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Vai no Batalha! Histórico cinema do Porto regressa aos filmes a 9 de dezembro

Rebatizado "Batalha Centro de Cinema", o espaço será um polo de cultura que vai além da mera exibição de filmes. Guilherme Blanc, diretor artístico, diz que a aposta recairá, sobretudo, no cinema desconhecido e na valorização dos filmes portugueses.


22 anos depois, o Batalha voltará ao grande ecrã. Em pleno coração da cidade do Porto, o renovado "Batalha Centro de Cinema" apresentou a programação da primeira temporada, que tem data de estreia marcada para 9 de dezembro.

Esta quarta-feira, a histórica sala de cinema portuense abriu portas, numa conferência de imprensa guiada por Guilherme Blanc, diretor artístico do Batalha Centro de Cinema, e Rui Moreira, presidente da Câmara do Porto.

Em entrevista à Renascença, Guilherme Blanc fala de um "projeto novo": "O Batalha Centro de Cinema não é o Cinema Batalha, parte do Cinema Batalha e interpreta-o", explica o diretor.

A verdade é que a renovada sala de cinema não se limitará à exibição e apresentação de filmes, que será, "obviamente, o seu lado mais expressivo". Contudo, a aposta não passará pelos filmes mais comerciais, mas cim pelo "cinema desconhecido".

"Acreditamos muito nele, temos que mostrar coisas novas aos públicos, que as pessoas merecem conhecer no cinema, aprender novo cinema", realça.

Guilherme Blanc aponta também para a interdisciplinaridade deste novo "centro cultural": "[O Batalha] propõe uma série de atividades e iniciativas que andam em torno do cinema, como exposições, oficinas, grupos de debate e discussão, cursos, performances".



Para tamanha diversidade de iniciativas, o Batalha Centro de Cinema conta com duas salas de cinema - a sala 1, com 341 assentos, e a sala-filme, com capacidade para 134 pessoas -, cafetaria e bar, livraria, biblioteca e filmoteca.

Entre as várias iniciativas, a sala de cinema contará com quatro ciclos temáticos entre dezembro e julho, desde a ficção científica à introspeção do ser humano. Haverá também sessões dedicadas à filmografia de cineastas em particular, como os portugueses André Gil Mata e Luísa Homem.

Uma aposta no cinema de "vizinhos" e na produção nacional

Nesta senda do cinema português, a aposta não se limitará ao mero acervo histórico. O diretor artístico reforça o "lugar importante" que as produções lusas terão no projeto: "Praticamente, mais de 30% do nosso programa centra-se no cinema português, contemporâneo e não-contemporâneo".

A ligação à comunidade, ao "bairro", também é uma das prioridades apontadas por Guilherme Blanc. "Acreditamos em projetos que nos permitam explicar ao nosso bairro que somos uma entidade onde queremos que as pessoas se sintam felizes e confortáveis", admite o diretor.

O Batalha Centro de Cinema "quer dialogar" com públicos que, inclusivamente," já antes usavam o Cinema Batalha", mas o diretor salienta que, tratando-se de um projeto novo, "as pessoas vão ter que o conhecer aos poucos".

É neste intuito que surgem iniciativas com escolas e, em particular, o programa "Cinema ao Redor", que através de visitas guiadas, um clube de leitura, cursos e oficinas, por exemplo, pretende ligar o Batalha aos seus "vizinhos".

Destaca-se ainda o "Batalhawood", projeto semestral baseado num cinema de proximidade. Para a primeira edição, o centro de cinema trabalhou de perto com a comunidade de imigrantes do Bangladesh no Porto, que resultará num ciclo de filmes selecionados deste país asiático.

No final, Guilherme Blanc espera que o Batalha Centro de Cinema "possa estimular a relação entre o público e quem cria e desenvolve cinema", neste que será um novo epicentro cultural da cidade do Porto.

"Esperamos poder apoiar cinema, o cinema português nomeadamente, dando condições para a sua apresentação. Aquilo a que nos propomos de pensar o cinema português, fazer estados da arte, fóruns alargados de discussão, talvez possamos dar um contributo nesse sentido." 



Uma das coisas que salta logo à vista são os frescos de Júlio Pomar, da década de 1940, redescobertos durante as obras de renovação do cinema. A pintura havia sido censurada pela PIDE, encontrando-se escondida sob seis a oito camadas de tinta durante décadas.

O Batalha Centro de Cinema abre portas, oficialmente, a 9 de dezembro, mas a bilheteira já estará pronta a vender ingressos a partir de 17 de novembro. Os bilhetes de cinema custarão entre 2,5 euros e cinco euros.


por Pedro Valente Lima in Renascença | 28 de setembro de 2022
Notícia no âmbito da parceria Centro Nacional de Cultura | Rádio Renascença 

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