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Prémio LeYa 2022 atribuído ao romance "A Arte de Driblar Destinos", de Celso José da Costa
Depois de no ano passado ter premiado a obra “As Pessoas Invisíveis” de José Carlos Barros, o Prémio LeYa vai este ano para um matemático brasileiro que aos 73 anos se candidatou.
Comunicado do Júri do Prémio Leya 2022
"O Prémio LeYa 2022 é atribuído por unanimidade ao romance «A Arte de Driblar Destinos», de Celso José da Costa, nele se destacando uma saga familiar que reflete muito bem, com ritmo e vivacidade, o mundo social do interior do Brasil.
O tema é o processo de educação de um jovem em contextos nem sempre fáceis, e joga entre o pícaro e o trágico, num equilíbrio que se mantém desde o início, quando o narrador evoca o fascínio que sobre ele exerce, aos cinco anos, a trupe que vai montar o espetáculo de uma tourada, até à evocação de personagens que ganham uma força mítica, como o coveiro ou o Faquir sertanejo. Ressalta o modo como o narrador vai encontrando o seu caminho escolar com a matemática ganhando um ascendente que o levará, no final, a ser encaminhado para completar os estudos na cidade de Curitiba, deixando para trás os espaços em que decorrera a infância e a adolescência. Como qualidades a destacar, temos a forma como se organiza a estrutura romanesca e a limpidez da narrativa que nos permitem seguir um mundo de estoreas que nos obrigam a seguir a leitura como se ouvíssemos a voz e as vozes que por ela perpassam."
Usando o pseudónimo Fagundes Andrade, o autor chama-se Celso José da Costa.
À presente edição do Prémio LeYa concorreram 218 originais, oriundos de Portugal, Alemanha, Brasil, Espanha, Holanda, Inglaterra, Japão, Moçambique e Polónia.
Sobre o autor
Nascido no estado do Paraná, Brasil, em 1949, Celso José da Costa é um matemático conhecido por ter descoberto a Superfície Costa. Obteve um doutoramento no Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (IMPA), Rio de Janeiro, em dezembro de 1982, com uma tese na área de geometria diferencial. Atualmente é professor titular da Universidade Federal Fluminense, onde lidera um grupo de pesquisa em geometria diferencial.
Júri
O júri da presente edição do Prémio LeYa é formado pela escritora e poeta angolana Ana Paula Tavares, a jornalista, escritora e crítica literária portuguesa Isabel Lucas, o editor, jornalista e tradutor brasileiro Paulo Werneck e, ainda, por Lourenço do Rosário, Professor de Letras, fundador e antigo reitor da Universidade Politécnica de Maputo, José Carlos Seabra Pereira, Professor de Literatura Portuguesa na Universidade de Coimbra, Nuno Júdice e Manuel Alegre (Presidente do Júri), ambos poetas e escritores.
Atribuído há já 15 anos, o prémio só não foi entregue em 2019 e 2020, de resto já distinguiu autores e livros como:
O Rastro do Jaguar, de Murilo Carvalho (2008)
O Olho de Hertzog, de João Paulo Borges Coelho (2009)
O Teu Rosto Será o Último, de João Ricardo Pedro (2011)
Debaixo de Algum Céu, de Nuno Camarneiro (2012)
Uma Outra Voz, de Gabriela Ruivo Trindade (2013)
O Meu Irmão, de Afonso Reis Cabral (2014)
O Coro dos Defuntos, de António Tavares (2015)
Os Loucos da Rua Mazur, de João Pinto Coelho (2017)
Torto Arado, de Itamar Vieira Junior (2018)
As Pessoas Invisíveis, José Carlos Barros (2021)