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Uma História de Xadrez: obra-prima de Stefan Zweig

Um romance notável, Uma História de Xadrez, de Stefan Zweig, oferece-nos, a partir do relato de um jogo de xadrez, uma ardente análise do poder da mente e do mal que esta pode gerar.


Considerada a obra-prima do escritor austríaco, foi também a última assinada por Zweig, que entregaria o manuscrito ao seu editor, justamente um dia antes de se suicidar, em 23 de fevereiro de 1942. Oito décadas depois, Uma História de Xadrez é agora recuperada e publicada pela Guerra e Paz na colecção «Admirável Mundo do Romance», coleção que traz aos leitores portugueses clássicos recentes da literatura universal. O livro chega à rede livreira nacional, numa tradução de Mónia Filipe.

Pequena, mas intensa, Uma História de Xadrez permitiu a Stefan Zweig, nome maior da literatura europeia da primeira metade do século XX, escrever, pela primeira e única vez, sobre a guerra, a violência, o nazismo e o autoritarismo. A derradeira obra do escritor austríaco conta a história de Mirko Czentovic, um campeão mundial de xadrez que, a bordo de um transatlântico com destino a Buenos Aires, se entretém a derrotar os restantes passageiros.

Porém, Czentovic descobre durante essa viagem que segue no navio um adversário à sua altura: o doutor B., um enigmático passageiro recém-libertado pelos nazis, que sobreviveu à prisão a projetar jogos de xadrez na sua mente. Do inevitável confronto entre os dois jogadores, nasce o empolgante relato de um jogo que coloca frente-a-frente a criatividade contra a impetuosidade e que expõe, de uma forma comovente, os traumas de um homem, mas também a sua capacidade de sobreviver, mesmo sob uma extraordinária pressão.

Considerada a obra-prima de Zweig, Uma História de Xadrez trata-se de «uma bela metáfora sobre o claudicar da inteligência criativa face à força bruta que, usando uma lógica fria e dura, se torna numa força avassaladora», na opinião do romancista espanhol Eugenio Fuentes, e encerra em si, segundo Herbert Gorman, toda a «concentração de talentos» do escritor austríaco. Num artigo publicado no The New York Times Book Review, o crítico literário norte-americano sublinhou a «curiosidade psicológica obstinada, a franqueza brutal e a imparcialidade suprema» que imortalizaram Stefan Zweig.

Desde a sua publicação, em 1944, dois anos após o suicídio do autor, a obra tem vindo a ser traduzida em todo o mundo e foi adaptada várias vezes ao cinema, cuja versão mais recente foi realizada no ano passado por Philipp Stölzl no seu filme The Royal Game (Schachnovelle). Agora, o romance terá uma nova edição em Portugal, traduzida por Mónia Filipe, que chega à rede livreira nacional com a chancela da Guerra e Paz Editores.

Admirável Mundo do Romance
Uma História de Xadrez
Stefan Zweig
Ficção / Romance
80 páginas · 15x23 · 13 €

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