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"donne-moi ma chance"
Assírio & Alvim publica O Ar da Manhã, a coletânea poética de António Gancho há muito esgotada.
Volvidos 27 anos da primeira edição, reedita-se agora O Ar da Manhã, o conjunto de poemas que António Gancho confiou ao amigo Herberto Helder para publicação em 1995. Dez anos antes, Herberto Helder já havia antologiado o poeta em Edoi Lelia Doura, nomeando-o uma das melhores vozes da poesia portuguesa. O Ar da Manhã, Gaio do Espírito, Poemas Digitais e Poesia Prometida são as quatro secções deste livro, cuja epígrafe é «donne-moi ma chance».
O livro já se encontra em pré-venda
SOBRE O LIVRO
DEVAGAR SE VAI AO LONGE
Devagar se vai ao longe
se eu fosse monge.
Mas como não sou monge
devagar não vou ao longe
só monge.
Mas como eu também
devagar não quero ir ao longe
por isso também não me fiz monge.
Mas como eu também
não quero que se sonhe
que se ponha em questão
a causa da razão
deste poema devagar se vai ao longe
cujo tema é sobre um monge
então por isso neste caso
já não omisso
faço que se diga com isso
amigo ou amiga
mais vale o prejuízo.
Título: O Ar da Manhã
Autor: António Gancho
N.º de Páginas: 176
PVP: 16,60€
Coleção: documenta poetica
Ver primeiras páginas
SOBRE O AUTOR
António Luís Valente Gancho
Nasceu em Évora em 1940. Cedo começou a passar temporadas de internamentos em estabelecimentos psiquiátricos, tendo ficado até à sua morte na Casa de Saúde do Telhal. Escritor de uma linguagem inconfundível, fez parte da geração de surrealistas que frequentavam o Café Gelo, como Mário Cesariny ou Herberto Helder. Da sua mão, conhecemos o romance As Dioptrias de Elisa (1990) e O Ar da Manhã, coletânea dos seus poemas. Morreu a 2 de janeiro de 2006.