Shift Recordings.
emmy Curl | 19 novembro
Tavira, Casa do Povo de Santo Estevão
Misty Fest: a melhor música nas melhores salas
https://www.misty-fest.com/